Anne e Orlando jantaram em um lindo restaurante e depois foram caminhar à beira da praia. Uma brisa leve batia em seus rostos. Estava uma noite estrelada e a lua mais brilhante do que nunca os iluminavam enquanto caminhavam. Anne estava com as sandálias nas mãos e Orlando com os sapatos também nas mãos e suas calças enroladas até a altura dos joelhos. Caminhavam na areia molhada com as ondas batendo em seus pés. Anne chorava calada quando Orlando a parou e perguntou:
- Você não pensa mesmo em perdoá-lo?
- Eu não sei. A minha cabeça me diz que não, mas o meu coração... o que acha que eu devo seguir, a razão ou a emoção? Como eu posso sentir tanta raiva e tanto amor ao mesmo tempo?
- Eu não sei te responder Anne.
- Eu sinto tanta raiva de vê-lo com aquela mulher. Será que ela é alguma ex namorada dele? Ou quem sabe atual né?
- Ele me disse que não tem nada com ela. (diz Orlando)
- Disse?
- Hum hum. Só que ele tá pensando que a gente tem alguma coisa. (diz Orlando)
- Tá pensando por que é um estúpido! (diz Anne)
- Tá pensando por que você deu a entender isso. (diz Orlando)
- Eu sei... mas mesmo assim não consigo perdoá-lo. Não ainda.
- Bem... perdoar ou não, só você pode decidir.
- E você, ainda sente raiva dele?
- Sim, mas eu vou te confessar uma coisa.
- O quê? (pergunta ela)
- As vezes eu sinto falta da amizade dele, das nossas conversas.
- Ele deve sentir sua falta também. (diz Anne)
- Duvido! (diz ele)
- Por que a vida é tão complicada? (pergunta Anne)
- A vida não é complicada, pelo contrário, tudo é tão simples. Nós é que a complicamos e somente nós podemos descomplicá-la. O problema é que nosso orgulho impede que façamos isso e acabamos prolongando nosso sofrimento. (diz Orlando)
Anne começa a chorar novamente e Orlando a abraça. Ela fica com seu rosto encostado no peito dele de olhos fechados e ele apóia seu queixo no topo da cabeça dela e fica observando o mar.
- Se Sophie nos visse assim ficaria com ciúmes. (diz Orlando sorrindo)
Anne se afasta dele e pergunta:
- Você tá gostando dela?
- Acho que sim.
Anne sorri e diz:
- Já não era sem tempo. Só espero que não seja tarde demais.
- Como assim? A que se refere? (pergunta ele)
- Nada não.
- Agora que começou continua.
- Bem... é que... digamos que você tem dois concorrentes.
- Dois?
- Pois é.
- Um eu sei que é o Max. (diz Orlando)
- Como você sabe?
- Não se lembra que na véspera de Natal ele se declarou pra ela? (pergunta Orlando)
- É verdade. Eu tinha me esquecido. (diz Anne)
- E o outro, quem é? Não é esse tal de Richard seu amigo, é?
- Não, não é o Richard. Aliás, o Richard tá arrastando uma asa é pra mim.
- Jura?
- Juro. (diz ela rindo)
- Você parece que tem imã. Todo mundo se apaixona por você. Parece que até o Max já teve uma quedinha por você, não foi?
- Foi. (diz ela rindo muito)
- Mas se você não reparou, os que começaram apaixonados por mim, acabaram se apaixonando por Sophie. O Max, você... só espero que isso não aconteça com o Johnny.
Orlando riu.
- Eu o mato se isso acontecer. (diz ele)
Os dois riram.
- E o outro, quem é?
- Não posso dizer.
- Por que não?
- Por que não. Com o Max você não precisa se preocupar, Sophie não sente nada por ele. Já o outro...
- O que é que tem? O que ela sente? Quem ele é?
- Eu só posso dizer que já se beijaram e ela gostou. Se você tá mesmo gostando dela, não pode deixá-la se apaixonar por ele. Isso se ela já não estiver. Eu sinto muito.
- Mas ela me amava tanto.
- Ainda ama. Quer dizer... eu acho que ama.
- Precisa me dizer quem ele é.
- Não posso.
- Por favor! Não faz isso comigo!
- Só se me prometer não fazer nenhuma besteira.
- Por que eu faria uma besteira?
- Por que você vai sentir muito ódio em saber quem é. (diz ela)
- Eu o conheço?
- Sim. Ele é de lá do Hotel.
- O único que eu conheço no Hotel é o Max.
- Falta um. (diz ela)
Orlando a olha franzindo a testa.
- Não, ele não. Não pode ser! Me diz que é mentira.
- Eu também queria que fosse mentira Orlando, mas não é.
- Mas como pode ser? Eles se odeiam! (diz ele)
- Eu sei. Não pode deixá-la se envolver com ele Orlando. Só você pode impedir que isso aconteça.
- Não vou deixar! Não vou deixá-lo se aproximar dela, eu o mato se for preciso!
- Ei, não faça nenhuma besteira, ok! Me prometa! Orlando me prometa!
- Vou tentar.
- Tentar não é o suficiente. Prometa!
- Eu prometo!
- Assim tá bem melhor. (diz ela)
Orlando olha a ora. Já era 21:30.
- Tá ficando tarde. Vamos voltar pro Hotel. (diz ele)
- Ok. (diz Anne)
Chegando ao Hotel Anne dá de cara com Johnny se despedindo de Gisele que havia o acompanhado até o saguão.
- Ela chegou. (sussurra Gisele no ouvido dele)
- Me abraça. (sussurra ela de novo)
- O quê! (diz Johnny)
- Faz o que eu to dizendo. (diz Gisele)
Johnny a abraça e ela dá um beijo no pescoço dele. Anne fica parada com Orlando na entrada olhando a cena e tenta controlar as lágrimas.
Quando Johnny se afasta Gisele diz num tom que Anne pudesse ouvir:
- Você volta amanhã meu bem?
- Claro que sim. (diz ele)
Johnny se aproxima da saída e para na frente de Anne que estava obstruindo a passagem.
- Dá licença! (diz ele olhando nos olhos dela)
Anne dá um passo pro lado deixando a passagem livre e diz com a voz embargada e com lágrimas:
- Hipócrita! Mentiroso!
Nesse momento ele para e se vira para olhá-la. Ela vai em direção as escadas sem nem olhar pra trás.
- Você é um estúpido mesmo. (diz Orlando)
Johnny se retira. Anne passa por Gisele que ainda estava parada vendo Johnny ir embora e diz parando ao lado dela:
- Pensei que seu queridinho fosse dormir aí. O que houve? Não conseguiu segurá-lo querida?
- Não sabe o que está dizendo. (diz Gisele)
- Conheço muito bem o seu tipinho. (diz Anne)
- Não sabe nada sobre mim pra me ofender desse jeito. Mas eu vou relevar por que sei que está com ciúmes.
- Como ousa! (diz Anne)
- Dawson! Onde diabos se meteu? (pergunta Sr. Wilkinson se aproximando)
Anne se vira para olhá-lo e diz:
- Não é da sua conta!
- Não seja atrevida! Não pense que pode sair sem me pedir permissão e voltar a hora que der na telha.
- E o Sr. não está em condições nenhuma de me exigir nada.
Ela olha pra Gisele e pergunta ríspida:
- E você, o que faz aí ouvindo minha conversa?
- Não seja mal educada Dawson.
- Anne, não fala assim. (diz Orlando)
- Vai defendê-la? (pergunta Anne)
- Não estou defendendo.
Gisele dá as costas e vai pro quarto.
- Não admito que falte com respeito aos hospedes. (diz Sr. Wilkinson)
- Dane-se! (diz ela saindo de perto dele e subindo as escadas às pressas)
Quando Orlando se vira para subir o Sr. Wilkinson segura o braço dele.
- Espere! (diz Sr. Wilkinson)
- Me solte!
O Sr. Wilkinson o solta e pergunta:
- Onde a levou?
- O que o faz pensar que eu lhe direi?
- Não queira arrastar suas asinhas pra cima dela ou acabará com elas cortadas. Eu posso fazer coisa muito pior do que eu fiz para separar Dawson do Sr. Depp.
- Eu sei que pode. Mas no meu caso não precisa se preocupar por que meus interesses estão voltados para uma outra garota.
- Que ótima notícia! Um a menos pra eu me preocupar. (diz Sr. Wilkinson)
- Será que vai continuar achando uma ótima notícia depois que descobrir quem é a garota?
- A sua vida particular não me interessa. Namore quem quiser, exceto Dawson é claro.
O Sr. Wilkinson se vira pra sair e Orlando pergunta:
- Nem se essa garota for... Sophie?
O Sr. Wilkinson para e se vira para olhá-lo.
- Por que eu não ia querer que o Sr. namore a Srta. Marks? A vida dela também não me diz respeito.
- Me diga o Sr. o motivo! (diz Orlando)
- O que está insinuando? (pergunta Sr. Wilkinson se aproximando)
- Não estou insinuando nada. Só quero dizer que eu não vou deixar ninguém se meter entre nós.
- Parece estar muito confiante de que a conquistará, não é?
- E estou. Sabe por quê? Por que não preciso conquistá-la. Aposto que o Sr. nunca soube. Sophie sempre foi apaixonada por mim. Ela me ama e nunca vai querer saber de outro homem.
- Acho que está se iludindo atoa Sr. Bloom. (diz ele com um sorrisinho sarcástico)
- Vamos ver quem está se iludindo aqui. (diz Orlando)
Orlando lhe dá as costas e sobe as escadas. O Sr. Wilkinson vai pro seu escritório.
Anne já estava em seu quarto e não parava de chorar.
No escritório havia uma mesinha de canto com algumas garrafas de bebida. O Sr. Wilkinson estava se servindo de um pouco de vodka. Ele bebe a vodka num só gole e joga o copo na parede enfurecido.
- Maldito! Não vou perdê-la pra você! Entrou no caminho da pessoa errada Sr. Bloom. Se prepare pra guerra!
Ele se abaixa, cata os cacos de vidro do chão e os joga no lixo.
Eram umas onze da manhã quando Sophie chegou ao Hotel. Anne já tinha tomado café com orlando e agora estavam à beira da piscina. Quando Sophie estava cruzando o saguão, o Sr. Wilkinson a vê e se aproxima.
- Será possível! A Srta. não sai mais daqui!
Ela o ignora e continua andando. Ele fica furioso, vai atrás dela e para em sua frente.
- Pare de me ignorar! Diga alguma coisa, me xingue, grite... mas abra essa maldita boca!
Sophie o olha e abre bem a boca.
- O que está fazendo sua louca? (pergunta ele franzindo a testa)
Sophie finalmente se manifesta.
- O Sr. não disse pra eu abrir a boca! Então, eu abri. Tá satisfeito? Agora me deixe passar.
- Sempre com esse seu maldito senso de humor, não é? (diz ele)
Ele sai da frente dela deixando-a passar e diz de costas:
- Estou satisfeitíssimo!
Sophie para e o olha. Ele também se vira para olhá-la e diz com um sorriso:
- Pelo menos a fiz falar.
- Vai se danar! (diz ela)
Ele dá um sorriso mais aberto e sai. Sophie sobe as escadas e diz pra si mesma:
- Crocodilo velho!
Ela vai até o quarto de Anne e bate na porta, mas ninguém atende.
- Será que ela saiu? E agora o que eu faço? Não to a fim de procurá-la por todo o Hotel. Até mesmo por que não sei nem por onde começar e ao crocodilo velho eu não pergunto mesmo.
Sophie fica pensativa na frente da porta do quarto de Anne.
- Já sei quem pode me dizer se Anne está no Hotel.
Sophie entra no elevador e vai até o penúltimo andar. Quando ela para a porta da sala de vídeos, Richard a abre antes que ela batesse.
- Me viu chegando, não foi? (pergunta ela com um sorriso)
- Foi.
- Eu vim te pedir um favor. Você poderia ver pelas câmeras se Anne está no Hotel? É que você é o caminho mais rápido pra eu achá-la.
- Ela está sim. Eu vejo todos os passos dela, mas não conta pra ela, por favor!
Sophie ri e diz:
- Tudo bem. Você tá gostando dela, não tá?
- Bem... é que ela é encantadora. Não que você não seja... mas é que...
- Eu entendi Richard. Não precisa se explicar. Então... em que parte do Hotel ela está?
- Na cobertura. Ela tá acompanhada daquele ator, Orlando Bloom.
- Ah. É... eu posso dar uma olhadinha neles pela câmera?
- Tudo bem. Mas tem que ser rápido. Você não pode ser vista entrando aqui.
- Tá, é rapidinho. (diz Sophie)
Sophie entra na sala e pelo vídeo vê Anne e Orlando dentro da piscina. Anne brincava com Orlando afundando a cabeça dele na água. Pareciam duas crianças se divertindo. Sophie não conseguiu evitar o ciúmes.
- Richard, eu posso te pedir um favor? Aliás, outro.
- Claro.
- Não diz pra Anne que eu estive aqui.
- Claro que eu não vou dizer. Acho que ela não ia gostar de saber que a gente estava espiando ela. (diz ele rindo)
Sophie não ri e diz:
- Não me referi a isso. Me referi ao Hotel. Não quero que ela saiba que eu estive aqui hoje.
- Como assim? Você não vai falar com ela?
- Não. Eu vou pra casa.
- Mas você acabou de chegar. O que houve?
- Não quero atrapalhar. (diz ela)
- Atrapalhar o quê?
- Deixa pra lá Richard. Só me promete que não vai dizer.
- Tudo bem. Quando você volta?
- Não sei. É melhor eu ir.
- Tá bom. (diz ele)
Quando sophie estava saindo ele diz:
- Você deve tá feliz por ela ter conseguido entrar no escritório, não é?
Sophie para e se vira para olhá-lo.
- O que você disse? Anne entrou no escritório do Sr. Wilkinson?
- Você não sabia?
- É claro que não. Quando foi isso?
- Ontem. Ela entrou com o Sr. Bloom. Anne aproveitou que o Sr. Wilkinson tinha dado uma saída.
- Por que ela não me ligou pra contar? Ou melhor, por que ela não me chamou pra ajudá-la?
- Eu não sei. (diz Richard)
- Ah claro, eu me esqueci. Você disse que ela tava com Orlando. Ela preferiu a ajuda dele, então que faça bom proveito.
Sophie sai da sala sem nem dizer tchau. Ela estava passando pelo saguão chorando quando deu de cara com Johnny.
- Sophie...
- Não fale comigo. (diz ela indo em direção à saída)
Johnny vai atrás dela e a faz parar.
- Por que está chorando?
- Não é da sua conta! Saia da minha frente!
- Você e Anne brigaram?
- Você é surdo por acaso? Eu já disse que não é da sua conta!
Johnny sai da frente dela e quando ela estava prestes a sair ele diz:
- Eu descobri a verdade.
Ela para e se vira para olhá-lo.
- Eu descobri que Anne não me traiu. Eu pedi perdão, mas ela...
- Não o perdoou, não é mesmo? Assim como eu também nunca vou perdoá-lo.
Ele fica com os olhos cheios de lágrimas. Ela se aproxima dele o analisando e diz:
- Você está sofrendo, não está? Está sofrendo por que descobriu que o filho que ela esperava realmente era seu. Se sente culpado pela perda do bebê e por tudo que disse a ela. Não sabe como estou feliz por vê-lo desse jeito. E quer saber, eu acho pouco perto do que você realmente merece.
- Você tá sendo cruel! (diz ele com a voz embargada)
- NÃO MAIS DO QUE VOCÊ FOI! (grita ela)
- Me perdoa, por favor! (diz ele chorando)
- Nunca! (diz ela também chorando)
- O que tá acontecendo John? (pergunta Gisele se aproximando)
- Nada não. (diz ele secando as lágrimas)
Sophie a olha e pergunta pro Johnny:
- Quem é essa mulher?
- É uma amiga.
- Amiga? Conta outra. É desse jeito que você quer o perdão de Anne? Levando qualquer vagabunda pra cama.
- Eu não sou vagabunda! (diz Gisele indignada)
- Eu não estou levando ninguém pra cama.
- É mesmo? Só que eu não acredito. É bom não é Johnny? Sentir o gostinho do próprio veneno. Ser acusado daquilo que a gente não fez.
Ele apenas a olha sem dizer nada.
- Anne já viu você com essa aí?
- Essa aí não que eu tenho nome.
- Não se meta na conversa. (diz Sophie pra Gisele)
- Sophie, por favor! (diz Johnny)
- Anne já viu ou não?
- Já.
- Aposto que ela tá pensando o mesmo que eu sobre vocês dois.
- Ah essa é que é Sophie? (pergunta Gisele)
- Você não me disse que ela era tão mal educada! (completa Gisele)
- O que falou sobre mim pra essa aí?
- Nada. Quer dizer... eu disse que você é um doce de garota.
- Não me faça rir! Quer saber, essa conversa toda já me encheu. (diz Sophie)
Quando Sophie se vira pra sair, ela torna a olhá-lo e diz:
- Ah, eu já ia me esquecendo... só pra você se sentir um pouquinho melhor, eu queria dizer que você não tá fazendo nenhuma falta pra Anne. Ela tá muito feliz com a companhia de Orlando. Eles estão agora mesmo na piscina e estão tão felizes que eu nem quis atrapalhar.
- Era por isso que você estava chorando, não era? (pergunta Johnny)
- Não sei do que você está falando. (diz Sophie)
- Você está com ciúmes do Orlando. Você tá tentando me fazer sentir ciúmes de Anne, mas também está morrendo de ciúmes por vê-los juntos.
- Idiota! (diz Sophie)
Ela lhe dá as costas e sai do Hotel.
- Meu Deus John! Que garotinha mais mal educada!
- Ela não é assim. Só está magoada comigo. Você precisa conhecê-la melhor. Ela é uma garota incrível. Eu to me sentindo tão perdido Gi. To com um aperto no peito, um nó na garganta, é como se algo me sufocasse. Todos deram as costas pra mim. (diz chorando novamente)
- Não fica assim meu bem. Eu não dei as costas pra você. Estarei sempre ao seu lado pro que precisar.
- Obrigado! Você tá de saída?
- Estou. Eu vou até o estúdio fotográfico.
- Você já vai fazer as fotos?
- Não. Só vou conhecer o ambiente e o pessoal. Quer ir comigo?
- Se eu disser que não, vai ficar chateada?
- É claro que não meu bem. Mas não vá pra casa, me espere no meu quarto, eu não vou demorar.
- Tudo bem. (diz ele)
- Pegue a chave. (Gisele estende a mão com a chave do quarto)
- Obrigado! (diz ele pegando a chave)
- Fique à vontade. Eu juro que não demoro.
- Ok. (diz ele)
Gisele sai do Hotel e Johnny segue para o quarto dela no quinto andar. Parado à porta do quarto ele fica pensativo se devia entrar ou não e acaba decidindo por não entrar e vai até a cobertura. Chegando lá ele vê Anne e Orlando sentados à borda da piscina com os pés dentro da água. Eles estavam conversando tão distraídos que nem perceberam quando Johnny se aproximou por suas costas.
- Anne. (Johnny a chama)
Anne e Orlando olham pra trás e pro alto e se levantam. Orlando estava com uma sunga azul e Anne com um biquíni vermelho que combinavam com seus cabelos. Sua pele bronzeada realçava ainda mais seus lindos olhos azuis.
- Está desacompanhado hoje? Onde está sua namoradinha? (pergunta Anne)
- Gisele não é minha namorada. Quantas vezes vou ter que dizer?
- Quantas você quiser e nem assim vai me convencer, meu bem! (diz enfatizando a última palavra com sarcasmo)
- Ok, se é assim que você prefere... Gisele é minha namorada tanto quanto você é do Morrison.
- O quê! Como ousa!
- Johnny, para com isso! (diz Orlando)
- Não se meta Orlando! (diz Johnny)
- Você não pode exigir que eu acredite em você. Por acaso acreditou em mim? Me deu a chance de tentar explicar? Aliás, não tinha o que explicar, nem eu mesma sabia o que estava acontecendo naquele momento. Você tinha que ter ficado do meu lado e tentado me ajudar a descobrir a verdade.
- Ficar do seu lado? Como queria que eu ficasse do seu lado? Você estava nua, na cama com outro! O que você queria que eu pensasse? Como eu poderia imaginar que era uma armação? Se tudo demonstrava o contrário. Eu também sofri, não foi só você. E ainda estou sofrendo. Já você... tem se divertido bastante, não é? Parece que superou rapidinho a perda do nosso filho.
- Como se atreve a falar isso, seu estúpido! (diz ela chorando)
- Parem com isso pelo amor de Deus! As pessoas estão olhando. (diz Orlando)
- Eu quero que as pessoas se danem! (diz Anne)
- Eu quero que você se dane! (diz ela encarando Johnny)
- Me perdoa! Eu te amo!
- Eu quero que seu amor se dane também. E pare de dizer que me ama por que só me deixa com mais raiva. Soa tão hipócrita!
- Não diga isso. No fundo você sabe que meu amor não é uma hipocrisia.
- Eu só quero que me deixe em paz! Por favor! (diz ela)
- Não vou deixá-la em paz. Preciso que me perdoe!
- Se é só isso que você quer então está bem... eu o perdôo! Satisfeito? Agora saia da minha frente.
Ele se afasta pro lado deixando-a passar e se vira para olhá-la ficando de costas para a piscina.
- Agora quem tá sendo hipócrita é você. Não está me perdoando de verdade. (diz ele)
Anne que já havia se afastado um pouco, volta até ele furiosa e o empurra pra dentro da piscina.
- Anne, olha o que você fez! O empurrou de roupa e tudo! (diz Orlando)
- E daí? Ele vai derreter por acaso?
Johnny não disse nada, nem ao menos ficou bravo. Pelo contrário, ele sai sorridente da piscina deixando Anne ainda mais irritada.
- Está rindo de que seu idiota?
Ele se aproxima dela e a fica analisando com aquele olhar sedutor e um sorriso de canto de boca.
- Pare de me olhar desse jeito! (diz ela bem séria)
Numa atitude brusca ele a pega pelas pernas e a põe sobre seu ombro como se estivesse carregando um saco de batatas.
- Pare com isso! Me põe no chão, agora!
- Vou por, mas não é no chão.
- O quê! O que vai fazer?
Johnny a joga dentro da piscina e pula logo em seguida. Orlando ficou pasmo com a atitude de Johnny e não conteve um pequeno sorriso.
- Você é louco! (diz ela tossindo por ter engolido um pouco de água)
- Você é que me jogou de roupa na piscina, portanto a louca aqui é você. (diz ele sorridente)
- Pare de sorrir que está me irritando!
- Mas você gostava tanto do meu sorriso. (diz com um sorriso bem sapeca)
- Você disse bem, gostava, passado, não gosto mais. Agora seu sorriso me irrita.
- É mesmo? (pergunta ele com aquele olhar sedutor)
Ele se aproxima dela dentro da piscina fazendo-a recuar. Quando o corpo dela já estava encostado à parede da piscina, ele encosta seu corpo ao dela.
- O que está fazendo? Fique longe de mim! (diz ela o empurrando)
Ele não se afasta e pressiona seu corpo contra o dela ainda mais. Johnny leva sua boca ao ouvido dela e num tom sedutor ele diz:
- Você ainda fica nervosa quando sente o meu corpo.
Anne fica com dificuldade pra respirar e toda arrepiada ao sentir aquele corpo colado ao seu e aquela boca em seu ouvido.
- Acho que você tá precisando de um psiquiatra por que está completamente louco! (diz ela tentando controlar a respiração)
- E eu acho que você tá precisando sair da piscina por que está toda arrepiada. Está com frio ou é outra coisa? (pergunta com um sorriso de canto de boca)
- Vai se ferrar! (diz ela o empurrando com mais força)
Ele se afasta deixando-a sair. Quando ela sai da piscina, olha por todos os lados e pergunta:
- Cadê o Orlando?
Johnny sai da piscina e diz:
- Acho que ele foi embora depois que percebeu o nosso clima.
Anne o olha furiosa.
- Clima! Que clima? Não há mais dúvidas de que você está louco!
- Eu nunca neguei que estivesse louco. Na verdade eu sempre fui louco... por você! (diz dando um passo na direção dela)
- Não se aproxime de mim ou eu faço um escândalo e mando chamar os seguranças.
Anne torce os cabelos para tirar a água, pega uma toalha se seca e veste sua saída de praia vermelha combinando com o biquíni. Quando ela dá as costas pra Johnny, ele pergunta:
- Você vai me deixar aqui desse jeito, com as roupas molhadas?
Ela se vira para olhá-lo e diz:
- Isso não é problema meu, o que você quer que eu faça? Que tire suas roupas aqui e o seque? Se vira, dê seu jeito.
Ele se aproxima dela novamente e diz:
- Gostei da idéia de você tirar as minhas roupas e me secar, só que não aqui é claro.
- Sabia que hoje você está mais insuportável do que nunca? (pergunta ela)
Johnny dá um sorriso encantador. Anne estava enlouquecendo. Ela tinha vontade de agarrá-lo e beijá-lo ao mesmo tempo que tinha vontade de dar um tapa na cara dele pelo cinismo e antes que cometesse qualquer uma dessas duas loucuras, ela lhe dá as costas e sai. Ele continua sorrindo e diz pra si mesmo:
- Ela não vai resistir por muito tempo.
Ele pega a toalha que ela havia se secado e começa a passá-la por cima das roupas para diminuir um pouco do molhado. Algumas pessoas o olhavam e ele lhes dava um sorrisinho meio sem graça. Johnny resolveu ir pra casa, não queria esperar por Gisele com as roupas molhadas. Ele vai até a recepção deixar a chave do quarto dela.
- Sr. Depp, o que houve? (pergunta Sr. Evans)
- Eu escorreguei na beira da piscina e acabei caindo dentro dela.
- Meu Deus! não se machucou?
- Não.
- Tenha cuidado!
- Terei. Obrigado por se preocupar!
- Posso ajudá-lo em alguma coisa? (pergunta Sr. Evans)
- Sim. Eu vou deixar a chave do quarto da Srta. Gisele Novack com o Sr., poderia entregar a ela por favor? Eu não sei se ela vai demorar, não posso esperá-la molhado desse jeito.
- Claro que eu entrego.
- Obrigado!
Quando Johnny foi saindo o Sr. Evans o chama.
- Sr. Depp.
- Sim.
- Não vá ficar resfriado.
- Não, eu não vou. Obrigado mais uma vez por se preocupar!
O Sr. Evans apenas lhe dá um sorriso. Johnny sai do Hotel, entra em seu carro e vai pra casa. Já em seu quarto Anne toma um banho e depois vai até o quarto de Orlando.
- Entra. (diz ele)
- Por que você me deixou sozinha com ele? (pergunta ela entrando no quarto)
- Vocês não estavam sozinhos.
- Mas era como se estivéssemos. Você é meu amigo, não poderia ter saído.
- É impressão minha ou você ficou com medo de não resistir e se jogar nos braços dele?
- O quê! Está tão louco quanto ele. Você vai ficar do lado dele é?
- É claro que não. Você tá aborrecida comigo?
- Não, me desculpe! Eu to aborrecida comigo mesma. Eu devia ter saído de lá sem nem ter dirigido a palavra a ele.
Anne começa a chorar.
- O meu coração dói toda vez que eu o vejo.
Orlando a abraça.
- Chora, põe a tristeza pra fora. Vai te fazer bem.
Anne desaba em choro abraçada a Orlando. Depois de uns minutos Orlando pede pro almoço deles ser servido lá no quarto. Depois do almoço eles ficam conversando um pouco sentados no sofá.
- Anne, você sabe que horas Sophie vai vir?
- Eu nem sabia que ela viria hoje. (diz Anne)
- Ela me disse ontem que viria. (diz Orlando)
- Ah, então daqui a pouco ela deve chegar. Agora que você está aqui ela só vai faltar se mudar pra cá. (diz ela rindo)
- Não seria uma má idéia. (diz ele também rindo)
Já era 15:00 horas. Gisele chega e quando estava passando pelo saguão o Sr. Evans a chama.
- Srta. Novack.
Gisele se aproxima da recepção.
- Pois não. (diz Gisele)
- O Sr. Depp pediu pra lhe entregar a chave do quarto da Srta.
- Ele já foi embora?
- Sim.
- Eu pedi pra ele me esperar, o que será que aconteceu? (pergunta pra si mesma)
O Sr. Evans ouve e responde:
- É que ele não podia esperá-la todo molhado.
- Molhado! Como assim?
- Ele escorregou à beira da piscina e acabou caindo dentro dela.
Gisele não ficou nenhum pouco surpresa.
- Tem certeza que ele escorregou? (pergunta ela)
- Bem, foi o que ele disse. Por quê? A Srta. acha que ele se jogou na piscina de roupa e tudo?
- Não, claro que não. Mas pode ter sido empurrado.
- Empurrado? Por quem?
- Por ninguém. Deixa pra lá.
Gisele imagina o que realmente pode ter acontecido, já que Sophie havia dito que Anne estava na cobertura.
- Ele disse se volta hoje?
- Não, não disse.
Gisele dá um sorriso triste.
- Obrigada!
- De nada Srta.!
Ela se retira e vai pro quarto. Gisele se senta no sofá, tira os sapatos, pega seu celular e liga pra Johnny.
- Alô!
- John.
- Oi Gi!
- O que houve meu bem? O Sr. Evans me disse que você caiu dentro da piscina.
- Pois é, mas a verdade é que eu não caí. Eu e Anne tivemos uma discussão e ela me empurrou pra dentro da piscina.
- Eu sabia que não tinha caído. Mas por que foi embora?
- Eu não podia ficar todo molhado.
- Era só você colocar um roupão enquanto esperava suas roupas secarem.
- Eu sei, mas eu preferi vir pra casa. Não ficou chateada, ficou?
- Claro que não. Quando você vem?
- Talvez amanhã.
- Talvez? Por que não janta comigo hoje?
- Aonde?
- Aqui mesmo no Hotel.
- Tudo bem. Eu chego aí às sete horas, pode ser?
- Ótimo! Até mais tarde, beijo!
- Até! Outro.
Anoitece... Anne passou a tarde toda conversando com Orlando no quarto dele.
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Amores em Conflito!
RomanceAnne é uma garota de apenas 17 anos, mora com seu tutor o Sr. George Wilkinson em um Hotel de luxo em Los Angeles, seu tutor é o gerente do Hotel. Anne tem lindos cabelos ruivos e lisos com leves cachos nas pontas na altura dos ombros, lindos olhos...