Capítulo 67

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Hannah

Eu me remexia na cama, desconfortável, podia ver ao longe no relógio, é tarde da madrugada.

Minhas respiração ressonava um tanto angustiada e irritada.

Eu não conseguia dormir, eu abri os olhos novamente, e fitei o teto, encarei de relance Rhysand que dormia.

Eu me esgueirei devagar para fora da cama, então, vesti o hobby de seda azul marinhos, o qual faz par com a camisola, ele passou por meus braços e  deslizou como mel em minha pele.

Amarrei a fita na cintura em um laço frouxo e caminhei até a sacada, as cortinas balançando com o vento.

Os meus fios ruivos foram jogados para trás e eu fechei os olhos, soltando um suspiro inquieto, mas confortável finalmente.

Eu me recostei no parapeito, encarando a cidade que brilhava logo abaixo.

Um ser surgiu ao meu lado, aquela raposa espírito repousou de forma preguiçosa, deitado no parapeito da sacada.

— Sem sono? -o encarei.

Ele suspirou, dando de ombros.

— É estranho ser feérico, por isso opto tantas vezes por ficar na minha forma espiritual. —se espreguiçou— mas eu estou um pouco inquieto esta noite, o que me levou a terrível insônia... E você?

— Posso dizer o mesmo que você, tirando a parte de espírito. -esbocei um sorriso cansado.

— Quer conversar com o seu bonitão aqui? —abanou as sobrancelhas— sabe que além de conselheiro eu sou o seu amigo.

Eu assenti.

— Melhor amigo. -corrigi.

Ele sorriu.

— Então vai falando, sei que o que você não consegue dividir com o Bat boy você fala pra mim.  —ele cruzou as patas— o que se passa nesse coraçãozinho e cabecinha?

Eu soltei um suspiro.

— Não sei, muitas coisas, a guerra. -murmurei.

— Sempre soubemos que sua jornada até aqui não seria fácil, e que uma hora a parte turbulenta do livro iria chegar. -ele disse.

Eu assenti.

— Mas não estou totalmente pronta. —murmurei— ah, Balyo, ler isso era tão mais fácil do que viver.

— Mas era como estar vivendo. -lembrou.

Eu assenti.

— Essa história da minha mãe também me perturba, saber que meu destino sempre foi parar aqui. —murmurei— me pergunto se Fred e o bruxo sabiam de tudo, me pergunto se eu estava mesmo prestes a morrer naturalmente ou se foi a magia dizendo que meu tempo na terra havia acabado, que eu deveria voltar.

— É, entendo sua preocupação. —ele disse— mas, se anime! Você tem o seu Bat boy, ele daria tudo por você.

— É disso que eu tenho medo. —confessei— Rhysand daria tudo por mim, até a própria vida, e eu não quero que ele se sacrifique assim por mim, eu não suportaria vê-lo morrer, Balyo. -abracei meu próprio corpo.

As minhas asas farfalharam com a brisa fria, de fechando pouco ao meu redor, para afastar o frio.

— É uma pena isso não ser uma escolha nossa. —suspirou— se fosse, as coisas seriam mais fáceis, mas pense só.

Eu o encarei.

— As melhores histórias são assim. -ele disse.

— Com uma protagonista louca e flamejante, que não sabe o que fazer. -bufei uma risada.

Corte de Sonhos e EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora