Capítulo 43

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Anne já em seu quarto toma um banho e vai se deitar. O celular de Anne toca e ela vai até a sala para pegá-lo que estava sobre o sofá.

- Oi Sophie. (diz ela super desanimada)
- Oi amiga. Eu to ligando pra saber como você está e como foi sua conversa com o crocodilo velho.
- Foi horrível! (Anne já estava chorando)
- O que houve?
- Ele quer que eu faça um aborto.
- Meu Deus Anne! Você não vai fazer, vai?
- É claro que não. Jamais! Eu vou ter esse filho.
- Aposto que ele ficou furioso, não foi?
- Nem imagina. Ele disse que esse filho será minha ruína como eu fui pra minha mãe.
- Que monstro Anne!

Anne estava aos prantos.

- Não chora amiga. Fica calma! Ficar desse jeito pode não fazer bem pra você e pro bebê. Quer que eu vá dormir aí?
- Não precisa obrigada!
- Tem certeza?
- Tenho. Eu vou ficar bem.
- Tudo bem. Minha mãe vai falar com você.
- Tá.
- Beijinhos. (diz Sophie)
- Outro.
- Oi meu anjo.
- Oi Susan.
- Como você está?
- Bem... na medida do possível. Vomitando e com tontura.
- Você jantou?
- Até que eu tentei. Só que a comida não permaneceu no estômago por muito tempo. É horrível.
- Eu sei. É assim mesmo, depois passa.
- Tomara. (diz Anne)
- Olha só, eu marquei uma consulta com o obstetra pra amanhã de manhã. Você passa aqui amanhã de oito horas. A consulta será às nove e meia. Eu vou acompanhá-la.
- Eu vou sim. Obrigada!
- Tomara que seu tutor deixe você ir.
- Ele não tem que deixar nada. Eu irei sim.
- Ok. Amanhã a gente se vê então. Se cuida meu anjo. Tchau!
- Pode deixar. Tchau!

Anne volta pra cama e não demora muito pra pegar no sono.
Às 7:00 horas Anne já estava de pé, mas não se aguentava de tanto sono.

- Por que tinha que ser tão cedo? (resmunga ela)

Ela vai até o banheiro, joga água no rosto e pega a escova de dentes. Mal ela começou a escová-los e já estava vomitando de novo. Só que não saía nada porque estava de estômago vazio. Ela joga água na boca e seca o rosto.

- Que porcaria! Quando isso vai passar? Espero não ficar assim os nove meses.
- Ô meu filho... dá uma trégua. Tenha dó da sua mãe.

Anne conversava com seu bebê como se ele já estivesse em seus braços. Ela vai pra debaixo do chuveiro e toma um banho morno. Enquanto estava no banho, suas vistas escureceram e ela se apóia no vidro do Box, abaixa a cabeça de olhos fechados e respira fundo.

- Meu Deus, eu não posso passar mal aqui sozinha.

Anne termina seu banho rapidinho. Ela sai do banheiro e veste uma blusa tomara que caia e uma saia jeans não tão curta. Depois calça sandálias pretas de salto alto e seus cabelos que estavam malhados, ficam soltos repartidos ao meio. Ela pega sua bolsa e desce pra tomar café.

- O que eu vou comer? Não to com vontade de nada. (diz pra si mesma)

Dessa vez ela não pediu as torradas com geléia que tanto adorava. Resolveu pedir um iogurte natural, mamão e suco de laranja. O iogurte ela só comeu a metade, o mamão quase nada, mas o suco de laranja ela tomou até a última gota, mas não que estivesse com vontade de tomá-lo. Logo em seguida lhe veio aquela ânsia pra vomitar.

- Ai merda! Sustenta... sustenta... (diz ela abaixando a cabeça e prendendo a respiração)

Ela ficou assim por alguns segundos. Percebendo que havia passado a vontade de vomitar, ela levanta a cabeça. Anne pega sua bolsa e se levanta bem devagar respirando fundo. Ela teve uma pequena vertigem, mas nada que a impedisse de sair. Quando ela estava passando pelo saguão, o seu tutor estava lá falando com um hospede. Ele interrompe a conversa e vai falar com ela.

- Dawson... aonde pensa que vai?
- Não é da sua conta.
- Como ousa falar comigo desse jeito, sua fedelha insolente! (diz ele segurando com fmesmao braço dela)
- O Sr. está me machucando. Me solte ou farei um escândalo lhe desmoralizando na frente dos hospedes.
- Não me ameace! (diz ríspido apertando mais o braço dela)
- ME SOLTE! (diz ela num tom nada agradável pra ele)

Ele a olha irado e solta o braço dela, deixando as marcas de seus dedos. Ele aproxima o seu rosto do dela e diz por entre os dentes:

- Não pense que por estar grávida ficou dona do seu nariz.

Anne apenas o olha.

- Eu quero que me diga onde estava indo.
- Não estava, estou indo. Não que seja da sua conta como eu já disse, mas... vou matar sua curiosidade.
- Estou indo fazer meu primeiro pré-natal.
- Há, há, há... (ele dá uma gargalhada irônica)
- Do que está rindo?
- Tudo bem. Não vou impedi-la. Pode ir... vá brincar de ser mãe. Mas não vá se acostumando com isso não. Irá durar pouco.
- Não estou brincando de ser mãe. Eu vou ser!

Ele com um sorriso irônico apenas a olha. Ela com muito ódio lhe dá as costas e sai do Hotel. Ele fica parado olhando para a saída do Hotel que nem percebeu que o hospede que estava conversando com ele anteriormente havia se aproximado e estava lhe chamando.

- Sr. ... Sr. ...
- Sim. (diz ele distraído sem nem olhar pro hospede)
- Será que podemos continuar nossa conversa?
- Perdão... o que disse? (pergunta Sr. Wilkinson virando para olhá-lo)
- Nossa conversa Sr.
- Ah sim, claro. Me desculpe! Vamos ao meu escritório. Lá conversaremos sem sermos interrompidos.
- Sim Sr. (diz o hospede)

Anne estava dentro de um táxi indo pra casa de Sophie. Ela estava com a cabeça apoiada no encosto do banco traseiro. O taxista a olha pelo retrovisor e pergunta:

- A Srta. está bem?
- Estou.

A verdade é que ela estava muito enjoada com o balanço do carro, mas não podia dizer isso ao taxista. Imagina o desespero dele se soubesse que ela poderia vomitar no seu táxi limpinho e novinho comprado há apenas uma semana. Não demora muito e o táxi para na frente da casa de Sophie. Anne paga o taxista e quando sai do carro o seu enjôo ficou mais forte e ela vomita ali mesmo na calçada. O táxi ainda estava parado e o taxista presenciando a cena diz pra si mesmo com cara de nojo:

- Obrigado meu pai por não ter sido dentro do meu carro.

O táxi vai embora. Anne toca a campainha e Susan abre a porta.

- Pelo amor de Deus, me deixa usar o banheiro. (diz Anne entrando)
- Claro. O que houve?

Susan acompanha Anne até o banheiro.

- O de sempre. Eu vomitei na calçada quando desci do táxi.

Anne joga água no rosto e na boca.

- Ainda bem que não foi dentro do táxi, né? (diz Susan)
- Acho que o taxista tá agradecendo a Deus até agora por eu não ter feito isso. (diz ela com um leve sorriso fazendo Susan sorrir também)

Sophie aparece na porta do banheiro.

- Oi amiga. Vomitou de novo, né?
- Pois é.

Anne olha pra Sophie arrumada e pergunta:

- Você também vai?
- É claro. Você acha que eu ia perder a primeira consulta do meu sobrinho ou sobrinha?

Anne lhe dá um lindo sorriso. Ela seca o rosto e sai do banheiro.

- Já é oito e quarenta. É melhor a gente se apressar. (diz Susan)
- Eu vou pegar minha bolsa. (diz Sophie)

Sophie vai até seu quarto pegar sua bolsa. Anne e Susan ficam na sala esperando por ela. Susan havia pedido um táxi pelo telefone antes de Anne chegar. O táxi para em frente a casa de Susan e buzina.

- O táxi chegou. (diz Susan olhando pela janela)
- Anda Sophie. Que demora pra pegar uma bolsa. (diz Susan)
- To indo. (diz ela descendo as escadas)

Elas entram no táxi e seguem até a maternidade. Chegando lá, Susan vai até a recepção fazer a ficha de Anne. Depois uma enfermeira leva Anne pra se pesar e verificar a pressão.

- Sua pressão está normal. (diz a enfermeira)
- O seu peso está bom, mas vai aumentar com o passar dos meses.

Anne pesa 50 quilos.

- Ai não me diga. Quer dizer que foi em vão ter feito dieta a vida toda?
- Parece que sim. (diz a enfermeira rindo)
- E em quanto será esse aumento de peso? (pergunta Anne desanimada)
- O normal é que se ganhe até 12 quilos. Tem grávida que ganha muito mais, só que não é muito adequado. Até 14 é considerável.
- 14? Não!

A enfermeira não conseguia conter o riso.

- É melhor ir se acostumando porque será inevitável. (diz a enfermeira)
Susan e Sophie estavam esperando Anne na sala de espera. Anne volta pra junto delas e aguarda ser atendida pelo obstetra. Chega a vez de Anne e a enfermeira a chama:

- Anne Dawson.

Anne se levanta e pergunta pra Susan:

- Você não vem?
- Não minha querida. Terá que entrar sozinha.
- Ah não. Ela não pode entrar comigo? (pergunta Anne para a enfermeira)
- Não. Sinto muito!
- Vá tranquila meu anjo. Ele é um excelente médico.
- Tudo bem. (diz Anne)

Anne entra no consultório.

- Bom dia Srta.! (diz o obstetra)
- Bom dia Dr. (diz Anne meio sem jeito)
- Sente-se por favor!
- Dá licença!

Anne se senta e fica apertando as próprias mãos de tão nervosa. O Dr. é um Sr. de cabelos brancos, olhos azuis, usa óculos e tem 67 anos. Sem contar que é muito amoroso e simpático.

- Vejo em sua ficha que tem apenas 17 anos.
- Sim Sr.
- Um bom peso, pressão normal... (diz ele pra si mesmo analisando a ficha dela)
- Quando ficou menstruada pela última vez?
- Em Dezembro. (diz ela constrangida)
- E quando foi a sua última relação sexual?

Anne corou violentamente. O obstetra deu um leve sorriso. Já estava acostumado com esses constrangimentos.

- Foi dia 26 de Dezembro.

Ela se lembrava daquele dia como se tivesse sido há algumas horas.

- A Srta. está com quase nove semanas.
- É sua primeira gestação?
- Sim Sr.
- A Srta. tem algum problema de saúde? Ou alguém na família que tenha ou teve?
- Não Sr. eu não tenho. E quanto à família... eu não sei. Não tenho pai nem mãe. Eu tenho um tutor, fui criada por ele desde que nasci. A única coisa que sei sobre minha mãe é que ela morreu logo depois que eu nasci.
- Sinto muito!
- Tudo bem.
- Morreu em conseqüência do parto?
- Acho que sim.
- A Srta. não sabe quais foram os motivos?
- Não Sr. acho que teve umas complicações, não sei ao certo.
- A Srta. não tem irmãos, tios, primos...
- Irmãos eu não tenho, já tios e primos eu não sei.
- E seu pai?
- Eu nunca soube dele. Não sei se tá vivo, se tá morto.
- Me desculpe fazer essas perguntas.
- Tudo bem, já to acostumada.
- E o pai do seu bebê?
- Ah... é... eu prefiro não falar sobre ele, se não se importa.
- Claro que não. Só me diga uma coisa: ele sabe que está grávida?
- Ainda não. Ele teve que viajar pra Londres. Mas quando ele voltar eu conto. Se ele voltar. (esse finalzinho ela disse num sussurro de cabeça baixa)
- Compreendo. (diz o obstetra)
- Agora eu vou examiná-la. Por favor tire suas roupas, vista aquele roupão e deite-se na cama.
- Sim Sr.

Anne super constrangida vai para trás de um biombo, tira as roupas e depois veste o roupão. Só que ela havia colocado o roupão ao contrário, com a abertura para trás. Quando ela sai detrás do biombo o obstetra a olha sorrindo e diz:

- Está ao contrário. A abertura é pra frente.
- Ah... perdão. É que... eu to meio nervosa... (diz Anne corando)
- Não se preocupe. Acontece. (diz ele ainda sorridente)

Anne volta pra trás do biombo, veste direito o roupão e depois deita na cama.

- A Srta. já fez o exame preventivo alguma vez? (pergunta ele colocando as luvas)
- Nunca foi a uma ginecologista?
- Sim, mas... nunca fiz esse exame.
- Sei. Sentirá um incomodo, mas nada que não possa suportar.

Anne apenas balança a cabeça afirmativamente muito constrangida. O obstetra faz o exame cuidadosamente nela. Terminado o exame ele diz:

- Agora vamos fazer um ultra-som.
Ele passa um gel sobre a barriga dela e desliza o aparelho. Anne fica olhando para a tela do computador e ele lhe mostra um pontinho pulsando.

- É o coração? (ela pergunta curiosa)
- Sim. Depois quer ouvi-lo?
- É possível? (pergunta ela surpresa)
- Claro.
- Mas é tão pequenininho. (diz ela fazendo-o sorrir)

Depois da ultra ele coloca um aparelho sobre a barriga dela. Anne começa a ouvir o coração batendo acelerado. Nesse momento ela não conseguiu conter as lágrimas de emoção e pensa consigo mesma:

“Johnny... eu queria tanto que você estivesse aqui comigo”.

- Que lindo! (diz ela com a voz embargada)
- É assim mesmo? (pergunta ela)
- A que se refere? (pergunta o obstetra)
- É que tá batendo muito rápido. (diz ela preocupada)

Ele ri e diz:

- É, é assim mesmo. Não se preocupe.

Ele desliga o aparelho, a manda se levantar e vestir as roupas. Já vestida, ela se senta à frente da mesa dele novamente.

- Está tudo bem com seu bebê.
- E comigo?
- Aparentemente está bem. Mas só vamos saber depois de uns exames. Vou lhe pedir que faça um hemograma completo, glicose, colesterol, urina, fezes e AIDS.
- AIDS? (pergunta ela assustada)

Ele sorri mais uma vez e diz:

- Não se preocupe. É normal pedirmos esse tipo de exame.

Anne apenas dá um sorriso constrangido.

- Eu farei esses exames hoje?
- Não. A Srta. terá que estar de jejum.
- Mas eu estou. Vomitei todo o café da manhã. Com certeza meu estômago está vazio.

Ele ri mais abertamente e diz:

- Não esse tipo de jejum. A Srta. não poderá ingerir nada a partir das 19:00 horas do dia anterior ao exame.
- Não será difícil. Não sinto vontade de comer nada mesmo.
- Mas não pode ser assim Srta. Tem que se alimentar. Precisa se esforçar, pela Srta. e principalmente pelo seu bebê.
- Sim Sr.
- Faça os exames e mês que vem me traga-os, certo?
- Sim Sr.

Anne se levanta e ele a acompanha até a porta.

- Esperarei a Srta. no mês que vem com um quilinho a mais, combinado?
- Ai, nem me lembre disso. (diz ela com cara de desgosto fazendo-o rir)
- Até mês que vem! (diz ele levantando a mão para cumprimentá-la)
- Até Dr.! (Anne o cumprimenta)

Anne sai do consultório e vai até Susan e Sophie.

- E aí amiga? (pergunta Sophie ansiosa)
- Então... o que achou dele? (pergunta Susan)
- É um excelente médico e é muito simpático.
- Eu não disse.
- Eu ouvi o coração do bebê.
- Jura? Ai eu queria tanto ter escutado. (diz Sophie)
- Eu fiz ultra-som e preventivo também. Ele me fez um monte de perguntas. Se eu tinha alguma doença ou algum parente que tenha ou teve.
- E o que você disse? (pergunta Sophie)
- Que não tenho nenhuma doença e que sobre a família eu não poderia saber porque não tenho ninguém. Eu só disse a única coisa que sei, que minha mãe morreu depois do parto.
- E o que ele disse? (pergunta Susan)
- Perguntou se eu sabia os motivos da morte dela e eu disse que não. E perguntou também sobre o pai do meu bebê e se ele sabia que estou grávida.
- Você disse que é o Johnny? (pergunta Sophie)
- Não, claro que não. Eu só disse que ele tinha viajado pra Londres e que quando votasse, se voltasse eu contaria.
- Como assim se voltasse? (pergunta Sophie)
- É claro que Johnny vai voltar. (completa Sophie)
- Eu queria ter sua confiança Sophie. Mas já fazem dois meses e nem um telefonema. (diz ela com o olhar triste)
- E olha que ele disse na véspera de Ano Novo que não conseguia ficar sem ouvir minha voz. Imagina se conseguisse ficar, né?
- Não fica assim. Apenas acredite no amor dele. Ele não jurou que nunca ia te esquecer e que voltaria? (diz Sophie)
- Sim.
- Então. Que importância tem se ele não se comunica? O importante é que você sabe que ele te ama.
- Tem razão. Você sempre tem razão Sophie.
- Que isso amiga.
- Ah, o obstetra também passou um monte de exames, inclusive de... AIDS. (diz Anne sussurrando)
- AIDS? (Sophie pergunta alto)
- Shhhh... fala baixo Sophie! (diz Anne)
- Me desculpe! Mãe... por que AIDS? (pergunta Sophie sussurrando)

Susan ria.

- É normal minha querida. (diz Susan)
- Foi o que ele disse. (diz Anne)
- Tem certeza ou esse médico tá ficando gagá? (pergunta Sophie)
- Claro que tenho Sophie. E mais respeito com ele. Foi ele que trouxe você ao mundo.
- Perdão!
- E quando você vai fazer esses exames? (pergunta Susan)
- A enfermeira marcou pra depois de amanhã às sete da manhã. Ai, vou ter que madrugar... (diz ela desanimada)
- Se prepara porque isso é só o começo. (diz Susan)

Elas ficam na frente da maternidade esperando um táxi.

Na casa de Sophie antes delas chegarem, para um carro em frente. A campainha é tocada mais ninguém atende.

- Droga! Não é possível que não tenha ninguém em casa. Acho que vou esperar.

Era Johnny que havia chegado de Londres. Ele tinha chegado bem cedo e ido pra sua própria casa que tem na Califórnia. Ele em vez de esperar dentro de seu carro, resolve se sentar no batente da varanda da casa. Elas já estavam a caminho. Passam duas mulheres em frente a casa de Sophie e vêem Johnny sentado. Meio desconfiada uma delas que é loira pergunta pra outra que é morena:

- Aquele ali não se parece com aquele ator... que fez o barbeiro assassino?
- Johnny Depp. É... parece mesmo. Mas é claro que não é. Não pode ser. (diz a morena)
- Tem razão. Seria impossível. O que Johnny Depp estaria fazendo aqui no nosso bairro? E ainda mais sentado na porta de Susan. (diz a loira)
- Mas não custa nada saber quem é, não é mesmo? (pergunta a morena)

As duas vão se aproximando dele. Johnny olha para um lado e para o outro e percebendo que elas se aproximavam, ele se levanta pensando:

- Péssima idéia não tá esperando dentro do carro. Ferrou! Me reconheceram.
- Dá licença! É... você não é quem eu to pensando que é, ou é? (pergunta a morena)

Johnny dá um sorrisinho e diz:

- Não, não sou eu.
- Mas você não sabe em quem eu to pensando. (diz ela)
- Seja lá quem for essa pessoa, não sou eu. Pode acreditar.

Ela se aproxima ainda mais o analisando.

- É você sim.
- Tem certeza? (pergunta a loira também o analisando)
- Tenho. (diz ela olhando para a loira)

A morena olha pra Johnny novamente e diz:

- Você é Johnny Depp sim!
- Jura? (pergunta ele com um sorriso contido)
- O que faz aqui? (pergunta a loira)
- Eu não disse que eu era eu. Se é que me entenderam? (diz ele divertido)

Elas riram.

- Você tem razão, é ele sim. Só Johnny Depp tem esse senso de humor e esse... sorrisinho, é claro.
- É sou eu. Mas por favor, não espalhem... (suplica ele juntando as duas mãos)
- Não, pode deixar. (diz a morena)
- Pode deixar coisa nenhuma. Eu pelo menos só não vou espalhar com uma condição. (diz a loira que era um tanto quanto atiradinha)
- Nada imoral, eu espero! (diz ele com o sorriso contido)
- Claro que não. A não ser que você queira. (diz a loira se insinuando pra ele)
- Não, não... que isso. Eu to sóbrio de imoralidades por enquanto. (diz ele divertido fazendo as duas rirem)
- Se mudar de idéia... eu moro naquela casa ali. (diz ela apontando pro outro lado da rua)

Ele fica sem graça e dá um sorrisinho fechado.

- Você fica tão bonitinho tímido. (diz a morena)
- Obrigado! (agradece ele sem jeito)
- Então... voltando ao assunto... pode ficar tranquilo que a condição não é nada imoral. Eu só quero tirar uma foto com você.
- Ah bom. Isso eu posso fazer. (diz ele com um sorriso de canto de boca)

A loira pega o celular e pede pra amiga tirar uma foto dela com Johnny. Depois a morena fica abraçada à Johnny e a loira tira a foto. As duas se despedem dele com um abraço e um beijo no rosto. O beijo da loira foi bem pertinho da boca dele deixando-o sem jeito. Então ela diz:

- Quase beijei sua boca. Me desculpe! (ela se desculpa mordendo o lábio inferior)
- Tudo bem. (diz ele só por educação e completamente envergonhado)

Ela se afasta dando uma piscada pra ele. Johnny apenas dá um sorriso contido. Elas vão embora e ele dá um suspiro aliviado. Johnny volta a se sentar no batente da varanda pensando:

- Tomara que não apareça mais nenhuma tarada.

Ele não pode conter o riso com seus próprios pensamentos. Depois de uns minutos um táxi para em frente a casa e Johnny se levanta na esperança de serem Sophie e Susan. Ele não sabia que Anne estava com elas. Susan sai primeiro do táxi e logo em seguida Sophie. Antes de Anne sair, Susan e Sophie viram Johnny parado na frente da varanda e Sophie leva a mão à boca de surpresa e olha pra mãe. Anne sai de dentro do táxi de cabeça baixa e quando ela levanta a cabeça, vê Johnny. Ele a olha com um lindo sorriso e dá uma piscada. Anne não consegue conter o choro. Ela corre até ele e o abraça forte aos prantos. A emoção que ela estava passando era tão grande que desmaia nos braços dele. Johnny a sustenta e fica desesperado.

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