~♪Hannah ~♪
Naquela noite, Rhysand deixou uma pilha de livros a minha porta com um bilhete.
Tenho assuntos para tratar em outro lugar. "A casa é sua. Mande chamar se precisar de mim.
Dias se passaram; e eu não precisei.Rhys voltou no fim da semana. Tomei o hábito de ficar em uma das pequenas salas que davam para as montanhas, e li um livro inteiro na poltrona de estofado macio, Mas aquilo preenchera meu tempo, me dera a companhia silenciosa e constante daqueles personagens, os quais não existiam e jamais existiram, mas, de alguma forma, me faziam sentir menos...
sozinha.A mulher que empunhara uma lança de osso contra Amarantha... Eu não sabia mais onde ela estava. Talvez tivesse sumido naquele dia em que seu pescoço se partiu e a imortalidade feérica tomou conta de suas veias.
Eu estava terminando um capítulo especialmente bom, o antepenúltimo do quinto livro que eu lera, e um vespertino raio de sol amanteigado aquecia meu rosto quando Rhysand passou por duas das grandes poltronas com dois pratos de comida nas mãos e os apoiou na mesa baixa diante de mim.
— Como parece determinada a um estilo de vida sedentário — disse ele — pensei que poderia me adiantar e lhe trazer comida.
Meu estômago já se revirava de fome, e apoiei o livro no colo.
— Obrigada.
Uma risada curta.
— Obrigada? Nada de “Grão-Senhor e criada”? Ou: “Não importa o que queira, pode enfiar na bunda, Rhysand”? — Ele emitiu um estalo com a língua. — Que decepcionante.
Apoiei o livro e estendi a mão para o prato. Rhysand podia se ouvir falar o dia inteiro se quisesse, mas eu queria comer. Agora.
Meus dedos tinham quase tocado a borda do prato quando ele simplesmente o deslizou para longe.
Estendi o braço de novo. Mais uma vez, uma espiral do poder de Rhysand puxou o prato mais para trás.
— Diga o que posso fazer — falou Rhys. — Diga o que posso fazer para ajudá-la.
Rhys manteve o prato além do alcance. Ele falou de novo, e, como se as palavras que saíram afrouxassem o controle dele sobre o poder, garras de fumaça se espiralaram sobre os dedos de Rhysand e enormes asas de sombras se espraiaram de suas costas.
— Meses e meses, e você ainda é um fantasma. Ninguém por lá pergunta que diabo está acontecendo? Seu Grão-Senhor simplesmente não se importa?.
Não, não se importa, e eu não quero nada vindo de Tamlin, nada.
— Me deixe ajudá-la — falou Rhysand. — Passamos por coisas demais Sob a Montanha.
Encolhi o corpo.
— Ela vence — sussurrou Rhys. — Aquela cadela vence se você permitir se desfazer.
Imaginei se ele estava se dizendo isso havia meses, me perguntei se Rhysand também tinha momentos quando as próprias memórias às vezes o sufocavam profundamente à noite.
Mas ergui o livro, disparando três palavras pela ligação entre nós antes de erguer os escudos de novo."Fim da conversa".
— Ao inferno que acabou — grunhiu Rhysand. Um estrondo de poder acariciou meus dedos, e, então, o livro se fechou em minhas mãos. Minhas unhas se enterraram no couro e no papel, inutilmente.
Desgraçado. Desgraçado arrogante e convencido.
Devagar, ergui o olhar para Rhys. E senti... não um temperamento colérico, mas ódio frio e reluzente.
Quase conseguia sentir aquele gelo nas pontas dos dedos, beijando as palmas das mãos. E jurei que gelo cobriu o livro antes que eu o atirasse contra a cabeça de Rhysand.
Ele se protegeu tão rápido que o livro quicou para longe e deslizou pelo piso de mármore atrás de nós.
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Corte de Sonhos e Estrelas
FantasyE se a história de Rhysand fosse diferente?? e se não fosse Feyre? fosse outra pessoa... e se fosse uma humana de outro mundo? uma fã sua? e se ela fosse uma garota brasileira, maluca pela saga?. Hannah, uma patinadora exemplar, uma artista de mãos...