~♪Hannah ~♪
Estava aliviada, por finalmente estar com os pés no chão.
Aparentemente, a “estalagem” próxima não passava de pouco mais que uma taverna barulhenta, com alguns quartos para alugar, em geral por hora. E, pelo visto, não havia vagas. Exceto por um quarto minúsculo, minúsculo, no que um dia fora parte do sótão.
Rhys não queria que ninguém soubesse quem, exatamente, estava entre os Grão-Feéricos, os feéricos e os illyrianos, e quem mais estava hospedado na estalagem abaixo.
Embora eu mal o reconhecesse quando Rhys, sem magia, sem qualquer coisa exceto ajustar a postura, calou aquela sensação de poder sobrenatural até não passar de um guerreiro illyriano comum e muito belo, nervosinho por precisar pegar o último quarto disponível, tão no alto que havia apenas uma escada estreita até ele: nenhum corredor, nenhum outro cômodo.
Se eu precisasse usar o banheiro, teria de me aventurar no nível abaixo, o qual... considerando os cheiros e os sons da meia dúzia de quartos naquele nível, fiz questão de usar rapidamente quando subimos e então jurar não visitá-lo de novo até a manhã.
Um dia brincando com água e fogo e gelo e escuridão na chuva congelante tinha me exaurido tanto que ninguém me olhava, nem mesmo o mais bêbado e solitário dos clientes da taverna da cidade. A pequena cidade mal passava daquilo: um conjunto formado pela estalagem, uma alfaiataria, uma mercearia e um bordel. Tudo voltado para os caçadores, os guerreiros e os viajantes que passavam por aquela parte da floresta a caminho das terras illyrianas, ou para fora delas. Ou apenas para os feéricos que moravam ali, solitários e felizes com isso.
Pequena e remota demais para que Amarantha e seu séquito sequer se importassem.
Sinceramente, não me interessava onde estávamos, contanto que fosse seco e quente.
Rhys abriu a porta para nosso sótão e se afastou para me deixar passar.Bem, pelo menos o quarto era seco.
O teto era tão rebaixado que, para chegar ao outro lado da cama, eu precisaria engatinhar pelo colchão; o quarto era tão minúsculo que era quase impossível dar a volta pela cama até o armário mínimo enfiado contra a outra parede. Eu podia facilmente sentar na cama e abrir o armário.
A cama.....
— Eu pedi duas — falou Rhys, já com as mãos erguidas.
A respiração dele se condensou diante do rosto. Não havia nem mesmo uma lareira.
E não havia espaço bastante para que eu sequer exigisse que Rhys dormisse no chão.Não confiei no meu domínio das chamas para tentar aquecer o quarto. Provavelmente queimaria aquela espelunca toda até o chão.
— Se não pode arriscar usar magia, então precisaremos aquecer um ao outro — falei, e imediatamente me arrependi. — Calor do corpo — esclareci. E, só para tirar aquele olhar do rosto dele, acrescentei — no orfanato onde eu vivi, era... Sem esperanças de vida com toda a certeza, minhas colegas e eu precisávamos dividir uma cama, estou acostumada.
— Vou tentar segurar as mãos.
Minha boca ficou um pouco seca.
— Estou com fome.
Rhys parou de sorrir ao ouvir isso.
— Vou descer e pegar comida para nós enquanto você se troca. — Ergui uma sobrancelha. Rhys falou: — Por mais que minhas habilidades de me misturar sejam notáveis, meu rosto é reconhecível. Prefiro não ficar lá embaixo por tempo suficiente para ser notado.
De fato, ele tirou um manto da sacola e o vestiu, as faixas verticais cobriram as asas, as quais Rhys não arriscaria fazer sumirem de novo. Ele usara poder mais cedo naquele dia, muito pouco, dissera, para talvez não ser notado, mas não voltaríamos para aquela parte da floresta tão cedo.
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Corte de Sonhos e Estrelas
FantasyE se a história de Rhysand fosse diferente?? e se não fosse Feyre? fosse outra pessoa... e se fosse uma humana de outro mundo? uma fã sua? e se ela fosse uma garota brasileira, maluca pela saga?. Hannah, uma patinadora exemplar, uma artista de mãos...