Capítulo 50

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No Hospital um médico se aproxima do Sr. Wilkinson.

- Então Dr., como ela está?
- Está bem. Mas perdeu o bebê.

O Sr. Wilkinson não conseguiu dizer nenhuma palavra.

- Ela está sedada. Só acordará mais tarde. (diz o médico)
- Ela já sabe que perdeu o bebê?
- Sim. Foi por isso que optei por sedá-la. Ela estava inconsolável. Não parava de chorar. Dormir por um tempo fará bem a ela. Eu sugiro que vá pra casa e descanse. Mais tarde o Sr. volta e poderá falar com ela.
- Claro. Vou fazer isso. Obrigado pelo que fizeram por ela.
- Não precisa agradecer. Vá tranqüilo, a Srta. Dawson ficará bem.

O Sr. Wilkinson se retira do Hospital e volta pro Hotel. Já no Hotel ele vai até o quarto de Anne, pega o celular dela e procura o número de Sophie. Logo em seguida ele liga pra casa dela.

- Alô!
- Srta. Marks.
- Sr. Wilkinson?
- Sim, sou eu.
- Sr. eu soube que Anne está no Hospital. O que aconteceu com ela?
- Calma Srta.! eu posso falar?
- Sim Sr. perdão!
- Eu acabei de vir do Hospital. Dawson teve um aborto espontâneo e perdeu o bebê.
- Meu Deus! não... não... (Sophie já estava chorando)
- O que foi minha filha? (pergunta Susan nervosa)
- Mas como isso foi acontecer Sr.?
- Eu não sei ao certo. Parece que teve uma briga feia com o Sr. Depp. Ele me disse que a pegou no quarto com o Morrison. Eu não entendi direito. Ele estava muito alterado.
- Claro! Só pode ter sido por isso que ele... (diz Sophie parando a frase na metade)
- O que disse? (pergunta ele)
- Não, nada não. (diz ela)
- Como o Sr. descobriu o meu telefone?
- No celular de Dawson.
- Como ela está? Ela já sabe que perdeu o bebê?
- O médico disse que ela está bem, mas está sedada justamente por que já sabe. Provavelmente está em choque.
- Meu Deus! ela não merece tá passando por isso. (diz Sophie deixando o choro tomar conta de si novamente)
- Fique calma! Eu voltarei ao Hospital às sete da noite. Talvez ela já tenha acordado. Se quiser ir vê-la eu espero a Srta. aqui e iremos juntos.
- O Sr. está falando sério?
- Sim. Acho que mais do que nunca Dawson vai precisar da Srta., de sua amizade.
- Obrigada Sr.! eu irei com minha mãe. Estaremos aí ás seis e quarenta.
- Ok. Vou esperá-las.

Sophie desliga o telefone e se senta no sofá chorando.

- Sophie, me conta o que aconteceu.
- Mãe... Anne perdeu o bebê. (ela estava aos prantos)
- Meu Deus! (Susan abraça a filha)
- Meu amor, como isso aconteceu?
- O Sr. Wilkinson disse que foi depois de um briga com Johnny.
- Mas eles estavam tão bem. Por que será que brigaram?
- Ele disse que Johnny pegou Anne com o Morrison no quarto dela.
- O ex?
- É.
- Isso tudo é um absurdo! Anne jamais trairia o Johnny, ainda mais com o ex que ela tanto odeia.
- Pois é. Também não to acreditando nessa história. A gente precisa ouvir da boca dela o que realmente aconteceu.
- Será que Johnny já sabe que ela perdeu o bebê? (pergunta Susan)
- Com certeza não. Ele teria dito. Do jeito que saiu transtornado da... (Sophie para de falar)
- Do jeito que ele saiu transtornado de onde Sophie?
- De lugar nenhum mãe. (diz ela se levantando)
- Espera Sophie, volta aqui! Você tá me escondendo alguma coisa, não tá?
- Claro que não mãe.
- Tá sim. Pensa que eu não te conheço? Você só sai daqui depois que me contar o que sabe.

- Eu não sei de nada mãe.
- Para de mentir pra mim Sophie!

Sophie torna a se sentar tentando controlar em vão as lágrimas que teimavam rolar em seu rosto.

- Minha querida, confia em mim! Eu sou sua mãe.
Sophie soluçava de tanto que chorava.
- Johnny teve aqui. Ele... ele tava enlouquecido. Ele xingava Anne e dizia que ela tinha traído ele.
- Por que não me contou?
- Por que eu não queria que...
- Não queria o que Sophie?
- É que ele disse coisas que me ofendeu e me magoou muito.
- O que ele disse?
- Ele... ele disse que eu fazia orgia com Anne e o Morrison.
- Canalha! Como ele pôde dizer isso! (diz Susan)
- O que mais ele disse?

Sophie contou tudo pra sua mãe.

- Ele foi um canalha Sophie. Nunca vou perdoá-lo por ter ofendido você desse jeito. Ele que não apareça na minha frente, porque não sei do que serei capaz de fazer. 
- Eu também nunca vou perdoá-lo. Mas fica calma, não faça nada, não quero que se prejudique e também em consideração a Anne, precisamos saber da boca dela o que realmente aconteceu.
- Eu vou pra meu quarto.
- Vai sim meu amor. Se deita um pouco. E não pense mais no que ele te disse.
- Vou tentar. (diz Sophie)

No Hotel o Sr. Wilkinson ainda estava no quarto de Anne e dessa vez ele procura o número do celular de Johnny.
Johnny estava em casa. O seu celular toca e por um momento ele reluta atender pensando ser Anne, mas depois atende.

- Alô!
- Sr. Depp!
- Sim. Quem tá falando?
- Sr. Wilkinson.
- O que o Sr. quer?
- Falar sobre Dawson.
- Não quero saber nada sobre aquela piranh...
- Ela está no Hospital! (diz Sr. Wilkinson o interrompendo)
- O quê!
- Depois que o Sr. saiu daqui, eu a encontrei desmaiada no quarto e sangrando.
- Sangrando?
- Ela perdeu o bebê Sr. Depp.

Ficou um silêncio ao telefone.

- Não vai dizer nada Sr. Depp?

Johnny que já estava chorando diz com a voz embargada:

- E o que eu tenho a ver com isso? Aquele filho não era meu. Ligou pra pessoa errada. Quem deve receber essa notícia é o ex atual dela, ou seja lá o que ele for.

O Sr. Wilkinson não pôde conter um leve sorriso por ouvir Johnny falar daquele jeito.

- Eu entendo o que está sentindo... não é nada fácil para um homem ser traído.
- Vá à merda! (diz Johnny)
- Espere! Não desligue. (diz Sr. Wilkinson)
- O que quer de mim? (pergunta Johnny)
- Eu só quero dizer que... ela está no Hospital próximo daqui do Hotel e... se quiser visitá-la eu não me importarei. (diz ele de falso agrado)
- A quem o Sr. pensa que engana? Tá se fazendo de bonzinho pra cima de mim, mas não vale nada.
- Não pense que está me ofendendo Sr. Depp. Mesmo que não acredite, eu fui sincero. Pensei que o Sr. ia querer visitá-la.
- Pensou errado. Eu não vou. (Johnny bate o telefone)

O Sr. Wilkinson diz pra si mesmo:

- Ele nunca vai perdoá-la.

Ele sai do quarto de Anne e vai para o seu escritório. Quando ele abre a porta tem uma surpresa desagradável.

- O que faz aqui?
- Eu vim receber a outra parte do combinado.
- Não sei se está sabendo, mas... Dawson está no Hospital. Ela perdeu o bebê.
- Não me diga!
- Não me agradava a idéia dela estar grávida e até propus que ela tirasse esse filho, mas não queria que tivesse acontecido desse jeito. Eu lhe paguei pra separá-los e não para mandá-la ao Hospital.
- Eu não a mandei para o Hospital. O responsável por ela ter perdido o bebê foi o próprio namoradinho que ficou enlouquecido e até bateu nela.
- O Sr. Depp bateu em Dawosn?
- Sim. E a jogou no chão. Ele só não a chamou de santa por que de resto... foi um horror.
- É, parece que fez o seu trabalho direitinho.
- Fiz mais do que um trabalho direitinho Sr.
- O que quer dizer?
- O Sr. disse que queria que ela tirasse o bebê, não foi?
- Sim. O que tem a ver?
- Tem a ver que no meio disso tudo o Sr. conseguiu o que queria. Ela acabou perdendo o bebê. É claro que o mérito por isso ter acontecido é do Sr. Depp, mas eu tive a minha contribuição, não acha? Portanto...

Josh que estava sentado no sofá se levanta, se aproxima do Sr. Wilkinson e diz:

- Eu quero um cheque de 10 mil e não de 5 mil. Eu fiz mais do que separá-los. Nada mais justo do que receber um pouco mais.
- O combinado foi de 10 mil no total e não de 15 mil. Já recebeu a metade, os outros 5 mil receberá agora.

Josh o olha, se senta novamente, cruza as pernas e se encosta bem relaxado no sofá dizendo:

- Então não me resta outra saída se não lhe devolver os 5 mil e ir contar tudo pro Sr. Depp. O que acha?
- Não me chantageie seu canalha.

Josh descruza as pernas e se inclina pra frente apoiando os braços sobre as pernas dizendo:

- Então me pague os 10 mil agora mesmo.

Josh torna a se encostar.

- Seu canalha! (diz Sr. Wilkinson)
- Não foi exatamente por eu ser um canalha que o Sr. me contratou?

O Sr. Wilkinson vai até sua mesa, pega o cheque e o preenche no valor de 10 mil. Ele vai até Josh e estende a mão com o cheque. Josh se levanta e quando vai pegar o cheque o Sr. Wilkinson recua a mão e diz:

- Isso nunca aconteceu, está me ouvindo? Se contar pra alguém eu acabo com a sua raça. Eu juro! Nem que seja a última coisa que eu faça na vida. Eu mato você!
- Ninguém saberá. (diz Josh)

O Sr. Wilkinson estende a mão novamente e Josh pega o cheque.

- Agora saia daqui. Nunca mais quero vê-lo. E também não quero que chegue perto de Dawson.
- Depois desse trabalho todo que eu tive para separá-los, o Sr. não vai me dar a chance de reconquistá-la? (pergunta Josh debochado)
- Não se atreva! Se contente com seus 15 mil.

Josh dá um beijo no cheque e diz:

- Vou me contentar. Pode deixar.

Josh guarda o cheque no bolso da camisa e sai do escritório. Ainda disfarçado ele passa pelos seguranças e sai do Hotel.

Já era 18:45. Susan e Sophie chegam ao Hotel.
- Vamos sentar aqui e esperar o crocodilo velho.

Elas se sentam em um dos sofás que tem no saguão. Dez minutos depois o Sr. Wilkinson aparece e vai até elas.
- Sra. Marks. (diz ele estendendo a mão para cumprimentá-la)
Susan se levanta e o cumprimenta. Sophie também se levanta. Ele a olha e apenas diz sem cumprimentá-la:
- Srta. Marks.
- Não vai me cumprimentar Sr.? vamos lá, eu não mordo. (Sophie estende a mão)
- Eu que deveria ficar preocupada do Sr. me morder estendendo minha mão para cumprimentá-lo. Portanto não vejo problema nenhum do Sr. aceitar os meus cumprimentos, não corre risco algum.
- Que insolência!
- Sophie, não começa!
- Sr. me desculpe! Não leve em consideração o que minha filha diz.

Ele olha pra Sophie com indignação e vai em direção à saída do Hotel. Susan e Sophie o seguiram tentando acompanhar os passos dele. Eles pegam o mesmo táxi e durante o trajeto até o Hospital ficou um silêncio constrangedor. Quando eles chegam ao Hospital, o Sr. Wilkinson fez questão de pagar o táxi a contra gosto de Sophie e deixando Susan sem jeito.
- Obrigada! (diz Susan)

Ele não diz nada e entra no Hospital. Ele vai até o corredor do quarto em que Anne está, seguido por Susan e Sophie. O médico aparece e o Sr. Wilkinson pergunta:
- Como ela está?
- Já acordou e aparentemente está mais calma.
- Posso vê-la?
- Sim.
- Essa é a Srta. Marks a melhor amiga de Dawson e essa é a Sra. Marks. (o Sr. Wilkinson as apresenta ao médico que as cumprimenta)
- Elas também podem entrar? (pergunta Sr. Wilkinson)
- Podem, mas não demorem por que a Srta. Dawson precisa descansar.
- Claro. Obrigado!

Susan e Sophie também agradecem ao médico. O Sr. Wilkinson abre a porta devagar deixando Susan e Sophie entrarem primeiro. Ele entra em seguida e fecha a porta.

- Sophie. (diz Anne com a voz baixa já chorando)

Sophie se aproxima da cama e a abraça.

- Meu bebê... (diz aos prantos)
- Eu sei. (diz Sophie também chorando)

Susan se aproxima e coloca a mão sobre a perna de Anne coberta com o lençol. Anne estava com um soro no braço esquerdo e usava o roupão do Hospital. Ela estava muito abatida. Sophie se afasta pra Susan também abraçar Anne. O Sr. Wilkinson se aproxima pelo outro lado da cama e pergunta:

- Como você está Dawson?
- Como acha que estou? O Sr. é que deve estar feliz, não é?
- Não diga isso Dawson.
- PARE COM SUA HIPOCRISIA! PAREEE... (grita ela)
- Anne, fica calma! (diz Sophie)
- Era tudo o que o Sr. queria, que eu perdesse o meu filho. Não finja que está triste.

Ele apenas a olhava.

- Meu anjo, como foi que tudo aconteceu?
- Eu não sei Susan. Eu acordei num susto com Johnny quebrando uma garrafa e o Josh estava ao meu lado na cama. Estávamos sem roupa, mas eu juro que não aconteceu nada e não sei como Josh foi parar lá. Johnny pensa que eu o traí. Ele me disse horrores. Ele tá me odiando. (Anne estava aos prantos)
- Será que não estão vendo que todas essas perguntas estão deixando ela nervosa? (diz Sr. Wilkinson)
- O Morrison te procurou ontem à noite? (pergunta Sophie pra Anne)
- Não.
- O que você fez ontem à noite? (pergunta Sophie)
- A única coisa que eu me lembro foi... (anne franzi a testa olhando pro lençol que a cubria)
- Foi o Sr. me levando aquele suco de laranja. (ela olha pro Sr. Wilkinson)

O Sr. Wilkinson ficou meio desconcertado. Susan e Sophie o olharam.

- E o que aconteceu depois? (pergunta Sophie num tom de desconfiança)
- Eu bebi o suco. Lembro de ter ficado enjoada, mas não vomitei.

Anne olha mais uma vez pro Sr. Wilkinson e diz:

- Me lembro também do Sr. me ajudar a sentar no sofá e depois dizer pra eu ir me deitar na cama pra melhorar do enjôo e da tontura.
- E depois? (insiste Sophie)
- Só me lembro de ter levantado e de repente minhas vistas ficaram embaçadas. Depois disso não lembro de mais nada.
- Como assim não lembra de mais nada Anne? (pergunta Sophie)
- Não sei. É como se eu tivesse apagado. O que houve comigo? O Sr. estava lá. Deve saber. (Anne o olha mais uma vez)

Sophie olha pro Sr. Wilkinson com os braços cruzados.

- Bem... o que aconteceu foi que a Srta. desmaiou. Eu a levei pra cama e a deixei dormir.
- Anne desmaiou e o Sr. simplesmente não tentou acordá-la? A deixou lá, sozinha inconsciente? (pergunta Sophie)
- Eu simplesmente a deixei dormir. (diz ele)
- Mas Anne não estava dormindo, estava desmaiada. Há uma grande diferença. (diz Sophie)
- Não vou ficar respondendo suas perguntas insanas.
- Não são insanas. E outra coisa, talvez a mais importante... como o Morrison entrou no Hotel sem ser visto? Anne me disse que o Sr. deu ordens para os seguranças o impedirem de entrar lá. Como ele conseguiu simplesmente passar pelos seguranças?
- Eu não sei. Não é a mim que tem que fazer essas perguntas.
- E a quem eu deveria fazer? Afinal de contas o Sr. é o gerente daquele Hotel e o tutor dela. deveria protegê-la.
- Eu já disse que não vou ficar respondendo suas perguntas. (o Sr. Wilkinson altera um pouco a voz)

Anne e Susan apenas os observavam. O médico entra no quarto e diz:

- É melhor se retirarem. A Srta. Dawson não pode ter aborrecimentos.
- Claro Dr., nós já vamos. (diz Susan)
- Fique bem meu anjo. Não se esqueça que estamos com você pro que precisar.
- Obrigada Susan!
- Tchau amiga. Eu te adoro! Sabe disso, não sabe? (diz Sophie dando um abraço em Anne)
- Sei. Eu também te adoro.
- Dr., quando ela vai ter alta? (pergunta Sr. Wilkinson)
- Vou deixá-la mais um dia de repouso e depois poderá ir embora.
- Ok. (diz Sr. Wilkinson)
- Amanhã eu volto Dawson.

Anne apenas o olha e não diz nada.

- Nós também. (diz Sophie)

Anne lhe manda um beijinho e Sophie devolve o beijo com a mão. Eles se retiram do quarto e uma enfermeira entra pra trocar o soro. Susan e Sophie pegam um táxi e vão pra casa. O Sr. Wilkinson pega outro e vai pro Hotel.

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