Capítulo 36

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~♪Hannah ~♪

Mor havia explicado como a casa funcionava, os escudos que não permitiam tais pessoas entrarem, contou tudo.

Antes de me deixar ela parou na porta.

— meu primo te ama, Hannah. -disse ela.

Eu me encolhi sentindo meu peito ainda doer.

— não importa se você é de outro mundo.

Eu ergui meu olhar, com o rosto pálido.

— nenhum de nós se importou com isso, acredite, Rhysand percebeu no mesmo instante que não poderia viver sem você, não importa da onde vem, nós amamos você. -ela disse.

— Por favor, não conte a ele onde estou.

— Ele vai tentar encontrá-la.

— Diga que não quero ser encontrada. Não por um tempo.

Mor mordeu o lábio.

— Não é de minha conta...

— Então, não diga nada.

Ela disse mesmo assim.

— Ele queria contar. E estava acabando com ele não o fazer. Mas... Eu nunca o vi tão feliz quanto como fica quando estão juntos. E não acho que essa felicidade tenha algo a ver com você ser parceira dele ou ser de outro mundo.

— Não me importo.

Mor ficou em silêncio, e consegui sentir as palavras que ela queria dizer se acumulando. Então, eu disse.

— Obrigada por me trazer aqui. — Uma dispensa educada.

Mor fez uma reverência com a cabeça.

— Voltarei em três dias. Há roupas nos quartos, e toda a água quente que quiser. A casa é encantada para cuidar de você, apenas deseje ou fale de coisas, e tudo será feito.

Eu só queria solidão e silêncio, mas... um banho quente parecia uma boa forma de começar.

Mor deixou o chalé antes que eu conseguisse dizer mais alguma coisa.

Sozinha, sem ninguém por perto em quilômetros, fiquei na cabine silenciosa e encarei o nada e logo, desabei a chorar.

Não ousei chamar Balyo, não queria ninguém perto de mim no momento, não queria ninguém me consolando nem nada. Queria ficar só, só com meus pensamentos e minha dor.

Ele queria me ter longe, ele queria me jogar no meu mundo triste e cruel de novo, ele queria me mandar embora.

Solucei escorregando pela parede até chegar ao chão.

Abracei meus joelhos e me permiti chorar mais e mais.

Hannah... Onde você está? Por favor.

Silêncio, não respondi quando ele me chamou pelo acordo outra vez.

Me diga onde está, eu... Por favor, Hannah, me perdoe.

Não respondi, ele continuou me chamando até eu perder minha paciência e bloqueá-lo da minha mente, fechar os escudos e brechas mentais de tal forma que eu não o ouvisse mais.

E então eu dormi, dormi no chão de tanto chorar.

No dia seguinte eu me pus a explorar a casa, não queria mais chorar, não ia mais.

Até que achei na dispensa..

Meia dúzia de latas de tinta.
Papel e algumas telas. Pincéis velhos e salpicados de tinta de mãos preguiçosas.

Corte de Sonhos e EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora