Orlando entra em seu quarto e termina de arrumar a mala. Anne havia ligado pra Johnny que aceitara ir à casa de Orlando. Como ele não tem o endereço e Orlando não estava no quarto de Anne na hora que ela ligou, Johnny combinou com Anne de pegar ela e Orlando na casa de Sophie. Assim todos poderiam irem juntos. Ele só não sabia se Sophie iria por sua causa. Orlando sai de seu quarto arrastando a mala de rodinhas e bate na porta do quarto de Anne. Ela abre e diz:
- Você demorou!
Anne sai do quarto e fecha a porta.
- E aí, ligou pra Sophie? Ela vai?
- Que merda! Eu esqueci de ligar!
- Você esqueceu de ligar pra ela? Então por que demorou tanto?
Eles caminhavam lentamente pelo corredor.
- É que... eu fui ao quarto de Gisele. (diz ele sem olhar pra Anne)
Ela para e segura o braço dele fazendo-o parar também.
- Por que você foi até lá?
- Fui saber como ela estava.
- E? (pergunta Anne)
- Ela está bem. Não está mais aborrecida. Ela me disse que ligou pro Johnny e ele pediu desculpas a ela.
- Ela ligou pra ele? (pergunta Anne enciumada)
- Sim.
- E quanto a Sophie? (pergunta Anne)
- O que é que tem? (pergunta Orlando)
- Como o que é que tem? Acorda Orlando! Você vai ligar pra ela ou não?
- Ah claro, vou ligar sim.
- Eu hein! Você tá muito estranho desde que falou com Gisele.
- Não inventa Anne! (diz ele com o celular na mão discando o número do celular de Sophie)
- Eu liguei pro Johnny e ele disse que pega a gente na casa de Sophie. Só não sei se...
Orlando a interrompe fazendo um gesto com o dedo indicador já com o celular ao ouvido.
- Oi Orlando! (diz Sophie)
- Oi amor! Eu estou deixando o Hotel e estou indo pra casa. Você não quer me acompanhar? Anne e Johnny também vão.
- Você está deixando o Hotel agora?
- Sim, por quê?
- Por que não me contou que iria se mudar hoje? Por que só está me dizendo agora em cima da hora?
- Iria fazer alguma diferença eu ter dito antes?
- É claro que iria. (diz Sophie)
- Pois eu não vejo diferença. Então, quer ir ou não?
- Você disse que Johnny também vai?
- Sim.
- Então eu não vou!
- Que droga Sophie! Deixa de ser criança!
- Não me chame de criança! Sabe que eu odeio!
- Será que não dá pra você fazer a minha vontade pelo menos uma vez na vida? (pergunta Orlando)
- Ok, mas dê um recadinho ao Johnny por mim. Diga a ele para não me dirigir a palavra, nem olhar pra minha cara, diz que é pra ele fazer de conta que eu não existo. Se ele me disser um oi, eu juro que fico!
- Isso já está ficando insuportável sabia? Mas pode deixar que eu vou dar o recado direitinho. Não vou esquecer de nenhuma letrinha, nem os pontos e as vírgulas também não faltarão no recado!
- Não seja irônico!
Antes mesmo que ele dissesse alguma coisa, Sophie desliga o celular. Orlando abaixa o celular e olha pra Anne.
- Que foi? (pergunta Anne)
- Ela desligou na minha cara, acredita! Desligou na minha cara! (diz ele extremamente aborrecido)
Orlando guarda o celular no bolso do paletó e Anne pergunta:
- Brigaram de novo, não foi?
- Eu conto nos dedos às vezes em que a gente não briga.
- É uma pena! (diz Anne)
Eles voltam a andar e Anne pergunta:
- Então, ela vai?
- Vai, mas disse que se o Johnny lhe dirigir a palavra, nem que seja um “oi”, ela fica.
- Nossa! (diz Anne)
Eles descem as escadas e se aproximam do balcão da recepção. Enquanto Orlando estava fechando a conta, o Sr. Wilkinson que estava passando pelo saguão, vê Anne ao lado de Orlando e se aproxima.
- Dawson!
Anne se vira para olhá-lo.
- Está de saída?
- Eu vou à casa de Sophie.
- Outra vez?
- Vou quantas vezes eu quiser!
- Não seja atrevida!
- Pensei que já estivesse acostumado com meus atrevimentos!
Orlando termina de falar com o Sr. Evans e se vira. O Sr. Wilkinson percebe a mala e pergunta:
- Está deixando o Hotel Sr. Bloom?
- Estou. E estou muito feliz por que não vou mais olhar na sua cara. Sophie é que fez bem em não aparecer mais por aqui.
- A felicidade é recíproca! E por falar na Srta. Marks, como ela está? (pergunta ele apenas para provocar Orlando)
- Não poderia estar melhor. Não olhar pra sua cara está fazendo muito bem a ela. (diz Orlando sabendo que não era verdade)
- A mim também está fazendo um bem tremendo não olhar pra cara dela. (diz Sr. Wilkinson)
Anne olha pra Orlando e pro Sr. Wilkinson. Ela temia que os dois se pegassem aos socos ali mesmo na frente de todo mundo.
- Vamos Orlando! (diz Anne segurando o braço dele)
- Eu não disse que a Srta. podia sair.
- Não pode me proibir de ir à casa de Sophie. Não fez isso durante dois meses, por que fará agora?
- Ok, vá, mas não chegue tarde ou eu mesmo irei buscá-la.
- Não se atreva a aparecer na casa de Sophie! (diz Orlando)
- E quem vai me impedir? O Sr.? (diz Sr. Wilkinson)
- Se for preciso, sim!
- Tem medo que ela se jogue nos meus braços de tanta saudade Sr. Bloom?
- Miserável! (diz Orlando avançando na direção dele)
- Não Orlando! (diz Anne se colocando na frente dele) Não vale à pena! Vamos embora antes que você perca a cabeça!
O Sr. Wilkinson dá um sorriso sarcástico e se retira.
Anne e Orlando saem do Hotel e entram em um táxi. Depois de alguns minutos eles chegam à casa de Sophie que apenas dá um selinho em Orlando. Os três ficam na sala conversando um pouco enquanto Johnny não chega. Susan aparece na sala, os cumprimenta e depois os deixam a sós novamente. Não demora muito e Johnny chega. Ele para o carro em frente a casa de Sophie e buzina para avisar que chegou.
- É o Johnny! (diz Anne se levantando)
Sophie e Orlando também se levantam e Sophie diz:
- Não esqueça de dar o meu recado a ele.
- Não vou esquecer! (diz Orlando com cara de deboche)
Sophie vai até a cozinha para avisar a sua mãe que já estava de saída. Anne abre a porta e vai até o carro seguida por Orlando. Johnny sai do carro beija Anne e cumprimenta Orlando.
- E aí amigo, como você está? (pergunta Johnny colocando a mala de Orlando no porta-malas)
- Bem. Na medida do possível!
- Melhora esse astral meu amigo! (diz Johnny)
- Estou tentando.
- Cadê Sophie? (pergunta Johnny)
- Ela já vem. (diz Anne)
Os três entram no carro.
- Ah antes que eu me esqueça... Sophie mandou eu te dar um recado. (diz Orlando)
- Qual?
- Pra você não dirigir a palavra a ela, não olhar na cara dela e fingir que ela não existe. Deixa eu ver, o que mais... ah e se você disser um “oi”, ela fica.
- Caramba! (exclama Johnny)
- Também acho! (diz Orlando)
Sophie aparece e Orlando abre a porta pra ela entrar. Quase que Johnny pergunta como ela estava, mas se conteve. Ele apenas a olhou pelo espelho retrovisor. Sophie nem levantou a cabeça.
- O seu recado foi dado! Não esqueci nenhuma letrinha! (diz Orlando com sarcasmo)
Sophie o olha debochada e diz:
- Fico agradecida querido!
Anne e Johnny se olharam. Orlando diz a Johnny o endereço de sua casa e depois de uns 45 minutos ele para o carro em frente ao portão da mansão. Orlando desce, tira um aparelhinho do bolso do paletó e aperta um botão e o portão se abre. Johnny entra com o carro e Orlando fecha o portão. Depois Orlando torna a entrar no carro e Johnny segue com o carro e o para em frente à entrada da mansão. Todos descem do carro e Johnny e Anne que ainda não tinham visto a mansão a admiram.
- Uau! (diz Anne)
- Mandou bem! (diz Johnny dando um tapinha no ombro do amigo)
- Obrigado! (diz Orlando)
Johnny tira a mala de Orlando do porta-malas e Orlando a arrasta até a porta. Depois de abrir a porta ele deixa Sophie, Anne e Johnny entrarem primeiro.
- Lar doce lar! (diz Orlando) Eu vou colocar a mala lá no quarto e já volto. Fiquem a vontade!
Ainda no térreo Sophie chama Anne para ir até a sala. Anne segura a mão de Johnny para ele acompanhá-la. Orlando volta ao hall e diz:
- Pessoal!
- Estamos aqui na sala! (diz Sophie)
Orlando se dirige até lá e os vê em pé.
- Sentem!
Johnny e Anne sentam juntos em um sofá e Sophie em uma poltrona ao lado. Orlando se aproxima de Sophie e se senta no braço da poltrona e coloca seu braço sobre o ombro dela.
- Eu ainda não tinha visto a casa decorada. A sala ficou super aconchegante! Amei esses quadros, sou louca por quadros! (diz Sophie)
- Não foi por falta de convite. Quando ela estava sendo decorada eu chamava você pra vir dar uma olhada, mas você sempre se recusava.
- Já vai começar Orlando! (diz Sophie empurrando o braço dele de cima de seu ombro)
- Não estou começando nada, apensa fiz um comentário! (diz ele se levantando do braço da poltrona e se sentando em outra)
- Comentário um tanto quanto desnecessário! (diz Sophie)
- Ai gente, por favor! (diz Anne)
- Querem conhecer o restante da casa? (pergunta Orlando se levantando)
- Claro. (diz Anne)
Anne e Johnny também se levantam, mas Sophie permaneceu sentada.
- Você não vem? (pergunta Orlando)
- Depois eu vou.
Orlando se aproxima de Sophie e Johnny diz:
- Orlando, vamos te esperar lá no hall.
Orlando assentiu com a cabeça. Anne e Johnny se retiram deixando Orlando e Sophie a sós. Orlando se ajoelha em frente Sophie que ainda estava sentada. Ele coloca suas mãos nos joelhos dela e pergunta:
- Por que você tá fazendo isso comigo Sophie?
Ela apenas fitava as próprias mãos.
- O que foi que eu te fiz de tão ruim pra que me despreze desse jeito? Me diz!
Orlando começa a chorar e apóia sua testa sobre suas mãos que ainda estavam sobre os joelhos de Sophie. Ela ficou com o coração partido ao vê-lo sofrendo tanto. Sophie coloca sua mão direita sobre a cabeça de Orlando e acaricia os cabelos dele. Ele ergue o rosto e a olha. Ela seca as lágrimas dele já com as suas rolando em seu rosto. Sophie segura as mãos dele e se levanta fazendo-o se levantar também. Ela acaricia o rosto dele com as duas mãos e diz:
- Você nunca me fez nada de ruim. Eu não te mereço sabia? Não mereço seu amor!
- Não diga isso! (diz ele a abraçando)
Sophie retribui o abraço e começa a beijá-lo no pescoço fazendo-o fechar os olhos e a roçar seu rosto no dela. Orlando segura na cintura dela prendendo-a mais contra si. Sophie envolve seus braços no pescoço dele e roça sua boca na dele. Eles ficam roçando seus lábios com a boca entreaberta e depois começam a se beijar. O beijo ficava cada vez mais intenso. Sophie sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo quando Orlando colocou sua perna direita entre as dela.
- Sophie, eu não agüento mais! Eu te quero! (sussurra ele no ouvido dela)
- Orlando, é melhor você parar! Anne e Johnny estão nos esperando. (diz ela ofegante)
Orlando se afasta dela e tenta se recompor. Ele estava extremamente excitado.
- Olha o que você faz comigo! (diz ele se referindo à excitação)
- Me desculpe! (diz ela com um sorriso constrangido)
- Vai indo na frente e amostra a eles o primeiro andar. Eu vou até a cozinha beber um pouco de água bem gelada. Preciso esfriar um pouco o corpo!
Sophie deu uma risada.
- Eu gosto de ver você assim, com esse sorriso lindo! (diz Orlando)
Sophie se aproxima dele e o beija.
- Agora chega, senão a situação vai ficar incontrolável! (diz ele se afastando de Sophie)
Sophie se retira e vai até o hall. Anne e Johnny estavam sentados nos degraus da escadaria que dá pro primeiro andar. Quando Sophie apareceu, Anne e Johnny se levantaram.
- Cadê o Orlando? (pergunta Johnny)
Sophie o encara como se o estivesse recriminando por ele ter lhe dirigido a palavra.
- Me desculpe! (diz ele abaixando a cabeça)
- Ele já vem. Me pediu pra amostrar o primeiro andar pra vocês. (diz Sophie respondendo a pergunta dele só que olhando pra Anne como se ela a estivesse feito)
Sophie passa por eles e começa a subir as escadas. Johnny olha pra Anne e sussurra no ouvido dela com um sorriso:
- Pelo menos ela respondeu.
Anne lhe retribuiu o sorriso, mas ficou com o coração apertado e com vontade de chorar ao ver uma inocência no sorriso dele, uma ponta de esperança de Sophie o perdoar. Anne se sentia magoada ao vê-lo sendo desprezado. Ela se sentia mais magoada ainda consigo mesma quando se lembrava das vezes que ela própria o desprezara. Aquele sorriso esperançoso dele lhe lembrava uma criança que anseia o perdão de seus pais após ter feito uma travessura. Anne acaricia o rosto dele e lhe dá um beijinho na ponta do nariz fazendo-o dar um sorriso sapeca e encantador. Sophie os guia até a suíte de Orlando.
- A suíte ficou linda! Quando estive aqui ela estava vazia. Venham ver que vista linda! (diz ela indo até a varanda)
Sophie nem havia percebido que sua frase estava incluindo Johnny, mas pra ele isso não passou despercebido e mais uma vez ele olhou pra Anne e deu aquele sorriso. Anne e Johnny acompanham Sophie até a varanda.
- Nossa! olhando do alto é que a gente percebe o quanto esse lugar é lindo! (diz Johnny)
Sophie que estava ao lado dele quis dizer que também ficou encantada com o lugar quando o viu pela primeira vez e que o lugar que ela mais gostava era o jardim, mas se manteve calada.
- Que jardim lindo! (diz Anne)
- Também acho! (diz Sophie e Johnny ao mesmo tempo)
Eles se olharam e Johnny riu. Sophie virou o rosto pro lado oposto ao de Johnny e esboçou um sorriso. Orlando entra na suíte e pergunta:
- E aí, o que estão achando?
Os três saem da varanda e Johnny diz:
- Esse lugar é lindo demais!
- O que você achou Anne? (pergunta Orlando)
- Estou adorando!
- Anne, vamos até o jardim! (diz Sophie)
- Vamos.
- Enquanto vocês vão até o jardim eu vou mostrar o terceiro andar pro Johnny.
- Ok. (diz Sophie)
Orlando e Johnny entram no elevador e vão até o terceiro andar, enquanto Anne e Sophie descem as escadas e seguem até o jardim. Orlando amostra o salão de jogos e a sauna pra Johnny. Sophie e Anne passeiam pelo jardim.
- Então Sophie, você e Orlando se entenderam?
- Sim. Deixa eu te contar uma coisa! (diz Sophie sorrindo e puxando Anne pela mão fazendo-a ficar ombro a ombro com o seu)
- Que foi? (pergunta Anne também sorrindo)
- Sabe por que Orlando demorou pra subir?
- Por quê? (pergunta Anne)
- A gente começou a se beijar e ele... (Sophie começou a rir)
- E ele o que Sophie? (pergunta Anne também rindo)
- Ficou excitado! (sussurra Sophie)
- Uau! (sussurra Anne) E você?
- E eu o quê?
- Como o quê? Também ficou excitada?
- Pior que fiquei.
- Por que pior? É tão bom ficar excitada! (diz Anne)
As duas riram.
- Você não pensa mesmo em fazer amor com ele?
- Pensar eu penso, mas... quando a gente tá quase lá, eu acabo desistindo. Me bate uma sensação, como se eu fosse me arrepender se eu deixar acontecer, eu não entendo.
- E se fosse com o meu tutor, você se entregaria? Se não estivesse namorando Orlando é claro.
- Não sei. Acho... acho que sim. Que loucura, não é?
- Põe loucura nisso! (diz Anne rindo)
- Ele... fala em mim? Pergunta por mim? (pergunta Sophie se referindo ao Sr. Wilkinson)
- O incrível é que pergunta. Eu não sei se é só pra provocar o Orlando ou se realmente quer ter notícias suas. Acho que é a primeira opção.
- Acho que as duas. (diz Sophie)
- Você acha mesmo que ele possa estar sentindo sua falta?
- Por que não?
- Hoje quando Orlando estava fechando a conta no Hotel, o traste se aproximou e provocou Orlando.
- Jura? O que ele fez?
- O Orlando?
- Não, o crocodilo velho. O que ele disse pro Orlando?
- Primeiro perguntou por você, daí Orlando disse que você não poderia estar melhor, que você não olhar na cara dele estava te fazendo bem.
- O que o crocodilo disse?
- Que pra ele também estava fazendo muito bem não olhar na sua cara.
Sophie ficou com o olhar triste fitando a grama.
- Mas aí ele falou que se eu demorasse na sua casa, ele iria me buscar. Orlando disse pra ele não se atrever a pisar lá e você nem imagina o que ele disse.
- O quê? Fala logo!
- Ele perguntou se Orlando estava com medo de você se jogar nos braços dele de tanta saudade.
- Jura que ele disse isso? (pergunta Sophie rindo)
- Juro! Orlando ficou uma fera! Eu tive que interferir senão era capaz de Orlando dar um soco na cara dele.
- Pois era o que ele merecia. Você devia ter deixado Orlando fazer isso. (diz Sophie bem séria)
Anne olhou pra ela não acreditando muito no que ela acabara de falar, daí Sophie a olha e dá uma gargalhada.
- É claro que eu não ia querer que ele se machucasse, mas não significa que não merecesse. Se ele não fosse tão cruel... se não fizesse tanta coisa ruim... eu vou te confessar uma coisa, mas você vai me achar louca.
- Mais? Impossível! (diz Anne)
As duas riram.
- Esse jeito ríspido dele, irônico, com aquele ar superior e imponente o deixa tão sexy e me excita!
- Sophie, você acabou de dizer que se ele não fosse tão cruel...
- Eu não disse que gosto das crueldades dele, apenas da maneira dele se expressar.
Ele fica tão charmoso. Sabe o que dá a impressão?
- O quê?
- Dá a impressão de que ele se esforça pra ser assim, de que no fundo ele gostaria de nos tratar de outro jeito.
- Não tem fundamento isso que você acabou de dizer. Se ele não gostasse de nos tratar assim, então por que trata? (pergunta Anne)
- Ele é um homem muito orgulhoso, jamais admitiria isso e muito menos mudaria o jeito de ser. (diz Sophie)
- Você acha que ele só nos trata mal por ser orgulhoso? (pergunta Anne)
- É o que eu acho. (diz Sophie)
- Sabe o que eu acho? (pergunta Anne)
- O quê?
- Que na verdade você está se referindo a você mesma.
- Como assim? (pergunta Sophie)
- Que no fundo você quer perdoar o Johnny, que não gosta de tratá-lo mal e seu orgulho não a deixa admitir isso e muito menos perdoá-lo.
- Não é verdade. (diz Sophie)
- Viu! Foi o que eu acabei de dizer. O seu orgulho não a deixa admitir. Acontecia o mesmo comigo e com Orlando quando insistíamos em não perdoar o Johnny.
- E o que fez você e Orlando admitirem que estavam sendo orgulhosos?
- O amor e a amizade Sophie! São as coisas mais preciosas que o ser humano pode ter. a gente tem que deixar o amor e a amizade falarem mais alto em nosso coração. Foi o que eu e Orlando fizemos. Agora só falta você. Ele tá sofrendo muito por ter te magoado, você não sabe como ele sente falta da sua amizade... de como você o fazia rir. (diz Anne fazendo Sophie chorar)
- Se você continuar falando sobre ele eu vou embora. (diz Sophie com a voz embargada e secando as lágrimas)
- Ok, eu não vou dizer mais nada. Apenas pensa em tudo o que eu disse. Vamos entrar?
- Vamos.
Quando elas estavam chegando ao hall vêem Johnny e Orlando saindo do elevador.
- E aí, aproveitaram bastante o Tour pelo jardim? (pergunta Orlando sorridente)
- Aproveitamos. (diz Anne)
Orlando olha pra Sophie e a vê de cabeça baixa.
- O que você tem Sophie?
- Nada. Na verdade eu quero ir pra casa.
- Já? Por quê? (pergunta Orlando)
- Por que eu quero.
- Já tá na hora de nós irmos também Johnny. (diz Anne)
- Ah gente, qual é! (diz Orlando)
- É melhor Orlando. Vai que o imprestável aparece na casa de Sophie pra me buscar.
Sophie olhou pra Anne.
- Ele não tá maluco! (diz Orlando)
- O pior é que ele é maluco! (diz Anne)
- Pelo menos almocem aqui comigo. (diz Orlando)
- O que você acha? (pergunta Anne pra Johnny)
- Por mim tudo bem. Uma hora a mais, uma a menos acho que não fará diferença. (diz Johnny)
- Ok. Só não podemos demorar. (diz Anne)
- Você também fica né? (pergunta Orlando pra Sophie)
- Sim.
Primeiro eles terminaram de conhecer a mansão e depois foram almoçar. Meia hora depois de terminado o almoço Anne diz:
- É melhor a gente ir Johnny.
- Ok.
Sophie pega o celular dela e começa a discar um número.
- Pra quem você tá ligando? (pergunta Orlando)
- Pra uma companhia de táxi. (diz ela)
- Sophie, eu levo você pra casa. (diz Johnny)
Sophie ignora o que Johnny diz e continua com o celular ao ouvido. Quando uma pessoa do outro lado da linha atende e Sophie vai falar, Johnny a interrompe tomando o celular da mão dela. Ele leva o celular ao ouvido e diz:
- Me desculpe, foi engano!
Ele desliga o celular e o coloca no bolso do paletó.
- O que você está fazendo? Devolve o meu celular!
- Não. Se eu devolver você vai ligar de novo pra companhia de táxi.
- É claro que eu vou ligar por que com você eu não volto.
- Sophie, para de besteira! (diz Orlando)
- Se não quiser brigar comigo não se meta! (diz ela pra Orlando)
- Não tem cabimento eu deixar você ir de táxi se você veio no meu carro. (diz Johnny)
- Mas eu não quero. Nem sei por que aceitei vir no mesmo carro que você. Eu não suporto a sua presença!
- Sophie! (diz Anne)
- Não fala assim, você tá me magoando! (diz Johnny)
- Dane-se! Agora devolve o meu celular!
- Não. (diz Johnny)
- Você não tem esse direito!
- Só devolvo se você aceitar minha carona.
- Miserável! Quer saber, dane-se o celular, mas com você eu não vou. Orlando eu posso usar o seu telefone?
- Claro. (diz Orlando)
Johnny o olha em reprovação.
- Que foi? Eu não podia dizer que não. (diz Orlando pra Johnny)
Sophie vai até a sala e quando estava com o fone ao ouvido discando o número da companhia de táxi, Johnny que foi atrás dela se aproxima, toma o fone da mão dela e o deposita no aparelho.
- Que merda Johnny! Não pode me obrigar a ir no seu carro.
- Posso sim. (diz ele)
- Ah é? E como você vai fazer isso? Vai me levar amarrada por acaso?
- Não é uma má idéia! (diz ele com um sorriso contido) Mas não vou chegar a tanto. Eu só preciso fazer uma coisa que eu sempre faço e que sempre dá certo.
- Do que você tá falando?
Johnny a pega pelas pernas, a joga sobre o ombro e caminha com ela até o hall.
- Me põe no chão!
Ele passa por Anne e Orlando que começam a rir e os seguem.
- Me põe no chão seu imbecil! Anne, faz ele me por no chão!
- Me desculpe Sophie, mas é melhor não contrariá-lo! Falo por experiência própria. (diz Anne rindo)
- Orlando! (diz ela erguendo um pouco a cabeça que estava praticamente de cabeça pra baixo sobre o ombro de Johnny)
- Desculpe amor, mas também não posso fazer nada.
- ME PÕE NO CHÃO! (grita ela dando tapas nas costas de Johnny)
Johnny para ao lado de seu carro, abre a porta de trás e coloca Sophie dentro do carro. Ele a olha e diz com um sorriso de canto de boca:
- Não saí daí, senão terei que carregá-la novamente e aí ficarei com dor nas costa. Você pesa sabia?
Sophie o olha e faz um gesto obsceno com o dedo médio pra ele.
- Que coisa feia! (diz ele sorrindo)
Johnny fecha a porta do carro e vai se despedir de Orlando.
- A gente se vê. (diz Johnny apertando a mão de Orlando e depois lhe dando um abraço)
- Tchau Orlando! Te vejo na casa de Sophie. (diz Anne também lhe dando um abraço)
- Se cuidem! (diz Orlando)
Orlando olha pra Sophie dentro do carro e a vê com o rosto virado para o outro lado.
- Você conseguiu irritá-la. (diz Orlando rindo)
- Ela está puta comigo! (diz Johnny também rindo)
- Tadinha da minha amiga! (diz Anne sorrindo)
Anne e Johnny entram no carro.
- Eu não disse que meu método sempre dava certo! (diz Johnny olhando pra Sophie pelo espelho retrovisor)
- Vai se ferrar! (diz ela fazendo-o rir)
- Para de debochar da minha cara! (diz ela irritada)
- Não estou debochando da sua cara, só estou rindo.
- Devolve meu celular!
- Como é que se pede? (pergunta ele)
- Ah não Johnny, não faz isso. (diz Anne)
- Eu sei o que eu to fazendo. (diz ele)
Um dos seguranças que estavam no portão, o abre pra Johnny poder sair com o carro.
- Peça com educação. (diz ele pra Sophie)
- Não vou me humilhar pra você. (diz ela)
- Pedir com educação é humilhação? (pergunta ele)
- DEVOLVE O MEU CELULAR! AGORA! (grita ela)
Eles “dialogavam” se olhando pelo espelho retrovisor. Anne olha pra trás e diz:
- Sophie, eu te aconselho a pedir por favor, se não ele não vai sossegar e muito menos devolver seu celular. Como eu já disse, é por experiência própria.
- Não mesmo! (diz Sophie)
Anne balança a cabeça e torna a olhar pra frente.
- Então pode ir dando adeus ao seu celular. (diz Johnny com um sorriso contido)
- Faça bom proveito! Eu compro outro. (diz Sophie)
- Para Johnny. Devolve o celular dela.
Ele não diz nada e continua dirigindo.
Um silêncio pairou sobre eles até Johnny parar o carro em frente à casa de Sophie. Johnny destranca a porta do carro automaticamente pra Sophie poder sair.
- Tchau Sophie! (diz Anne)
- Tchau!
Sophie abre a porta e antes de sair ela pergunta pra Johnny:
- Não vai devolver meu celular?
- Você vai pedir por favor? (pergunta ele)
- Não.
- Então eu não devolvo.
- Johnny! (diz Anne)
- Eu já disse que sei o que estou fazendo. (diz ele)
- Não pense que vou agradecer a carona. (diz Sophie)
- E quem disse que eu estava esperando que me agradecesse?
Sophie sai do carro e bate a porta com força. Ela abre a porta de sua casa e entra. Johnny segue com o carro pro Hotel.
- Você ficou louco? Por que não devolveu o celular?
- Quando é o aniversário de Sophie? (pergunta Johnny)
- Por quê?
- Quando é?
- É daqui a duas semanas. Uma semana depois do seu, dia 16.
- É mesmo?
- É, por quê você quis saber?
- Acho que dá pra ela agüentar duas semanas sem celular. (diz Johnny)
- O que! Como assim? Não estou entendendo Johnny.
- Entenderá!
- Por que tanto mistério?
- Não seja curiosa! (diz ele sorrindo)
- É claro que estou sendo curiosa. Você não está respondendo a nenhuma das minhas perguntas.
- Eu já disse que entenderá! No dia certo!
- Eu vou ficar aborrecida com você. (diz ela)
- Ok, eu vou dizer só uma coisinha. Estou bolando um plano pra Sophie me perdoar. Eu tenho certeza que dará certo.
- Jura! (diz ela)
- Juro!
- Me conta!
- Ainda não.
- Por que não?
- Por que não.
- Que droga Johnny!
- Não fica chateada.
- Então me diz só mais uma coisinha. Por favor!
- Ok, o celular e o aniversário dela estão envolvidos no plano.
- Droga! Só aumentou a minha curiosidade!
Johnny deu uma gargalhada.
- Eu vou te contar, juro! Mas não agora.
Anne fez biquinho de emburrada e cruzou os braços. Johnny a olhou com um sorriso de canto de boca. Johnny para o carro uma rua antes de chegar ao Hotel pra Anne poder descer.
- Você prefere se encontrar comigo só amanhã na minha casa ou quer que eu vá até o Hotel agora e passe o resto da tarde com você?
- Você passou a noite toda comigo, disse que só íamos nos ver amanhã, daí acabou que voltamos a nos ver hoje e você ainda quer passar o resto da tarde comigo? (pergunta Anne)
- Quero. Você não? (pergunta Johnny estranhando o comentário dela)
- Não. Sabe por quê? (pergunta ela)
Ele apenas balança a cabeça negativamente.
- Por que é pouco! Eu não quero só passar o resto da tarde com você. Quero passar a minha vida toda, aliás... a eternidade! (diz ela com um sorriso)
Johnny dá um sorriso encantador e a beija.
- Pensei que estava aborrecida comigo.
- É claro que não. (diz Anne segurando o rosto dele e lhe dando um beijo)
- Então, o que acha de eu passar o resto da tarde com você? (pergunta Johnny)
- É óbvio que eu quero! (diz ela)
- Ok. Você segue a pé daqui e eu sigo de carro. Como eu vou chegar primeiro, espero por você sentado em um dos sofás lá no saguão. Quando você for pro quarto eu espero uns segundos e subo. Deixa a porta destrancada.
- Ok. (diz ela)
Eles se beijam mais uma vez e Anne desce do carro. Não demora muito e Johnny para o carro em frente ao Hotel. Já sentado em um dos sofás no saguão Johnny fica impaciente com a demora de Anne. O Sr. Wilkinson o vê e se aproxima.
- Esperando pela namorada Sr. Depp?
- Não, eu... quer dizer... sim, mas...
Johnny se interrompe quando vê Gisele descer as escadas. O Sr. Wilkinson olha pra trás e também a vê. Gisele vê Johnny e o Sr. Wilkinson. Ela se aproxima e os cumprimenta.
- Boa tarde! (diz ela pro Sr. Wilkinson)
- Boa tarde Srta. Novack!
- Oi John!
- Oi Gi! (Johnny a cumprimenta com um beijo no rosto)
- Que falta de romantismo Sr. Depp! Cumprimentar a namorada com um beijo no rosto. (diz ele irônico)
Gisele encarou Johnny que não sabia o que dizer. Nesse momento Anne entra no Hotel e vê os três. O coração dela parecia que ia sair pela boca. O Sr. Wilkinson a vê e a chama.
- Dawson.
- Merda! (pensou ela)
Anne se aproxima e cumprimenta Gisele.
- Oi Gisele!
- Oi Anne!
Anne ignora Johnny pra manter o disfarce.
- To impressionado! É a primeira vez que a Srta. me obedece! Não chegou tarde da casa da Srta. Marks.
- É, pro Sr. ver. Quando eu quero eu sei ser muito obediente. (diz ela debochada)
- Obediente sim, mas a língua continua afiada! (diz ele)
Anne dá de ombros. Johnny estava com um sorriso contido.
- Dá licença! Eu vou pro meu quarto. (diz Anne)
Quando Anne dá as costas, o Sr. Wilkinson lhe faz uma pergunta apenas para testá-la.
- Não formam um lindo casal?
Anne se vira para olhá-lo.
- O que disse? (pergunta Anne)
- O Sr. Depp e a Srta. Novack, não formam um lindo casal?
Anne olha pra Gisele e pra Johnny. Quando Gisele fez menção pra falar e desmentir tudo, Anne diz:
- Formam sim. Foram feitos um pro outro.
O Sr. Wilkinson ainda não satisfeito diz:
- Acredita que o Sr. Depp cumprimentou a própria namorada com um beijo no rosto.
Eu disse a ele que era falta de romantismo, não acha Dawson?
Anne engoliu em seco. Ela sabia muito bem o que o Sr. Wilkinson estava pretendendo.
- Não é da minha conta! (diz Anne)
- Eu acho que a Srta. Novack ia preferir um beijo apaixonado.
- Por que está tão preocupado com o modo que ele a beija? Deixem que se beijem como quiserem! (diz Anne ríspida)
- Vou dizer por que estou tão preocupado, por que eu não estou nenhum pouquinho convencido com esse “romance”. Quem sabe o Sr. Depp não consiga me convencer dando um beijo como eu acho que deve ser na Srta. Novack?
Anne gelou, Gisele enrubesceu e Johnny quase teve um troço.
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Amores em Conflito!
RomanceAnne é uma garota de apenas 17 anos, mora com seu tutor o Sr. George Wilkinson em um Hotel de luxo em Los Angeles, seu tutor é o gerente do Hotel. Anne tem lindos cabelos ruivos e lisos com leves cachos nas pontas na altura dos ombros, lindos olhos...