- Eu prometo que não vou fazer mais nada estúpido como o que eu fiz lá na cozinha.
Susan a olha e acaricia o rosto dela.
- Tudo bem. E por favor, tenha mais respeito pelo o Sr. Freeman. Sem gracinhas, combinado?
- Combinado.
Susan segura o rosto da filha com as duas mãos e dá um beijo na testa dela.
- Mas juízo nessa sua cabecinha de vento. (diz Susan com um sorriso)
Sophie sorri. Susan se levanta, vai até Anne, dá um beijo no rosto dela e se retira do quarto. Anne volta a se sentar na cama e diz:
- Ouviu o que sua mãe disse? Juízo Sophie... juízo!
Sophie ri.
- Eu esqueci de perguntar uma coisa pra minha mãe.
- O que?
- Como ela conseguiu convencer o Sr. Freeman a entrar e ainda mais... jantar. (diz Sophie sorrindo)
- Isso eu também queria saber. (diz Anne também sorrindo)
O celular de Anne toca.
- Oi amor! (diz Anne)
- Oi princesa! Já estou no avião. Anne, acho que só vou chegar lá pras 2 da madrugada.
- Nossa! Tão tarde assim?
- Pois é. Por isso eu não acho adequado que você vá ao aeroporto.
- Sinto muito, mas você não vai me convencer. Eu já estou aqui na casa de Sophie.
- Nada que eu diga vai fazer você mudar de idéia, não é?
- Não. (diz Anne sorrindo)
Johnny sorri e diz:
- Ok então... mas tenha cuidado. Pede pra Susan acompanhar você e Sophie, ok?
- Ok.
- Eu te amo! (sussurra ele)
- Eu também. Não vejo a hora de você chegar.
Johnny sorri passando a mão pelos cabelos.
- Mas não fica acordada não. Vê se dorme um pouco.
- Pode deixar. Manda um beijo pro Orlando.
- Vou mandar.
Sophie faz gestos pra Anne, indicando que também está mandando um beijo pro Orlando.
- Johnny, diz pro Orlando que Sophie tá mandando um beijo pra ele.
- Só pra ele? E pra mim? (pergunta ele rindo)
Anne ri e diz pra Sophie:
- Johnny quer saber se você não vai mandar um beijo pra ele também.
- O que eu vou mandar pra ele é isso... (Sophie faz um gesto obsceno com o dedo médio)
Anne deu uma gargalhada.
- O que foi Anne? O que ela disse? (pergunta ele rindo)
- Ela fez um gesto obsceno com o dedo pra você.
Johnny riu.
- Que menina educada. (diz ele rindo)
Anne também riu.
- Diz pra ela que eu to mandando um beijo. Agora eu preciso desligar.
- Ok amor! Até mais tarde!
- Até!
Ambos desligam e Anne diz:
- Ele disse que você é uma menina educada e te mandou um beijo.
- Há, há, há... (Sophie ri debochada)
Anne revira os olhos sorrindo.
- Johnny disse que só vão chegar lá pras 2 da madrugada.
- 2 da madrugada? Que droga!
- Pois é. É melhor irmos dormir agora. Mas primeiro temos que avisar a sua mãe.
- Ok. Vamos até o quarto dela.
Sophie e Anne vão até o quarto de Susan.
- 2 da madrugada? É muito tarde meu anjo.
- Eu sei. Mas eu não vou desistir, preciso ver o Johnny. Você vai com a gente, não vai?
- Bem... eu até iria, mas como agora você tem um guarda-costas, acho que não será necessário. Você e Sophie ficarão seguras com ele.
- O Sr. Freeman não sabe que vou ao aeroporto.
- O quê! Você tá me dizendo que vai escondido?
- Sim. Ele não pode saber, senão vai contar tudo pro Sr. Wilkinson.
- Anne, isso não tá certo. Não vou deixar você e Sophie saírem escondido as 2 da madrugada e sozinhas.
- É por isso que eu quero que você vá com a gente.
- Me desculpe! Mas não farei isso. É loucura.
- Susan, por favor!
- Mãe...
- Sinto muito meninas. Não vou fazer parte dessa loucura.
- Susan, isso é muito importante pra mim.
- Então conte para o Sr. Freeman. Não saia escondida.
- Você sabe que eu não posso. Se o traste ficar sabendo eu nem sei do que ele será capaz, por favor.
- Me desculpe meu anjo! Dessa vez não poderei ajudar. Essa loucura não dará certo. Falo isso pro seu bem.
- Mãe... por favor!
- Não Sophie.
- Então como eu vou ver o Johnny?
- Amanhã com mais calma você pensa em um jeito. Não assim, fugida durante a madrugada. Johnny sabe sobre o Sr. Freeman?
- Não tive coragem de contar por telefone. Eu teria que falar que o Sr. Freeman está me protegendo do Josh e Johnny ficaria preocupado. Prefiro contar pessoalmente. Me ajuda Susan, por favor!
- Não tem como você sair escondida. Ele está lá fora. E mesmo que tivesse um jeito, eu não posso concordar com isso. Sinto muito meninas, mas essa é minha última palavra.
Anne e Sophie fizeram cara de desânimo.
- Tudo bem Susan. Vou ligar pro Johnny e dizer que não irei ao aeroporto.
- Faça isso. Não fique aborrecida comigo meu anjo.
- Não estou. Boa noite!
- Boa noite!
- Boa noite mãe! (diz Sophie desanimada)
- Boa noite meu amor!
Anne e Sophie saem do quarto de Susan e voltam para o quarto de Sophie.
- Que droga! (diz Sophie)
- Vou ligar pro Johnny.
Anne pega o celular e quando estava prestes a ligar, Sophie que tinha se aproximado da janela diz:
- Espera Anne, não liga.
- Por que não?
Sophie coloca a cabeça para fora da janela olhando para baixo e pergunta:
- Quantos metros você acha que tem da janela para o chão?
- Como é que é? (pergunta Anne franzindo a testa)
- Quantos metros você acha que tem da janela para o chão? (repete Sophie)
- Eu não sei Sophie. Por que você quer saber disso agora?
- Você não quer sair escondida? (pergunta Sophie)
- Você não está pensando em... (diz Anne apontando para a janela)
- Sim eu estou.
- Ficou louca? (pergunta Anne se aproximando da janela)
- Essa é a única saída disponível. (diz Sophie)
- É muito alto. Eu não vou pular a janela e ir direto para o hospital ou cemitério.
Sophie riu.
- Você tem outra idéia? (pergunta Sophie)
- Pior que não.
- Que idiota que eu sou! (exclama Sophie)
- Que foi? (pergunta Anne)
- Essa não é a única saída. (diz Sophie)
- Sophie, se você me disser que é a porta da sala eu te esgano.
Sophie riu.
- Não Anne, é claro que não. A janela da cozinha... pelo menos é mais baixa que essa aqui.
- Aleluia! (diz Anne levantando os braços) não vou parar no hospital e nem no cemitério.
Sophie riu novamente.
- Então você concorda em fugir pela janela? (pergunta Sophie)
- É claro.
- Ótimo! Problema resolvido. Agora vamos dormir.
- Ok. Coloca seu celular pra despertar hein. Você é péssima pra acordar durante a madrugada.
- Ah e você não né? (pergunta Sophie rindo fazendo Anne rir também)
Anne foi para o quarto de hospedes e tentou dormir, mas a ansiedade de ver Johnny a impedia de sequer fechar os olhos. De minuto em minuto ela olhava para hora no celular. Já era meia noite.
- Droga! Eu vou me levantar daqui à uma hora. Preciso nem que seja dar um cochilo.
Ela se deita de bruços e fecha os olhos. Sophie já estava no sétimo sono, não demorou nada a dormir. Anne se vira pro lado direito e depois pro esquerdo, para finalmente se sentar resmungando:
- Mais que droga! Eu não vou conseguir dormir.
Ela volta a se deitar e fica olhando para o teto. Finalmente o celular marca uma da madrugada e desperta. Anne que estava acordada se levanta. Sophie acordou e muito sonolenta desligou o celular e voltou a dormir. Anne começou a se arrumar pensando que Sophie estava fazendo o mesmo no quarto dela. Já arrumada Anne vai ao quarto de Sophie. Ela nem bateu na porta, a abriu e se deparou com Sophie dormindo. Anne revira os olhos e se aproxima da cama. Anne fica com um sorriso bobo nos lábios demonstrando que estava prestes a fazer uma travessura com Sophie. Ela aproxima sua boca do ouvido de Sophie e sussurra:
- Marks... se levanta ou eu tiro você da cama na marra, sua insuportável.
Sophie como tem o costume de falar dormindo resmunga num tom quase inaudível:
- Me deixa em paz seu crocodilo velho.
- Sophie! (diz Anne num tom alto o suficiente fazendo Sophie levar um susto)
- Anne! O que foi? (pergunta ela desnorteada)
Anne estava as gargalhadas, mal conseguia respirar.
- O que foi é que você falou no crocodilo velho. (diz Anne ainda rindo)
- Eu? Quando?
- Agora Sophie.
- Sério? Ah que droga! Eu acho que sonhei com ele falando comigo.
- Não foi sonho, era eu sua boba. Eu falei no seu ouvido como se fosse ele, pra você acordar. E você respondeu dormindo.
- Como você é má Anne. Só porque você sabe que falo dormindo.
- Awn... não faz essa carinha. (diz Anne ainda não contendo o riso)
Sophie também começou a rir.
- Mais você hein Srta. Marks! Pensei que você já estava arrumada.
- O celular não despertou. (diz Sophie)
- É claro que despertou Sophie. Você é que deve ter desligado dormindo.
- Ai Anne, desculpa! (diz com um sorrisinho)
Anne revira os olhos.
- Tá desculpada. Mais só dessa vez.
- Como você conseguiu acordar tão bem disposta e com esse bom humor? (pergunta Sophie)
- Simples! Porque não dormi.
As duas riram.
- Anda Sophie... levanta logo dessa cama.
- Ok... ok...
Sophie se levanta, se espreguiça, olha pra cama e diz:
- Não se preocupe. Logo, logo eu volto a me aconchegar em você.
Anne riu e Sophie foi para o banheiro se arrumar.
- Estou pronta. (diz Sophie com cara de desânimo saindo do banheiro)
- Que cara é essa Sophie? Nem parece que você está ansiosa pra ver Orlando.
- É claro que estou, mas o sono está falando mais alto.
Anne mais uma vez revira os olhos e sorri.
- Pois trate de espantar o sono, por que eu estou morrendo de medo de sair escondida e vou precisar de você bem acordada.
Sophie riu.
- Pode deixar, estarei acordadíssima. (diz Sophie rindo)
- Agora vamos. E tenta não fazer barulho. (diz Anne)
- Tá me chamando de desastrada?
- O que você acha?
As duas riram. Ambas saem do quarto e no maior silêncio descem as escadas e vão para a cozinha. A janela fica acima da pia. Antes delas saírem, Sophie bebe um pouco de água e deixa o copo sobre a pia. Depois ela pega uma cadeira e coloca perto da pia pra ela e Anne poderem subir. Anne sobe na cadeira, depois com o maior cuidado e medo ela sobe na pia e abre a janela. Ela se senta na beirada da janela e passa suas pernas para fora. Anne hesita um pouco e depois pula.
- Vem Sophie.
Sophie respira fundo e quando sobe na pia esbarra o pé no copo que ela colocara lá há alguns minutos derrubando-o e o deixando em pedaços no chão.
- Que droga! (diz Sophie)
Anne leva as duas mãos ao rosto e sacode a cabeça. Jack ouve um barulho vindo de dentro da casa e fica apreensivo. O barulho do copo se espedaçando fez Susan acordar.
- Rápido Sophie! (exclama Anne)
Sophie rapidamente pula a janela.
- E agora... por onde nós vamos? (pergunta Anne)
- Se passarmos pela frente da casa o Sr. Freeman vai nos ver. Vamos por aqui. (diz Sophie apontando pros fundos do quintal que dá acesso a uma outra rua)
Elas andam apressadas passando também pelo quintal da vizinha. Lá as casas não tem muros e alguma possuíam cercas feitas de madeiras. Quando elas estavam passando pela lateral da casa, um Rottweiler preso em uma corrente um tanto quanto comprida o suficiente para alcançá-las aparece bem na frente delas. As duas param subitamente e agarram as mãos uma da outra.
- Ai merda! Eu me esqueci do totó. (diz Sophie)
- Não me diga! (diz Anne não tirando os olhos do cão)
O cão começou a rosnar pra elas.
- Cãozinho bonitinho, fofinho... (diz Anne sorrindo nervosamente)
- Alguma idéia? (pergunta Sophie que já estava com as pernas trêmulas)
- Você vem perguntar isso pra mim? Você é que é a vizinha do totó. (diz Anne por entre os dentes)
Elas recuaram um único passo fazendo o Rottweiler rosnas mais alto amostrando suas presas afiadas. As duas congelaram. Na casa de Sophie, Susan desce as escadas e vai até a cozinha.
- Meu Deus! O que aconteceu aqui? (pergunta espantada vendo a janela aberta, uma cadeira perto da pia e seu copo aos pedaços no chão) Será que entrou ladrão? (sussurra ela apavorada)
Ela caminha em silêncio até a sala e abre a porta.
- Sra. Marks. Algum problema? (pergunta Jack)
- Eu não sei, mas... acho que um ladrão pode ter entrado aqui. A janela da cozinha está aberta e tenho certeza que a fechei antes de ir dormir e tem um copo aos pedaços no chão.
Jack automaticamente leva sua mão para dentro do paletó e pega a arma.
- Fique aqui. Vou dar uma busca pela casa.
- Eu preciso ver se as meninas estão bem. (diz ela aflita)
- Eu faço isso, não se preocupe.
- Tudo bem. (diz ela)
Susan fica do lado de fora enquanto Jack entra na casa e vai até a cozinha cautelosamente com a arma em punhos. Ele entra na cozinha e vê a janela aberta e o copo aos pedaços como Susan descrevera. Ele para um instante e observa a cadeira que estava na frente da pia. Se um ladrão realmente havia entrado ali, como que ele iria colocar uma cadeira pra poder descer da pia... por passe de mágica? Não tinha lógica. Ele iria utilizar a cadeira pra sair da casa e não para entrar... e o barulho do copo se quebrando não fora a muito tempo para ter dado tempo do ladrão entrar, roubar, beber água e pegar uma cadeira para subir na pia e fugir. Algo estava muito estranho, mas por via das dúvidas Jack continuou com a arma em punhos e saiu da cozinha. Ele calmamente sobe as escadas e para na porta do quarto de hospedes. Ele abre a porta e quando acende a luz não vê Anne deitada. Ele fica preocupado e entra no quarto e caminha até o banheiro. Ele bate na porta e ninguém responde. Jack abre a porta apontando a arma e vê o banheiro vazio.
- Ela deve estar no quarto da Srta. Marks.
Ele sai do quarto de hospedes e vai até o quarto de Sophie. Sem bater ele abre a porta bem devagar e acende a luz. Como ele não vê nem Anne e nem Sophie, apressadamente ele entra no quarto e vai até o banheiro. Como fizera no banheiro de hospedes ele bate na porta e ninguém responde. Ele abra a porta e também o vê vazio.
- Merda! Aonde elas se meteram?
Ele sai do quarto e chama por elas.
- Srta. Marks... Srta. Dawson...
Ele desce as escadas apressadamente ainda as chamando. Susan ouve da varanda e entra.
- O que houve?
- Sua filha e a Srta. Dawson não estão aqui.
- O quê! Como assim não estão aqui? Que brincadeira é essa?
- Não é brincadeira Sra. Marks. Elas não estão em nenhum lugar da casa.
- Oh meu Deus! E o ladrão?
- Não tem nenhum ladrão aqui Sra. Marks e acho que nunca teve.
- O que o Sr. quer dizer com isso?
- O que eu quero dizer é que elas provavelmente fugiram. Por isso a cadeira perto da pia. E se a Sra. sabe de alguma coisa é melhor me contar.
- Droga! Tem certeza que nenhum ladrão entrou aqui?
- Absoluta!
- Então eu sei o que aconteceu.
Susan rapidamente conta a Jack que Anne e Sophie estavam pretendendo irem ao aeroporto escondidas dele. Ela apenas disse que as meninas queriam ver seus ídolos que iriam chegar de Londres aquela madrugada.
- Que droga! Por que a Sra. não me contou isso antes?
- Eu pensei que tinha convencido elas a não irem.
- Agora a Sra. sabe que não as convenceu.
- O que o Sr. vai fazer?
- Vou ao aeroporto buscá-las.
- Eu também vou.
- Não. A Sra. fica. Não se preocupe, eu as trarei em segurança.
- Ok.
Anne e Sophie ainda estavam paralisadas na frente do Rottweiler que não parava de rosnar.
- Se prepara Anne. (sussurra Sophie)
- Pra quê?
- Pra correr e gritar.
- Tem que ser exatamente nessa ordem? (pergunta Anne ainda encarando o cão)
- Faça do jeito que quiser, só não esqueça de uma coisa. (diz Sophie)
- De quê?
- De nunca parar de correr. A menos que você queira virar a refeição do totó.
- Excelente conselho! (diz Anne tremendo de medo)
- No três. (diz Sophie)
- Ok.
- Um... dois... dois e meio... dois e três quartos...
- Sophie, pelo amor de Deus!
- Três! Correeee...
As duas começaram a correr aos berros. O Rottweiler as seguiu, mas chegou um momento em que a coleira dele o fez parar. Elas passaram pela frente da casa de Sophie correndo que nem loucas e ainda gritando. Jack e Susan ouviram os gritos e foram para o lado de fora.
- São elas! (exclama Susan)
Jack começa a correr atrás delas.
- Srta. Dawson... pare!
Anne para a uma certa distância dele e o olha.
- Não Anne, não para... vamos. (diz Sophie a puxando pela mão)
Anne olha pra Sophie que diz:
- Anne... não vai desistir agora, vai?
Anne torna a olhar pra Jack que diz:
- Não se atreva Srta. Dawson. Volte aqui agora mesmo.
- Não posso. Me desculpe! (diz Anne pra Jack e volta a correr com Sophie)
- Merda! (diz Jack correndo atrás delas novamente)
Ainda correndo elas avistam um táxi parado no ponto. O taxista estava do lado de fora lendo um jornal encostado na lateral do táxi.
- Ei! (grita Sophie pro taxista)
O taxista abaixa o jornal e vê duas garotas correndo que nem loucas vindo em sua direção. Ele se desencosta do táxi e fica apreensivo. Jack estava quase próximo a elas e grita:
- Srta. Dawson... Srta. Marks... PAREM!
Anne e Sophie finalmente se aproximam do taxista e Sophie quase sem respirar diz:
- Moço... deixa a gente entrar, por favor! Rápido!
O taxista vê Jack vindo na direção delas e rapidamente temendo ser um bandido ele abre a porta e as deixa entrarem. Logo em seguida ele também entra e sai com o táxi.
- PARE! (grita Jack correndo atrás do táxi)
Como o taxista não parou, Jack resolve apelar pra sua condição de agente do FBI e pega a arma e aponta para o táxi. O taxista que o estava olhando pelo espelho retrovisor se assusta e em vez de parar como Jack pensara pisa fundo no acelerador. Jack extremamente cansado para de correr, guarda a arma e apóia as duas mãos sobre os joelhos e ofegante tenta respirar vendo o táxi cada vez mais longe. O taxista ficara assustado com a cena achando que Jack realmente era um bandido. Ele abre o porta luvas e tira uma arma colocando-a em sua cintura e cobrindo-a com a camisa. Anne e Sophie ficaram com medo ao verem a arma.
- Por que a arma? (pergunta Sophie)
Anne dá uma cotovelada de leve em Sophie reprovando a pergunta. O taxista a olha pelo espelho retrovisor e diz:
- Pra me proteger de bandidos como aquele que estava perseguindo as Srtas.
Anne e Sophie se entreolharam.
- Eh... então... aquele homem não é um bandido. (diz Anne)
- Como não? Ele estava armado.
- O Sr. também está armado. Por acaso é um bandido? (pergunta Sophie que não consegue guardar a língua dentro da boca)
- É claro que não Srta. (diz ele indignado). Se ele não é um bandido... é o que então?
- Ele é... ele é um agente... do FBI. (diz Anne)
- Um agente do FBI? Mas por que um agente do FBI estava perseguindo as Srtas.? Não vão me dizer que vocês é que são as bandidas? (pergunta ele levando a mão a arma na cintura)
- Não! Não... claro que não. (diz Sophie)
- Aquele é meu... guarda-costas. (diz Anne)
- A Srta. é alguma celebridade?
Anne e Sophie riram.
- Não, eu não sou. Olha só, se não for incômodo eu não gostaria de falar sobre a minha vida. Desculpe!
- Tudo bem. Então... pra onde as Srtas. querem ir?
- Para o aeroporto. (diz Sophie)
O taxista muda o percurso e pega a rodovia que dá acesso ao aeroporto. Jack pegou um táxi e também estava a caminho do aeroporto. Anne e Sophie chegam ao aeroporto e vão até a área de desembarque. Já era 2 da madrugada.
- Acho que eles ainda não chegaram. (diz Sophie)
- Peraí que vou perguntar. (diz Anne)
Anne se aproxima do balcão de informações e uma mulher lhe diz que o vôo de Londres teve um atraso. Ela volta pra junto de Sophie e diz que o vôo atrasou. As duas vão até umas cadeiras e se sentam. 20 minutos depois Jack chega ao aeroporto e rapidamente vai até a área de desembarque.
- Droga! (exclama Sophie)
- Que foi?
- Olha ali... é o Sr. Freeman.
- Eu pensei que ele tinha desistido. (diz Anne)
As duas se levantam e andam apressadas. Jack olhava por todos os lados e finalmente as viu a uma certa distância. Ele sacudiu a cabeça e foi atrás delas. Sophie olha pra trás e o vê as seguindo.
- Ele nos viu Anne. Tá nos seguindo.
- Porcaria! (diz Anne)
Elas apressam os passos e Jack faz o mesmo. Anne e Sophie resolvem subir a escada rolante.
- E agora, pra onde vamos? (pergunta Anne)
- Ali. (Sophie aponta para o banheiro)
Jack também sobe a escada rolante e as vê entrando no corredor que dá acesso aos banheiros.
- Aqui no banheiro feminino ele não vai poder entrar. (diz Sophie)
- É, mas presumo que também não vamos poder sair. Sophie... é melhor desistirmos. Jack já deve estar aí fora. Vamos voltar pra sua casa.
- Ficou louca Anne! Depois de todo o sacrifício pra chegarmos até aqui.
- Você tem alguma outra idéia brilhante além dessa de ter nos colocado no banheiro sem opções de saída? (pergunta Anne)
Sophie abaixa a cabeça e diz:
- Não.
- Ei... me desculpe! Eu não queria falar assim com você. (diz Anne se aproximando dela e lhe dando um abraço)
- Tudo bem... eu sei que foi uma idéia estúpida ter vindo se esconder no banheiro.
- Não diz isso.
Jack fica do lado de fora do corredor. Ele não queria ser visto por elas. Ele sabia que elas não iriam permanecer por muito tempo escondidas no banheiro. Ele queria pegá-las de surpresa. Uma mulher entra no banheiro e Sophie se aproxima dela.
- Dá licença!
A mulher que estava se olhando no espelho se vira para olhar pra Sophie.
- Pois não.
- A Sra. viu se tem algum homem aí fora? (pergunta Sophie)
- Bem... acho que passei por dois que saíram do banheiro masculino.
- Não, o que eu quis dizer é se tem um homem parado aí fora... tipo, como se estivesse esperando alguém. É um homem alto, loiro, olhos azuis e está usando um terno preto.
- Não me lembro de ter visto nenhum com essas características. E pra falar a verdade eu não ando por aí reparando nas pessoas. Se um homem com essas características está aí fora, me passou despercebido.
- Perdão mas... se um monumento com essas características lhe passou despercebido a Sra. deve estar cega. (diz Sophie rindo)
- Sophie! (diz Anne apertando o braço da amiga). Perdão Sra.!
- Não se preocupe! Bem... se um monumento desses como você mesma disse me passou despercebido, talvez seja porque ele não esteja aí fora.
- A Sra. se incomodaria de dar uma olhadinha pra nós, por favor! (diz Anne)
- Sem problemas. (diz a mulher)
A mulher abre a porta do banheiro e observa o corredor. Ela não viu ninguém além de um homem saindo do banheiro masculino e dois entrando. Ela fecha a porta e olha pra Anne e Sophie.
- Nenhum monumento, apenas alguns homens saindo e entrando no banheiro masculino. (disse ela com um meio sorriso)
Anne e Sophie riram.
- Obrigada! (agradecem Anne e Sophie)
- De nada.
- Onde será que ele está? (pergunta Sophie)
- Você disse que ele estava nos seguindo. (diz Anne)
- E estava. Será que ele não nos viu entrando aqui? Será que realmente o despistamos?
- É o que parece, mas não se esqueça que ele é um agente do FBI. Aposto que ele não se deixa enganar tão facilmente.
- Vamos arriscar sair? (pergunta Sophie)
- Acho melhor. A menos que você queira morar no banheiro do aeroporto.
As duas riram. Anne vai até a porta e a abre devagar. Ela sai sendo seguida por Sophie. As duas caminham devagar pelo corredor temendo encontrar Jack. Quando elas estavam prestes a sair do corredor, Jack aparece na frente delas fazendo-as levar um susto.
- Olá Srtas.! (diz ele com um sorriso sínico)
- Eu pensei que o Sr. não soubesse que... (diz Anne)
- Que eu não soubesse que estavam no banheiro se escondendo de mim. (completa ele). Vejo que as Srtas. são muito ingênuas mesmo. O dia em que duas jovens de apenas 17 anos me passarem a perna, eu me aposento na mesma hora. (diz ele irônico)
Sophie cruzou os braços e emburrou a cara. Anne apenas abaixou a cabeça.
- Vamos voltar para sua casa Srta. Marks, sua mãe está preocupada com as duas.
Anne levanta a cabeça e diz:
- Sr. Freeman... temos motivos muito fortes e importantes para termos vindo até aqui. Não nos leve de volta agora, por favor!
- A Sra. Marks me contou o motivo.
Anne e Sophie se olharam.
- Ela contou? (pergunta Anne)
- Sim e seu tutor não vai gostar de saber que... (antes dele concluir, Anne o interrompe extremamente nervosa)
- Não conte a ele que eu e Johnny voltamos, por favor!
- Que a Srta. e Johnny voltaram? Do que a Srta. está falando?
Anne e Sophie novamente se olharam e depois Anne tornou a olhar pra ele.
- Do que o Sr. está falando?
- Do que a Sra. Susan me contou. Que as Srtas. vieram ver seus ídolos que chegam de Londres hoje.
Anne e Sophie respiraram aliviadas.
- Foi apenas isso que Susan disse?
- Sim, por quê? Tem mais alguma coisa que ela deveria ter me dito?
- Não, claro que não. (diz Anne)
- Então... minha mãe disse ao Sr. quem são esses atores?
- Sim. Johnny Depp e Orlando Bloom.
Jack olha pra Anne meio desconfiado e diz:
- Peraí... a Srta. disse que seu tutor não sabe que a Srta. e Johnny voltaram. A que Johnny a Srta. se referiu? E o que quis dizer com... voltaram?
Anne voltou a ficar nervosa.
- Então... é... (Anne olha pra Sophie que está mais branca do que já é)
- Estou ouvindo. (diz Jack)
- O Sr. entendeu errado. Eu quis dizer que... que meu tutor não sabe que Johnny voltou... de Londres e que eu vim vê-lo. É que eu sou muito fã dele e meu tutor detesta Johnny e Orlando também. (diz Anne com a voz trêmula)
- A Srta. acha mesmo que vou cair nessa? (Jack dá um sorriso sarcástico)
- É a verdade. Se o Sr. não quer acreditar, problema seu. (Anne dá de ombros)
- Aí é que a Srta. se engana. Não é problema meu se diz a verdade ou se está mentindo, mais é problema do seu tutor.
- O que o Sr. quer dizer com isso?
Ele ignora a pergunta dela e diz:
- Vamos embora.
- Eu não vou. Você não manda em mim. (diz Sophie com os braços cruzados)
- É claro que vai. Eu disse a sua mãe que a levaria de volta em segurança e é o que eu vou fazer. E aconselho a Srta. a ir por bem.
- Está me ameaçando por acaso? (pergunta Sophie)
Jack a ignora e faz um gesto com a mão indicando pra ela e Anne seguirem em frente. Anne e Sophie caminham até a escada rolante e quando estavam descendo com Jack um degrau acima do que estavam, elas vêem Johnny, Orlando e Gisele.
- Oh meu Deus! São eles. (sussurra Anne pra Sophie)
O coração de Anne estava a mil ao rever seu grande amor. Elas saem da escada rolante e Anne se vira pra falar com Jack.
- Sr. Freeman... eu imploro... deixa eu e Sophie falar com eles, por favor! (diz ela com os olhos lacrimejando)
- Não.
- Por favor! (diz Sophie)
- Não.
- O Sr. não tem compaixão? Isso é muito importante pra mim.
Nesse momento as lágrimas já estavam rolando no rosto de Anne.
- Está bem... mais com uma condição.
- Qual?
- Eu terei que contar pro seu tutor. Se a Srta. desistir de ir falar com eles eu não conto nada e esquecemos o que aconteceu essa madrugada.
- Isso é chantagem. Eu não posso concordar com essa condição. Meu tutor não pode saber de nada, ele iria acabar comigo. O Sr. viu como ele me tratou no escritório, ele me odeia. Não conte nada, por favor!
- Eu já disse, não contarei nada pra ele se a Srta. não falar com os atores.
Anne não conseguia controlar as lágrimas.
- Você é cruel tanto quanto o tutor dela. Você não tem coração. (diz Sophie)
- Já chega! (diz Jack)
Johnny, Orlando e Gisele estavam a uma certa distância delas e não a viram, até mesmo porque muitas pessoas os reconheceram e estavam tirando fotos e pedindo autógrafos.
- Você está vendo Anne e Sophie por aí? (pergunta Johnny aos sussurros pra Orlando enquanto dava autógrafos)
- Não. (diz Orlando por entre os dentes sorrindo porque estava sendo fotografado por uma fã)
Anne não parava de chorar e Sophie a abraça. Jack respira fundo e diz:
- Só espero não me arrepender... está bem... está bem... podem ir falar com eles. Mas será rápido e depois disso vamos embora.
Anne seca as lágrimas e pergunta:
- Mas o Sr. vai contar pro meu tutor?
Mas uma vez Jack respira fundo e diz:
- Não.
- Obrigada! Muito obrigada Sr. Freeman. (diz Anne já com um lindo sorriso que substituíra suas lágrimas)
- Obrigada! (diz Sophie)
Jack não responde nada e apenas as acompanha até chegarem perto deles. O rosto de Johnny se iluminou quando ele viu Anne. Gisele dá um pequeno sorriso e Orlando um sorriso nervoso. Era um clima meio constrangedor pra ele com a presença de Sophie e Gisele. Ele e Gisele se entreolharam discretamente. Antes que Johnny se precipitasse e chamasse Anne de meu amor, ela diz:
- Olá Sr. Depp... sou sua fã. Meu nome é Anne Dawson. (Anne estende a mão para cumprimentá-lo)
Johnny franzi a testa sem entender nada. Sophie estava fazendo o mesmo com Orlando.
- Não vai me cumprimentar Sr. Depp? (pergunta Anne aparentemente nervosa)
Ele sorri meu confuso, coça a cabeça e cumprimenta Anne. Ao sentir o toque da mão dele na sua, Anne fecha os olhos e suspira. Johnny por sua vez a olha com desejo e dá um sorriso de canto de boca. Anne abre os olhos e solta a mão dele. Quando Sophie cumprimentou Orlando, ela pediu aos sussurros pra ele fingir que não a conhece. Apesar de não estar entendendo o porquê, ele fez isso.
- Posso te dar um abraço Sr. Depp? (pergunta Anne)
- Claro.
Quando Anne o abraçou, sussurrou no ouvido dele:
- Não dê a entender que me conhece, por favor! Depois te explico.
- Ok. (sussurra ele)
- Que saudades do seu corpo. (sussurra ela de olhos fechados com o nariz no pescoço dele aspirando o doce perfume)
Johnny não respondeu nada porque teve que controlar a vontade de dar um gemido ao ouvir os sussurros dela e o calor do corpo dela colado ao seu.
- Vamos Srta. Dawson. (diz Jack)
Anne se afasta de Johnny que a olha como se estivesse perguntando: “quem é esse?”
- Só mais um minuto Sr. Freeman.
Anne cumprimenta Gisele também fingindo que era a primeira vez que a estava vendo pessoalmente e depois cumprimentou Orlando. Sophie também cumprimentou Gisele, só que com cara de poucos amigos. Gisele se sentiu pouco a vontade em cumprimentar Sophie e Orlando por sua vez estava super nervoso com toda aquela situação.
- Ei Srta. ... não vai me cumprimentar? Ou será que a Srta. é fã só do Orlando e Gisele? (pergunta Johnny pra Sophie se aproveitando da situação já que ela não poderia demonstrar que o conhece pessoalmente e que o “odeia”)
Sophie olhou pra Jack e depois pra Anne.
- Então... (diz Johnny estendendo a mão)
Sophie estava tentando se controlar para não ter um acesso de raiva. Ela encara Johnny que estava com um sorrisinho contido e o cumprimenta rapidamente.
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Amores em Conflito!
RomansAnne é uma garota de apenas 17 anos, mora com seu tutor o Sr. George Wilkinson em um Hotel de luxo em Los Angeles, seu tutor é o gerente do Hotel. Anne tem lindos cabelos ruivos e lisos com leves cachos nas pontas na altura dos ombros, lindos olhos...