Capítulo 74

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Ele pegou o celular e ligou para a emergência. Um carro que vinha na pista em que estava o carro de Gisele, para e um casal desce para tentar ajudar. O casal se aproxima do carro de Gisele.

- Como ela está? (pergunta a mulher)
- Eu não sei. (diz o motorista do caminhão super nervoso)
- O Sr. já chamou uma ambulância? (pergunta o marido)
- Já.
- O Sr. viu o que aconteceu? (pergunta a mulher)
- Sim. Eu não tive culpa, eu juro! Ela invadiu a contra mão bem na curva, eu freei e ela conseguiu desviar, mas perdeu a direção e acabou batendo aqui.
- Ela está sem o cinto. (diz a mulher)
- Talvez não tivesse se machucado tanto se estivesse com o cinto. (diz o marido)
- Com certeza! (diz o motorista do caminhão)

Não demora muito e chegam uma ambulância, um carro de bombeiros e um carro de polícia. Dois paramédicos se aproximam junto com três homens do corpo de bombeiros e dois policiais. Um dos homens do corpo de bombeiros analisa a situação de Gisele e diz:

- Ela não está presa nas ferragens.

Ele abre a porta do carro e os dois paramédicos se aproximam com uma maca. Um dos policiais chama um reboque. Um dos paramédicos verifica se Gisele estava respirando e verifica a pulsação dela.

- A pulsação está fraca. (diz o paramédico ao outro)

Ele a pega delicadamente pelos braços e o outro a pega pelas pernas colocando-a sobre a maca. Eles a prendem à maca e a levam para dentro da ambulância. Um dos bombeiros pega os pertences de Gisele de dentro do carro e os entrega a um dos paramédicos. Um dos policiais estava fazendo algumas perguntas ao motorista do caminhão. O motorista explicou com detalhes ao policial como tudo acontecera.
O reboque chega para levar o carro de Gisele. O casal que não tinha nada a ver com o acidente foram liberados pelos policiais. A ambulância segue para o hospital sendo seguida pelo carro de bombeiros. O reboque leva o carro de Gisele. O motorista do caminhão que não havia sido liberado pelos policiais, entra em seu caminhão e segue o carro de polícia até a delegacia para prestar depoimento. A ambulância chega ao hospital, já o carro de bombeiros teve que ir fazer outro socorro. Os paramédicos tiram a maca de dentro da ambulância e seguem para dentro do hospital. Gisele é levada para a sala de emergência. Um dos paramédicos entrega os pertences de Gisele para o médico. O médico abre a bolsa dela e verifica os documentos.

- Gisele Novack. Novack? Eu já ouvi esse sobrenome. (diz o médico)

O médico se dirige a uma enfermeira e pergunta:

- Você já ouviu falar nesse sobrenome, Novack?
- Claro. Gisele Novack. Ela é uma modelo muito famosa. Eu a reconheci assim que entraram com ela.
- Eu sabia que conhecia esse sobrenome de algum lugar. (diz o médico)
- Se a imprensa descobrir sobre o acidente isso aqui vai ficar um inferno de jornalistas. (diz a enfermeira)
- Tem razão. Vamos tentar mantermos isso em sigilo, pelo menos até ela deixar o hospital. (diz o médico)

Um enfermeiro faz um curativo na testa de Gisele e a faz aspirar éter fazendo-a acordar do desmaio. Gisele acorda atordoada sentindo dor na cabeça e no pescoço.

- Calma! Não se mecha muito. (diz o médico que se aproximara)
- Eu to no hospital?
- Sim.
- Eu bati com o carro. (diz ela levando a mão à testa)
- Eu sei. Os paramédicos me disseram que foi uma batida feia. Teve sorte de ter saído apenas com um corte na testa por que a Srta. estava sem o cinto de segurança.
- Eu não me lembrei de colocá-lo. Minha cabeça e meu pescoço estão doendo muito.
- Vou mandar lhe aplicarem um analgésico intravenoso, assim a dor passará mais rápido e a Srta. ficará no soro também.
- Quer dizer que não vou pra casa?
- Não, de jeito nenhum. Ficará aqui de dois a três dias no máximo para se recuperar.
- Três dias! (diz Gisele com cara de desagrado)

O médico sorriu.
- Um enfermeiro irá levá-la para um quarto e lhe aplicará o analgésico. Logo, logo a dor passará.
- Preciso mesmo ficar no soro?
- Sim. Sinto muito! Seus pertences ficará com a Srta. no quarto. A Srta. tem algum parente? Quer que eu ligue para alguém?
- Meus pais moram na França. Não quero preocupá-los.
- Não tem amigos?
- Sim, mas não quero que ligue pra ninguém por enquanto. O meu amigo deve estar dormindo.
- Se a Srta. quiser ligarei assim que amanhecer.
- Quero sim, obrigada!
- Qual é o nome do seu amigo?
- Johnny...

Gisele ficou receosa em dizer o sobrenome de Johnny.

- E o sobrenome?
- Depp. (diz ela)
- Johnny Depp? O ator?
- Sim.
- Interessante! (diz o médico sorridente) Quer dizer que falarei com Johnny Depp?
- Sim. (diz Gisele com um pequeno sorriso) O número do telefone dele está no meu celular.
- Ok, quando amanhecer eu ligarei.
- Obrigada Dr.!
- Não precisa agradecer. Dá licença!

Gisele é levada para um quarto e um enfermeiro lhe aplica uma injeção de analgésico e a coloca no soro.

- Agora a Srta. precisa descansar. Tente dormir um pouco.
- Acho que só vou dormir quando a dor passar.
- Passará logo. (diz o enfermeiro)

Quando o enfermeiro estava prestes a sair do quarto, Gisele o chama.

- Espere.
- Pois não.
- Você sabe alguma coisa sobre o meu carro?
- Não. Sinto muito!
- Tudo bem.

O enfermeiro sai do quarto.

Na delegacia o delegado pega o depoimento do motorista do caminhão. Logo em seguida o motorista foi liberado, já que não havia sido culpado. Mas o delegado precisava do depoimento de Gisele também. Ele precisava ouvir a outra versão do caso.

O delegado que havia sido informado por um de seus policiais para qual hospital Gisele fora levada, liga para lá para saber se ela poderia dar o depoimento. O médico disse que Gisele estava impossibilitada de fazer isso no momento, mas que se o delegado quisesse poderia ir até lá pela manhã. O delegado aceitou e desligou o telefone.

Gisele finalmente conseguiu dormir assim que sua dor diminuiu.

Já pela manhã o médico pega o celular de Gisele, procura o número de Johnny e faz a ligação.
Johnny ainda estava dormindo quando seu celular tocou sobre a mesinha de cabeceira. Johnny acorda assustado com o barulho e ainda sonolento pega o celular. Ele vê o número de Gisele e atende.

- Oi Gi!
- É o Sr. Depp?
- Sim. Perdão, mas... quem é o Sr.? E por que está com o celular de Gisele?
- Sr. Depp, eu sou médico e trabalho no hospital central de Londres. Não quero assustá-lo, mas a Srta. Novack sofreu um acidente de carro esta madrugada.
- O quê! (diz Johnny dando um pulo da cama)
- Fique calmo! Ela está bem, não corre risco de vida. Teve apenas um corte na testa. Mas ela teve muita sorte, os paramédicos me disseram que o acidente foi grave e ela estava sem o cinto de segurança.
- Meu Deus! Eu estou indo aí agora mesmo.
- Ok, mas venha com calma. Como eu já disse, ela está bem, não se preocupe!
- Obrigado por avisar!
- De nada! E perdão por tê-lo acordado tão cedo!
- O Sr. fez bem em ter me ligado. Não precisa pedir desculpas. E obrigado mais uma vez!
- De nada!

Ambos desligam o celular.

O médico foi ver como Gisele estava e Johnny foi acordar Orlando. Johnny bate na porta, mas Orlando ainda estava num sono pesado. Então ele abre a porta e se aproxima da cama.

- Orlando, acorda! (diz Johnny tocando no ombro do amigo que ainda estava de bruços)

Como Orlando nem se mexeu, Johnny o chamou mais alto.

- ORLANDO!

Orlando acorda num susto e levanta apenas o rosto com os cabelos caídos nos olhos tapando-lhe a visão.

- Johnny...
- Levanta, precisamos ir ao hospital.
- Eu não preciso de hospital, só preciso dormir mais um pouco. Ah e de um comprimido também por que minha cabeça está estourando. (diz ele tornando a deitar a cabeça no travesseiro)
- Orlando!
- Que foi Johnny? (pergunta ele sem nem abrir os olhos)
- Gisele está no hospital!
- O quê! (diz Orlando sentando-se bruscamente)

Ao fazer isso Orlando ficou tonto por causa da ressaca. Ele leva as duas mãos à cabeça com cara de que estava sentindo dor.

- O que houve com ela?
- Ela sofreu um acidente de carro essa madrugada.
- Oh meu Deus! Como ela está? E como você soube?
- O médico do hospital em que ela está internada me ligou. Ele disse que ela está bem e que só teve um corte na testa, mas o acidente foi grave e ela estava sem o cinto de segurança.
- Meu Deus! (diz Orlando)
- Precisamos ir até lá. (diz Johnny)
- Eu não sei se posso ir vê-la. (diz Orlando)
- Um banho frio, um café forte e sem açúcar e um comprimido pra dor de cabeça lhe fará conseguir ir vê-la.
- Não me refiro à ressaca Johnny. (diz Orlando de cabeça baixa)
- Eu sei o que aconteceu. (diz Johnny)
- Sabe? Como?
- Pelas marcas de unhas nas suas costas. Por isso ela estava tão estranha quando saiu daqui.
- Você a viu? (pergunta Orlando)
- Sim. Quando eu estava chegando, ela estava indo embora e parecia um pouco nervosa. Eu juro que não to acreditando que você fez isso com Sophie.

Orlando não conseguiu conter as lágrimas.

- Como vai ser daqui pra frente Johnny? Não vou conseguir olhar pra Gisele e muito menos pra Sophie. To muito envergonhado e arrependido. Aposto que Gisele não quer me ver.
- Você não a forçou, não é? (pergunta Johnny)
- O quê! Não sou um estuprador! Ela transou comigo por que quis. Como pôde me fazer esse tipo de pergunta?
- Me desculpe, mas é que você estava muito bêbado e sua situação com Sophie do jeito que vai...
- Isso não seria motivo para eu estuprar Gisele, aliás, nada no mundo me faria forçar uma mulher a fazer sexo comigo. Não me acuse!
- Eu não o acusei, apenas fiz uma pergunta.
- Uma pergunta estúpida e desnecessária! E você é o menos indicado pra me fazer esse tipo de pergunta, como se quisesse me dar lição de moral, com tudo que você fez a Sophie.
- Eu não fiz nada a Sophie.
- Não fez? Você ofereceu dinheiro pra ela transar com você, fora os insultos, você foi um canalha.
- Se eu fui um canalha, você também foi porque a TRAIUUU. (Grita Johnny indignado).
- Não jogue na minha cara os meus erros do passado, você não imagina como me arrependo e como sofro  por tudo o que eu disse a ela. Não tem um dia que eu não anseie pelo perdão dela. (Completa ele já chorando)

Johnny dá as costa a Orlando e sai da suíte batendo a porta com força.

- Merda! (resmunga Orlando passando a mão no rosto e depois jogando os cabelos pra trás)

Johnny para no corredor, se ajoelha sentando sobre suas pernas e chora com as mãos no rosto.
Orlando sai do quarto e vê Johnny, então meio receoso ele se aproxima e também se ajoelha, abraça Johnny e pede perdão.
Os dois se levantam, Johnny retribui o abraço e também pede perdão.

- Vamos esquecer tudo que foi dito, no passado e agora. (Diz Orlando secando suas lágrimas)
- Sim, vamos.
- Então, você vai ou não ver Gisele? (pergunta Johnny)
- Vou.
- Eu não vou tomar café, mas se você quiser... (diz Johnny)
- Não estou com fome, estou enjoado. Eu só preciso da bendita xícara de café forte sem açúcar e de um bom banho.
- Ok. Enquanto você toma banho eu peço pra Judith trazer o café pra você. Ah e um comprimido, se ainda estiver com dor de cabeça.
- Você nem imagina o quanto! (diz Orlando)
- Imagino sim, já passei por isso. (diz Johnny com um meio sorriso)

Orlando também deu um pequeno sorriso e voltou para a suíte. Enquanto Orlando estava no banho, Johnny foi à cozinha e pediu para Judith levar o café para Orlando junto com um comprimido. Johnny vai para sua suíte e também toma um banho.
Orlando estava no banheiro penteando os cabelos e vestido com um roupão quando Judith bateu na porta da suíte.

- Pode entrar! (diz ele do banheiro)
- Dá licença Sr. Bloom! (diz Judith entrando na suíte) Vou deixar a xícara e o comprimido aqui na mesinha de cabeceira.
- Obrigado Judith! (diz ele pondo a cabeça pra fora do banheiro)
- De nada Sr.!

Judith se aproxima da mesinha de cabeceira e vê a outra xícara com o café que ele nem bebera.

- O Sr. não bebeu o café que eu trouxe essa madrugada.
- Eu me esqueci, me desculpe! (diz ele pondo a cabeça pra fora do banheiro novamente)
- Imagina Sr., não precisa se desculpar! Se o Sr. tivesse bebido o café, teria acordado bem melhor.
- É, eu sei.
- Mas não se esqueça de beber este.
- Eu juro que não vou esquecer! (diz ele com um sorriso)

Judith também sorriu.

- Obrigado mais uma vez!
- De nada Sr.! Dá licença!
- Toda!

Judith sai da suíte levando a outra xícara com o café frio e volta para a cozinha.
Orlando sai do banheiro e bebe o café junto com o comprimido.

- ARG! Que horror! (diz ele ao beber o café amargo)

Ele troca de roupa e vai até a suíte de Johnny. Ele bate na porta e Johnny o manda entrar. Johnny estava sentado na beira da cama calçando os sapatos.

- Você já falou com Anne hoje?
- Ainda não, mas quando voltarmos do hospital eu ligo pra ela. E você, já ligou pra Sophie?
- Não e não vou ligar. Ainda mais depois do que aconteceu, eu to sem coragem de falar com ela. É uma sensação estranha, como se ela fosse descobrir alguma coisa só em falar comigo pelo telefone. Vou continuar esperando ela ligar.
- Ok, você é quem sabe. (diz Johnny ficando de pé) Vamos?
- Vamos.
Quando Johnny e Orlando estavam passando pela sala, Judith que estava lá pergunta:
- Não vão tomar café?
- Não Judith, obrigado! Estamos indo ao hospital. Gisele sofreu um acidente de carro essa madrugada.
- Oh meu Deus! Como a Srta. Novack está?
- O médico disse que ela está bem.
- Graças a Deus! Mande a ela os meus votos de melhoras.
- Pode deixar. (diz Johnny)

Johnny e Orlando saem de casa e seguem para o hospital no carro de Johnny.

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