Capítulo 46

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Johnny desligou pra não dar a chance dela convencê-lo a não ir. Ele pega seu carro e vai até o Hotel. Anne andava de um lado pro outro, ela não se sentiu bem por um instante e resolveu se sentar um pouco no sofá, mas continuava inquieta. A presença de Johnny lá no Hotel com certeza deixaria o Sr. Wilkinson furioso.
Não demora muito e Johnny chega ao Hotel. Ele para o seu carro bem em frente ao Hotel e desce furioso. Um dos seguranças que estava perto à entrada diz:

- Sr. não pode deixar seu carro ali.

Johnny o ignora e entra como um furacão. Ele passa pelo saguão e vai direto ao escritório do Sr. Wilkinson. O recepcionista Sr. Evans fica boquiaberto com a presença de Johnny e principalmente com a entrada tempestuosa dele.
Johnny chega ao escritório e abre a porta furioso batendo-a atrás de si e vai pra cima do Sr. Wilkinson que fica pasmo com a presença dele e não consegue emitir uma palavra e nem que quisesse falar conseguiria porque Johnny havia lhe dado um belo soco dizendo:

- Seu miserável! Você quer matar o meu filho? Se encostar um dedo em Anne, quem morrerá é você.

O Sr. Wilkinson estava caído no chão com a boca sangrando. Ele se levanta, se apóia na mesa e tira um lenço de dentro do paletó e começa a limpar o sangue.

- O que faz aqui? Não deveria estar em Londres? E como soube da gravidez dela?
- Estou aqui pra protegê-la, sim eu deveria estar em Londres, mas resolvi voltar e eu soube da gravidez por ela mesma hoje na casa de Sophie. Eu passei o dia todo com ela e não que seja da sua conta as minhas intimidades, mas... passamos a tarde toda fazendo amor. Quer mais ou isso é o suficiente?

O Sr. Wilkinson ficou paralisado com o que acabara de ouvir.

- Vagabunda! Ela mentiu pra mim mais uma vez.

Johnny o pega pelo paletó e diz na cara dele:


- Não ouse chamá-la de vagabunda de novo ou não sobrará nenhum dente dentro dessa sua maldita boca.
- O Sr. é que não ouse encostar a mão em mim novamente ou chamarei a polícia e darei queixa contra o Sr. por agressão e ainda terei o prazer de acrescentar à polícia que o Sr. abusou de minha protegida e que a engravidou sendo ela menor de idade.
- Seu monstro! Sabe que eu não abusei dela.
- Sim, mas a polícia não sabe e a imprensa também não. Um homem da sua idade com uma menor se chama pedofilia. Por mas que ela jure que não a violentou, sempre tem quem acredite principalmente a imprensa sensacionalista. Já imaginou seu nome nos jornais e revistas: “Astro de Hollywood pedófilo”! “Ator Johnny Depp engravida uma jovem de apenas 17 anos e vai parar na cadeia”! Se não quer que isso aconteça tire suas mãos de cima de mim.

Johnny o solta.

- Volte para Inglaterra Sr. Depp. Lá é que é o seu lugar.
- Se eu voltar pra lá será com Anne ao meu lado.
- Ouse tirá-la deste Hotel e eu colocarei toda a polícia de Los Angeles, o FBI e quem mais for preciso atrás do Sr. Além de seu nome ficar sujo como pedófilo, sairá também como seqüestrador. Aposto que tudo isso lhe daria prisão perpétua no mínimo. Sua vida estaria acabada Sr. Depp. Basta uma atitudezinha se quer de sua parte e eu agirei.
- CANALHA! (grita Johnny)
- Suas ofensas não me atingem Sr. Depp.


- Mas parece que um soco sim. Sua boca ainda está sangrando. (diz Johnny)

O Sr. Wilkinson leva o lenço à boca novamente pra limpar o sangue.

- O soco que me deu me proporcionaria uma bela indenização de sua parte, mas vou relevar pra demonstrar o quanto posso ser generoso e que não preciso do seu dinheiro. (diz Sr. Wilkinson irônico)
- Filho da puta! (diz Johnny)
- Não use palavras de baixo calão em meu escritório, por favor! (diz ele franzindo a testa)
- Foda-se!
- Um homem de sua categoria não precisava descer tão baixo Sr. Depp.
- Eu precisei descer ao mesmo nível que o seu.

O Sr. Wilkinson o observa e pergunta:

- Quanto o Sr. quer pra deixá-la em paz? Diga, eu pago.

Johnny fica mais furioso ainda e dá um passo na direção dele que recua dizendo:

- Lembre-se do que eu disse Sr. Depp, se encostar em mim de novo...
- O meu amor por ela não tem preço. Ainda mas esperando um filho meu.
- Se é que esse filho é realmente seu. (diz Sr. Wilkinson olhando pro chão)
- Do que está falando?

O Sr. Wilkinson começa a andar pelo escritório e diz calmamente:

- Sabe, eu acabei de me lembrar de um episódio que aconteceu na véspera de Ano Novo. Não sei se ela lhe contou.

O Sr. Wilkinson o encara e Johnny estava com um olhar furioso.

- Acho que já era mais de uma da madrugada quando eu peguei o Sr. Morrison no quarto de Dawson. Se lembra do Sr. Morrison, não lembra? O ex de Dawson.
- Está mentindo. (diz Johnny por entre os dentes)
- Ah, ela não lhe contou? Acho que ela não confia tanto assim no Sr., não é? Até a Srta. Marks presenciou tudo também. Sabe, ela me disse que o Sr. Morrison tentou estuprá-la. Eu perguntei se ele havia cometido tal ato e ela disse que não, mas... não sei não...
- ESTÁ MENTINDO!
- Não estou não. Pergunte a ela. Aliás, eu acho que ela mentiu... não deve ter havido tentativa de estupro nenhuma. Ela deve ter ficado com vergonha ou medo, sei lá, de dizer que havia transado com ele. Quando eu entrei no quarto ela estava apenas de roupão e ele... estava com a calça aberta... ceninha deprimente, o Sr. tinha que ter visto. É Sr. Depp... eu acho que esse filho não é seu.

Johnny não conseguiu conter as lágrimas. Ele limpava as lágrimas com força, mas elas teimavam em cair. Johnny sai do escritório furioso e vai até o quarto de Anne.

- Será que eu falei demais? (pergunta Sr. Wilkinson pra si mesmo ironicamente)

Chegando ao quarto de Anne, Johnny bate com força na porta. Ela se assusta, chega perto da porta e pergunta quem é.

- Johnny. (diz ele áspero)

Ela destranca a porta e ele entra revoltado. Anne o olha assustada e pergunta:

- O que houve?
- Você transou com ele?
- O quê! Do que você tá falando?
- Do Morrison. Você transou com ele?
- Que absurdo é esse Johnny? De onde você tirou isso?
- TRANSOU OU NÃO! (grita ele)
- NÃO. É CLARO QUE NÃO. (grita ela também)
- Então ele... estuprou você na véspera de Ano Novo?
- Não, também não. Ele tentou, mas... Johnny, como soube?
- Então é verdade. (diz ele)
- Depende de que verdade você está falando. (diz ela)
- Só há uma verdade e eu quero que você me conte agora.
- Johnny fica calmo. Senta aqui. (ela o puxa pela mão fazendo-o se sentar no sofá)
- O seu tutor me disse que encontrou o Morrison aqui em seu quarto na véspera de Ano Novo. E disse que você mentiu que ele não tentou estuprá-la. Ele disse que você deveria estar com medo ou vergonha de contar que havia transado com o Morrison. É verdade?
- Sim... quer dizer não! Ele veio aqui sim e realmente tentou em estuprar, mas eu não transei com ele. Eu jamais faria isso.

Johnny apenas a olhava.

- Não tá acreditando em mim, não é?
- E como ele entrou aqui no quarto?
- Eu devo ter esquecido de trancar a porta. Eu estava deitada na cama de olhos fechado, mas não estava dormindo. Ele entrou em silêncio, mas eu senti que tinha alguém aqui dentro e quando abri os olhos, ele estava parado me olhando. Ele tava bêbado e veio pra cima de mim.
- Ele estuprou você?
- Eu já disse que não.
- E como você conseguiu se livrar dele?
- Sophie me ajudou. Ela já havia ido embora, mas resolveu voltar porque não quis me deixar sozinha. Quando ela entrou viu ele em cima de mim.

Anne conta com detalhes tudo o q havia acontecido.

- Johnny, você acredita em mim, não acredita? Eu jamais iria mentir pra você.
- E por que não me contou?
- Eu não me lembrei. Nós nos encontramos hoje depois de dois meses. Eu tava tão feliz que só pensava em amar você.
- Você jura que ele não lhe fez nada?
- Pela vida do nosso filho. (diz ela chorando)

Johnny coloca a mão na barriga dela e depois no rosto secando-lhe as lágrimas.

- Por que desconfiou de mim? (pergunta ela ainda chorando)
- Me perdoa! Eu fiquei louco de ciúmes só com a possibilidade dele ter tocado em você. Eu acabei ficando descontrolado. Me perdoa, por favor!
- É claro que eu perdôo.

Os dois se beijam.

- O seu tutor me contou de um jeito como se você tivesse me traído e ainda disse que esse filho poderia não ser meu.
- Que horror Johnny! Ele tá fazendo de tudo pra separar a gente e pra eu não ter esse bebê.
- Mas ele não vai conseguir. (diz ele)
- Promete! (diz ela)
- Prometo!
- Como foi sua conversa com ele? (pergunta Anne)
- Eu dei um soco nele.
- O quê! (Anne leva a mão à boca)
- E o que ele fez?
- Me ameaçou. Ele disse que se eu encostasse nele de novo me denunciaria por agressão. E você não sabe o pior.
- O quê? (pergunta ela)
- Ele diria a polícia que eu violentei você. Eu seria preso como pedófilo.
- Meu Deus, que absurdo! Eu diria a polícia que é tudo mentira dele.
- Não adiantaria.
- Por que não?
- Eu tenho 46 anos e você só 17. E está grávida.
- E não conta o amor que eu sinto por você?
- Pra eles não porque você é menor de idade. Ele me mandou voltar pra Londres e eu disse que se voltasse seria com você.
- E o que ele disse?
- Que se eu tirasse você daqui, além de meu nome ficar sujo na imprensa como pedófilo, ele colocaria a polícia atrás de mim como sequestrador. Isso me levaria a prisão perpétua no mínimo.
- Sequestrador? Johnny ele é louco.
- Eu sei. É por isso que eu tenho medo por você. Não quero que fique aqui sozinha.
- Não tem outro jeito. (diz ela)
- Tem sim. Eu vou voltar a me hospedar aqui.
- Ele não vai permitir. (diz ela)
- Ele não é dono do Hotel. (diz ele)
- Eu sei, mas ele vai querer me mandar pra longe de novo.
- E o que a gente pode fazer então? (pergunta Johnny)
- Não tenho a mínima idéia.

Johnny a olha com um sorriso e pergunta:

- Como você tá?
- To bem.
- E o bebê? (pergunta ele passando a mão na barriga dela)
- Muito bem. Johnny, você pergunta como se a gente estivesse se reencontrando só agora. Já esqueceu que passamos o dia todo juntos?
- Como eu poderia esquecer? Eu tive o melhor momento de prazer da minha vida. Só de lembrar da vontade de repetir.

Ele que já estava bem mais calmo a olha com um olhar malicioso. Anne passa as mãos no rosto dele e depois nos cabelos. Ela chega sua boca bem perto da dele como se fosse beijar e recua deixando-o com a boca entreaberta. Ele a olha meio de lado com um sorriso de canto de boca, pega nos braços dela e a deita no sofá. Ele deita sobre ela e começa a beijá-la. O clima começa a esquentar, mas são interrompidos com a entrada do Sr. Wilkinson no quarto. Eles se assustam com a presença dele e se levantam.

- Que ceninha deplorável! (diz Sr. Wilkinson)
- O Sr. devia ter batido na porta. (diz Anne)

Ele ignora completamente o que ela havia dito.

- Fora Sr. Depp.
- Não. (diz Johnny)
- Quer que eu chame a polícia?
- Pode chamar. (diz ele)
- Não! Johnny... por favor, é melhor você ir.
- Não vou deixá-la sozinha.
- Acha que eu seria capaz de fazer alguma coisa contra ela Sr. Depp?
- Acho não, tenho certeza.
- Eu não sou esse monstro que vocês pensam. Eu só quero protegê-la. Eu já disse isso a você Dawson.
- Não venha dar uma de bonzinho que não cola mais. (diz Anne)
- Eu já fiz essa pergunta ao Sr. mas posso fazer de novo. O que quer Sr. Depp?
- Ficar com Anne aqui no Hotel Já que eu não posso tirá-la daqui. Quando Anne completar a maior idade vou me casar com ela. E quando isso acontecer eu a levarei junto com nosso filho pra bem longe daqui e do Sr., mas enquanto isso não acontece eu me contento em voltar a me hospedar aqui.
- Não mesmo. Mas eu tenho uma proposta a lhe fazer.
- Não estou interessado em suas propostas. (diz Johnny)
- Mas beneficiará vocês dois.
- Vamos ouvir o que ele tem a dizer Johnny.
- Tudo bem. (diz Johnny)
- Eu permito que fiquem juntos e até esqueço a idéia dela tirar esse filho, mas o Sr. não se hospedará aqui de novo. Poderá vir todos os dias para vê-la se quiser, mas não dormirá aqui. Não quero que ninguém do Hotel saiba sobre vocês e muito menos que ela está grávida. Não quero que fiquem se agarrando pelos corredores e nada de... sexo. Isso aqui não é Motel.

Johnny começa a rir com deboche.

- Do que está rindo Sr. Depp?

Johnny coça a cabeça ainda rindo e diz:

- O Sr. deveria estar num manicômio porque é completamente louco.
- Estou falando sério. (diz Sr. Wilkinson)
- Quer dizer então que se eu não me hospedar aqui o Sr. deixará que fiquemos juntos e ainda deixará ela ter o bebê, assim a troco de nada mesmo depois de eu ter lhe dado um soco?
- Não é a troco de nada. (diz Sr. Wilkinson)
- Ah claro, eu me esqueci do principal, nada de... sexo, não é? (diz Johnny irônico)
- Isso mesmo. (diz Sr. Wilkinson)

Johnny ri balançando a cabeça e olha pra Anne.

- O que acha disso tudo? (pergunta Johnny pra ela)

Anne não sabia nem o que dizer. Johnny o olha meio debochado e diz:

- Feito!
- Johnny... (diz Anne)
- Vamos dar um voto de confiança a ele. (diz ainda debochado)
- Não está me levando a sério, não é Sr. Depp?

Johnny joga os cabelos pra trás e diz:

- Estou. Estou sim. Afinal de contas o Sr. é um homem honrado e cumpre tudo o que diz, não é?

O Sr. Wilkinson o olha levantando uma sobrancelha.

- E esse acordo começa a valer a partir de quando? (pergunta Johnny)
- A partir de agora.
- Então eu presumo que pela hora (Johnny olha em seu relógio. Era 23:30) eu devo voltar pra casa já que não posso dormir aqui.
- Exato! (diz Sr. Wilkinson)
- Ok. (diz Johnny)

Johnny olha pra Anne e diz:

- Tchau meu amor! Amanhã eu volto se cuida!

Ele olha pro Sr. Wilkinson e pergunta:

- E um beijo eu posso dar ou será que também está proibido?

Anne tava pasma com tudo aquilo.

- Seja rápido. (diz Sr. Wilkinson)

Johnny dá apenas um selinho em Anne e lhe dá as costas pra sair do quarto. Anne fica com a boca entreaberta e levanta o dedo indicador com se fosse dizer alguma coisa. O Sr. Wilkinson abre a porta pro Johnny passar, mas antes de sair ele volta até Anne lhe segura pela cintura e lhe dá um beijo de tirar o fôlego. Ele a solta e quando chega perto do Sr. Wilkinson diz com um sorriso de canto de boca:

- Não resisti.

Johnny sai do quarto e o Sr. Wilkinson olha pra Anne furioso e depois sai do quarto também. Anne vai até a porta e a tranca. Ela vai até o sofá e se senta dizendo:

- Os dois são loucos!

Ela olha pra barriga, coloca as duas mãos e diz:

- Não puxe as loucuras do seu pai, por favor!

No corredor Johnny e o Sr. Wilkinson andavam lado a lado.

- Por que não me falou a verdade? (pergunta Johnny)
- Do que está falando? (pergunta Sr. Wilkinson sem nem olhá-lo)

Johnny o segura pelo braço fazendo-o parar. O Sr. Wilkinson o olha e Johnny solta o braço dele perguntando:

- Por que não me disse que o Morrison tentou matá-la, que Sophie também quase morreu e que o Sr. salvou a vida dela? Aliás, das duas.
- Por que eu não ia perder a oportunidade de colocá-lo contra Dawson.
- Já era de se imaginar. Não sei nem porque me dei o trabalho de perguntar. (diz Johnny)

Eles voltam a andar e o Sr. Wilkinson diz:

- Pena que não deu certo. Mas o Sr. quase acreditou no que eu disse, não foi?

Johnny apenas o olha meio de lado. Eles chegam ao saguão e Johnny diz:

- Se estiver aprontando alguma...
- Não estou aprontando nada Sr. Depp.
- É o que eu espero. Amanhã eu volto.
- Fique a vontade. Mas não se esqueça das recomendações.

Johnny lhe dá as costas e depois se vira para olhá-lo novamente e o chama:

- Sr. Wilkinson.

O Sr. Wilkinson o olha e Johnny diz por deboche:

- Desculpe aí o mau jeito. (diz fazendo gesto de soco)

O Sr. Wilkinson faz cara de desgosto e lhe dá as costas. Johnny dá um sorriso e sai do Hotel. Ele entra em seu carro e vai pra casa.
Anne toma um banho bem gostoso e demorado. Depois põe uma camisola e vai dormir. De manhã ela se levanta e vai até o banheiro pra vomitar pela milésima vez.

- Droga! Eu nem tomei café e já to vomitando.

Ela joga água no rosto e escova os dentes. Depois tira a camisola e toma um banho. Anne se enrola na toalha e quando sai do banheiro, batem à porta. Ainda de toalha ela vai abrir perguntando quem é e Johnny se identifica. Anne destranca a porta e quando abre, ele a olha de cima a baixo deixando-a sem graça.

- Nossa... (diz ele)

Ele entra fechando a porta atrás de si e fica olhando pra ela.

- Você madrugou hein. (diz ela)
- Tá achando ruim? Se quiser eu vou embora agora mesmo. (diz ele se virando pra abrir a porta)
- É claro que não seu bobo. O meu tutor já viu você?
- Não. Que sorte não é?
- Pois é.
- Eu não vou ganhar nenhum beijinho? (pergunta ele)

Anne revira os olhos e vai até ele e lhe dá um selinho. Depois lhe dá as costas e vai em direção da suíte.

- Aonde você pensa que vai?
- Vou colocar uma roupa.
- Não vai não. (diz ele com um sorriso contido)

Ele se aproxima de Anne e a puxa pela cintura colando o corpo dela ao seu.

- Me diz uma coisa... você tá sem nada por baixo dessa toalha?
- Johnny. (diz Anne ficando vermelha)
- Que foi? Eu fiz uma perguntinha tão inocente.
- Sei... (diz ela)
- Então... vai responder minha pergunta ou será que eu vou ter que conferir?
- Que isso Johnny.
- Fala sério Anne, nós já ficamos em circunstâncias um tanto quanto comprometedoras.

Anne ri, encosta sua boca no ouvido dele e diz:

- Eu estou completamente nua.

Ele a olha cheio de desejo e a beija. Johnny a coloca de costas pra si cola seu corpo ao dela e com a mão direita levanta os cabelos dela e começa a beijar sua nuca descendo a boca para o ombro. Anne fecha os olhos e morde o lábio inferior. Ele começa a passar sua mão esquerda na frente da coxa dela e vai subindo por baixo da toalha. Ele coloca sua mão no sexo dela fazendo-a gemer.

- Johnny... por favor! (diz ela aos sussurros e de olhos fechados)

Ele a vira de frente pra si já excitado e começa a beijá-la. Johnny arranca a toalha dela deixando-a nua. Cola seu corpo novamente ao dela e a beija no pescoço. Ela tira a camisa dele e a joga no chão. Depois desliza suas mãos pelo corpo dele e desce uma das mãos para acariciar o membro dele ainda coberto com a calça fazendo-o gemer. Quando ela vai desabotoar a calça dele, o Sr. Wilkinson bate na porta.

Anne pega a toalha desesperada e se enrola. Johnny pega sua camisa e em vez de vesti-la a segura na altura de sua cintura para esconder sua excitação. Antes mesmo que ela fosse abrir a porta, o Sr. Wilkinson meche na maçaneta e percebendo que está destrancada abre a porta se deparando com a cena, os dois completamente ofegantes e Anne com a face enrubescida.

- Podem me explicar o que está acontecendo aqui? (pergunta ele entrando e fechando a porta)

Anne e Johnny não emitem nenhuma palavra.

- O que está fazendo aqui tão cedo Sr. Depp?
- Eu vim tomar café com ela.
- Vá colocar uma roupa Dawson. E o Sr. por que não veste a camisa?
- Acho que não vai dar. (diz Johnny sem graça)

O Sr. o olha levantando uma sobrancelha. Anne se retira dali mais envergonhada ainda e vai pra suíte colocar suas roupas. Johnny vai até o sofá e se senta. Depois pega uma almofada e coloca sobre seu colo cobrindo sua excitação que ainda era evidente. Só assim ele pode vestir sua camisa.

- O Sr. não consegue mesmo cumprir os acordos que faz, não é Sr. Depp?
- Quem propôs o acordo foi o Sr. e não eu.
- Mas o Sr. concordou. Não consegue se controlar? (pergunta se referindo a situação em que Johnny se encontrava)
- Não vou conversar com o Sr. sobre minhas intimidades.
- E nem eu estou interessado em ouvir sobre suas depravações com Dawson.
- O que o Sr. chama de depravação eu chamo de fazer amor. Por que é isso que acontece quando duas pessoas se amam, se desejam, elas fazem amor. É inevitável!

Anne volta pra sala e percebe um clima tenso entre os dois e pergunta:

- O que eu perdi?
- Estávamos falando sobre a depravação e a pouca vergonha de vocês dois.
- Sobre fazer amor! (diz Johnny)
- Transar! (retruca Sr. Wilkinson)
- Fazer sexo! Com amor, é claro. (insiste Johnny)
- Já me arrependi de ter perguntado. (diz Anne sem graça)
- Vocês irão cumprir o que eu disse ontem ou terei que proibi-los de se verem novamente?
- Até agora eu não entendi o porquê dessa mudança tão brusca. (diz Anne)
- Resolvi dar uma trégua como a Srta. disse outro dia.
- A troco de quê? O que sai ganhando com isso? (pergunta Anne)
- Paz! (diz ele)
- Só isso? (pergunta Anne)
- A Srta. acha pouco alguém querer paz e tranquilidade?
- Não, claro que não. Pra pessoas normais querer paz e tranquilidade é compreensível, mas para o Sr.?
- Muito obrigado Srta. por não me incluir no quadro de pessoas normais.

Anne dá de ombros.

- Então... vão se comportar ou terei que agir a meu modo novamente? A decisão é de vocês.
- Sim. (diz Anne bem séria)
- Vou tentar controlar os meus hormônios. (diz Johnny debochado)
- Acho bom. (diz Sr. Wilkinson com a cara nada agradável)
- Por que veio até aqui? (pergunta Anne)
- Pra saber que horas o Sr. Depp chegaria. Mas não foi preciso, não é mesmo?

Anne não responde nada.

- Não se esqueçam... eu to de olho em vocês. E por favor, não fiquem trancados aqui o dia todo. Ah, e façam as refeições lá no restaurante.

O Sr. Wilkinson sai do quarto deixando eles a sós novamente. Parado à porta pelo lado de fora ele diz pra si mesmo:

- Aproveitem o quanto podem porque essa felicidade está com os dias contados.

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