Já pela manhã, Anne vai tomar café no restaurante do Hotel e ao adentrar o ambiente, ela se depara com Gisele sentada à primeira mesa próxima da entrada. Anne para à frente da mesa e encara Gisele.
- Foi você, não foi? Eu sei que foi. (diz Anne)
Gisele a olha e repara no roxo no canto do olho.
Displicentemente Gisele que havia acabado de engolir um pedaço de melancia, pega o guardanapo, limpa a boca e sem olhar pra Anne, pergunta:
- O que houve com seu olho?
- Me responda! (diz Anne, ignorando a pergunta dela)
Gisele a olha mais uma vez, e diz:
- Não sei do que você está falando...
- Não seja cínica, sua miserável... olha o que ele me fez por sua culpa.
- Ele quem? Culpa de que? (pergunta Gisele, se fazendo de desentendida)
Anne com lágrimas nos olhos, ignora as perguntas de “deboche” de Gisele e diz:
- Se você pensa que ter ido contar pro meu tutor sobre eu e Johnny, iria fazer com que nosso relacionamento tivesse um fim, se enganou... pelo contrário, estamos mais unidos do que nunca... estamos noivos e vamos nos casar em breve. (diz Anne, amostrando o anel de noivado que Johnny lhe dera)
Por essa Gisele não esperava. Ela olha para o anel e o ódio toma conta de si, ela delicadamente pega uma faca que estava sobre a mesa e segurando com força o cabo da faca, ela diz:
- Vamos ver até quando isso vai durar.
- Está me ameaçando?
- Não sou de ameaças... (diz Gisele se levantando ainda segurando a faca)
Anne a olha apreensiva e dá um passo pra trás. Max que percebe o que está acontecendo, se aproxima.
- O que está acontecendo aqui?
Ninguém responde nada, Anne e Gisele ficam se olhando.
- Srta. Novack? Anne? (Max as chama)
Gisele olha pra Max, enfia a faca na fatia da melancia e diz:
- Está tudo as mil maravilhas! Com licença!
Gisele passa por Anne esbarrando seu ombro no dela e se retira do restaurante.
Anne dá um suspiro de alivio.
- Anne, o que foi isso tudo?
- Max, essa mulher está se demonstrando muito perigosa pro meu gosto. Ela está desequilibrada. Pela primeira vez, estou começando a ficar com medo.
- Fique longe dela... é uma pena que logo agora que você realmente precisa, o seu guarda-costas não está mais aqui.
- É verdade...
- Conta pro Johnny o que está acontecendo. Ele precisa saber de uma vez por todas que essa mulher é perigosa.
- Vou contar, não quero mais que ele seja amigo dela.
- É isso aí... então, vai tomar café?
- Vou sim, encontra uma mesa vaga pra mim, não quero sentar aqui onde ela estava.
- Pode deixar, vem comigo.
Anne acompanha Max, que logo encontra outra mesa, e ele lhe serve o café.
Depois de tomar café, Anne ligara pra Johnny e lhe contara o que havia acontecido, Johnny ficara perplexo com o comportamento de Gisele, ele quisera ir lá no Hotel, mas Anne preferiu que ele não fosse, pra não causar nenhum problema mais grave com Sr. Wilkinson, só queria deixá-lo alerta sobre Gisele. Ele prometera que nunca mais iria chegar perto dela.
Ao passar pelo saguão, Anne é chamada pelo Sr. Evans.
- Pois não... (diz Anne)
- Srta. Dawson, o seu tutor pediu para a Srta. ir ao escritório agora e sinto muito pelo que aconteceu com a Srta. ontem.
- Ok. Obrigada Sr. Evans.
Ao chegar à porta do escritório, Anne estende a mão um tanto quanto receosa e bate.
- Entre!
Anne abre a porta delicadamente e entra.
Sr. Wilkinson que havia passado a noite por lá, estava um tanto quanto “desleixado”, sem o paletó, sem a gravata, e parecia estar de ressaca. Sentado em sua cadeira, ele manda Anne se aproximar da mesa.
- Se aproxime. Sente-se!
Anne caminha lentamente até a mesa, mas antes de chegar à mesma, ele diz com deboche demonstrando inquietação:
- Se demorar mais o pendente e quero resolvê-lo de uma vez por todas.
- Acho que o Sr. não está em condições de ter nenhum assunto nesse momento.
- Isso quem decide sou eu.
- Então antes de começarmos, quero lhe perguntar uma coisa... como teve a coragem de me bater daquele jeito? Apesar de esperar qualquer coisa de sua parte, o que fez foi imperdoável.
- Primeiro, não estou propenso a lhe pedir perdão, portanto, é irrelevante. Segundo, a Srta. é a única culpada, suas mentiras me levaram a esse extremo. Mas não quero perder tempo com isso.
- Não sei como Sophie foi se apaixonar pelo Sr.
- Não estou aqui para falar sobre Sophie, quer dizer, sobre a Srta. Marks. Não pronuncie o nome dela e não desvie do assunto.
- Ok, vossa majestade, como quiser!
O Sr. Wilkinson ignora o deboche de Anne e diz:
- Dawson... pela milésima vez, não quero nenhum tipo de romance entre a Srta. e aquele homem. Não sei porque insiste com isso, já que está vendo que as consequências de sua teimosia só está lhe trazendo problemas graves. Como pode continuar com isso tudo? Confesse, é só pra me provocar, não é?
- Primeiro, o nome dele é Johnny e segundo, isso se chama amor, conhece essa palavra? Acho que não! (diz Anne desafiadora)
- Não me provoque, sabe do que sou capaz.
- Agora eu sei. Mas não me importa o que o Sr. irá me fazer, eu não irei desistir do homem que eu amo.
Anne diz isso tudo, com sua mão direita sobre a mesa, esquecendo que estava usando o anel, o que não passou despercebido pelo Sr. Wilkinson.
- O que é isso? (pergunta ele olhando pra mão dela e ao se dar conta, Anne recolhe sua mão e se levanta)
Ela se afasta da mesa e coloca suas mãos pra trás.
- Isso o que? (pergunta ela se fazendo de desentendida)
Sr. Wilkinson se levanta e caminha até ela.
- Me mostre sua mão.
Anne lhe estende a mão esquerda.
- Que gracinha! Me mostre sua mão direita.
Anne reluta por uns segundos e amostra a mão. Ele pega em sua mão analisa o anel e pergunta:
- Onde conseguiu esse anel?
- Eu comprei.
- Comprou? A Srta. comprou?? Não me diga! Esse anel é muito caro, pelo que vejo e pelo que entendo de joias, é de diamantes, a Srta. não teria condições de comprar um anel desses, amenos que tivesse me pedido o dinheiro, o que não foi o caso. Portanto, me responda! Onde conseguiu esse anel?
- Já disse que comprei! Me dei de presente...
- PARE DE MENTIR! (diz ele furioso segurando com força o pulso de Anne). Não aguento mais suas mentiras. Esse anel não é um anel qualquer, é de compromisso, foi ele quem lhe deu, não foi? Não minta, que será pior. (essa última frase ele diz por entre os dentes).
Anne puxa seu braço da mão dele e diz:
- Sim, foi Johnny que me deu, e sim é de compromisso... nós estamos noivos e o Sr. querendo ou não, vamos nos casar, nem que pra isso eu tenha que fugir com ele, até mesmo porque, já sou maior de idade, respondo pelos meus atos. Finalmente esse dia chegou!
- Não seria capaz de fugir... (diz ele demonstrando uma calmaria repentina)
- Sim, eu seria...por amor, sou capaz de tudo! O Sr. deveria saber muito bem, que quando a gente ama, a gente é capaz de qualquer coisa, pra ser feliz. O Sr. ama Sophie, não ama? Se é que nesse coração tem lugar pra esse sentimento tão puro.
O Sr. Wilkinson não esperava por aquelas palavras, ele ficara sem reação.
- Já disse pra não tocar no nome da Marks... e não sabe nada sobre nós dois...
- É claro que sei, já se esqueceu de nossa amizade?
- Não que seja da sua conta, mas eu e Marks não temos nada.
- Agora o Sr. é quem está mentindo... porque? Porque o Sr. pode ter um romance com ela e eu não posso com Johnny? Qual a diferença?
O Sr. Wilkinson caminha até o sofá e se senta.
- Não posso explicar, mas tem diferença sim...
- Porque não pode explicar?
- Pare de me fazer perguntas, Dawson... o assunto aqui não é eu e Marks, e sim a Srta. e aquele homem.
- Johnny... (diz Anne)
- Chega dessa conversa, depois continuamos, preciso ir pro meu quarto, tomar um banho e me recompor. (diz ele)
- Sophie está sofrendo... (diz Anne)
- Eu também estou... (diz ele)
Sr. Wilkinson se levanta repentinamente, vai até a porta a abre e diz:
- Agora saia daqui...
Anne se aproxima dele, para em frente à porta aberta e o olha, ele que estava fitando o chão, repete:
- Saia daqui!
Anne se retira e ele fecha a porta.
Sem lhe dar satisfações, Anne sai do Hotel e vai até a casa de Sophie.
Depois de beber mais um copo de vodka, Sr. Wilkinson sai do escritório e vai para seu quarto.
Ele toma um bom banho, pede um café bem forte e sem açúcar para cortar a ressaca, e em seguida liga para a recepção e pede para o Sr. Evans informar ao subgerente para substituí-lo, já que não se encontrava em condições (mais psicológicas, do que físicas) de trabalhar.
Na casa de Sophie, Anne lhe contara toda a conversa que tivera com o Sr. Wilkinson e lhe mostrara o relicário.
- Sua mãe era tão linda... você se parece tanto com ela...
Anne suspira e sorri levemente.
- Sophie... o que você vai fazer a respeito de seu relacionamento com ele?
- Que relacionamento Anne? Mal começou e já acabou...
- Sinto muito!
- Não sinta... ele é o único culpado.
- Ele disse que está sofrendo, não que eu acredite, mas...
- Se ele está, eu não sei, mas eu estou e muito... (Sophie começa a chorar e Anne a abraça)
- Sophie...eu sei que você o ama, se quiser perdoá-lo, não se prenda por mim, faça o que o seu coração mandar, não quero vê-la sofrendo. Você tem que pensar na sua felicidade também. Eu já tenho a minha com Johnny...se você resolver perdoá-lo, eu não vou ficar com raiva de você.
- Não consigo perdoá-lo...e mesmo que eu quisesse, não iria adiantar, porque ele está me odiando.
- Entendo, mas se você quiser arriscar, irei apoiar você, ok?
- Obrigada amiga.
- Sophie, vou fugir com Johnny...
- O quê! Como assim fugir? Quando?
- Ainda não sei, Johnny nem sabe dessa minha ideia, vou falar com ele hoje, mas sei que ele aceitará.
- E pra onde vocês iriam?
- Bom, a princípio minha ideia é a casa dele em Londres.
- Você vai me deixar?
- Ôh amiga, nunca... vou dar um jeito de estarmos sempre perto..mas no momento eu preciso agir, preciso ficar longe dele, pelo menos até eu e Johnny nos casarmos, entende...porque depois de casados, Sr. Wilkinson não poderá nos fazer nada de mal. Bom, é o que eu espero né.
- Compreendo... você também merece ser feliz Anne, e não serei egoísta de querer que você fique por aqui por minha causa. Independente de onde você estiver, sei que nossa amizade será pra sempre.
- Com certeza Sophie, pra sempre! Te amo amiga/irmã.
- Também te amo.
Anne sai do quarto de Sophie e vai até a sala pra se despedir de Susan e Jack.
- Como você está? (pergunta Jack)
- Apesar de tudo de ruim que aconteceu ontem, estou me sentindo mais aliviada, é bom não ter mais que esconder meus sentimentos por Johnny.
- Entendo. Bom, você sabe que pode contar comigo pra sempre, não é?
- Sim Jack...obrigada por tudo! (Anne dá um abraço apertado em Jack, que retribui)
- Fique bem meu anjo. (diz Susan dando um beijo na testa de Anne)
- Obrigada Susan!
- Cuidado, ok? (diz Susan)
- Pode deixar.
Anne se despede dos dois e volta pro Hotel.
Ela se joga em sua cama e pega seu celular para ligar pra Johnny. Anne lhe contara a ideia de fugir e pra sua felicidade ele aceitara na mesma hora, assim como ela havia previsto.
- Quando? (pergunta ele)
- O mais rápido que pudermos.
- Pode ser essa semana ainda?
- Claro! (diz ela empolgada)
- Então meu amor, pode indo arrumar suas malas. Logo logo estaremos em Londres e seremos muito felizes.
Anne desliga o celular e dá um gritinho de felicidade.
- Finalmente! (diz ela olhando pro teto do quarto, com as duas mãos sob a nuca)
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Amores em Conflito!
RomanceAnne é uma garota de apenas 17 anos, mora com seu tutor o Sr. George Wilkinson em um Hotel de luxo em Los Angeles, seu tutor é o gerente do Hotel. Anne tem lindos cabelos ruivos e lisos com leves cachos nas pontas na altura dos ombros, lindos olhos...