Capítulo 48

3.5K 324 91
                                    

~♪Hannah ~♪

Eu mal tinha escutado qualquer sussurro sobre Jurian nessas últimas semanas , não tinha visto o capitão humano ressuscitado desde aquela noite em Hybern.

Jurian havia renascido pelo Caldeirão através de seus odiosos restos, os que Amarantha usara como troféu por quinhentos anos, sua alma aprisionada e consciente de tudo ao redor com o seu olho, magicamente preservado.

Ele era louco já tinha enlouquecido há muito tempo, antes mesmo do rei de Hybern o ter ressuscitado para guiar as rainhas humanas por um caminho de ignorância subserviência.

Tamlin e Lucien sabiam. Sabiam e tinham visto aquele brilho nos olhos de Jurian.

Mas... Eles pareciam não se importar completamente que o rei de Hybern possuía o Caldeirão, que era capaz de rachar o mundo no meio. Começando com a muralha. A única coisa que se interpunha entre os já reunidos exércitos Feéricos letais e as vulneráveis terras humanas abaixo.

Não, aquela ameaça não parecia manter Tamlin ou Lucien acordados à noite. Ou de convidar esses monstros para sua casa.

Tamlin me prometera, quando retornei, que eu ficaria a par de cada planejamento, de cada reunião. E ele tinha cumprido sua palavra e tinha dito que Jurian chegaria em dois dias com dois outros comandantes de Hybern e eu estaria presente no momento.

Está tudo correndo de acordo com o meu plano.

E de fato eles desejavam investigar a muralha, buscar por um ponto perfeito para que pudessem render ao Caldeirão, assim que ele tivesse recuperado suas forças.

Ter transformado minhas irmãs em Feéricas tinha, aparentemente, sugado suas forças.
Minhas presunções sobre isso tinham durado pouco.
Minha primeira tarefa: descobrir onde eles pretendiam atacar e quanto tempo levaria para que o Caldeirão recobrasse sua força total. Então passar a informação para Rhysand e os outros.

Tomei cuidado extra ao me vestir naquele dia, depois de um jantar abastado com uma Ianthe "cheia de culpa" que tomara todo caminho possível para beijar nossos traseiros, o meu e o de Lucien. A sacerdotisa aparentemente queria esperar até que os comandantes de Hybern estivessem acomodados para fazer sua entrada.

Eu estava a ponto de a matar, se Lucien não fosse tão sensato, apesar do ódio pelo o que ela fez a Pietra.

Ela arrulhou algo sobre querer que eles tivessem a oportunidade de nos conhecer antes que ela interrompesse o encontro. Mas um olhar para Lucien e eu compreendi que ele concordava comigo: ela havia planejado alguma entrada gloriosa.
Fazia pouca diferença para mim para meus planos.

Planos que eu mandara pelo laço da parceria na manhã seguinte, palavras e imagens tropeçadas ao longo de um corredor de noite.

Não ousava a usar o laço com muita frequência. Havia me comunicado com Rhys apenas uma vez desde que chegara ali. Uma única vez, nas horas posteriores à minha entrada no antigo quarto e espiar o que os espinhos haviam conquistado.
Foi como se tivesse gritado à uma grande distância, como falar debaixo d'água.

Estou a salvo e bem. Havia disparado pelo laço. Contarei o que sei em breve. Esperei, deixando que as palavras viajassem na escuridão. Então, perguntei: eles estão bem? Estão feridos?

Às vezes, por um segundo, eu esquecia que havia lido o livro, mas desde que cheguei aqui, decidi ir conforme eu acho melhor, não como Feyre um dia fizera.

Não me lembrava de o laço entre nós ser tão difícil de ouvir, mesmo quando eu ainda morava nesse lugar e ele costumava se certificar de que eu estava respirando, que meu desespero ainda não tinha me engolido por inteiro. Mas a resposta de Rhys veio um minuto depois: Eu te amo. Eles estão bem, estão se curando.

Corte de Sonhos e EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora