Chapter 172 A arrogância dos deuses não tolera a incerteza

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Prólogo As artimanhas gentis de um Rei Demônio

Espiou dentro da penumbra quem dormia ao seu lado.

Aliás, queria era se certificar se ele realmente estava dormindo.

Moveu-se devagar e sentou-se na cama, dando uma olhada na beira do lençol, pegou sua calça do chão e vestiu, logo também puxando seu robe branco.

Mas, Xie Lian não tinha tempo para se ater aos detalhes com as vestes, seu robe branco continuou aberto, seu tórax semi nu, apenas as mangas vestidas em seus braços.

Ele estava no escuro do aposento, sabendo que devia faltar pouco mais de três horas para amanhecer.

Ajoelhado na cama, tendo seu cabelo bagunçado, o coque torto em sua cabeça, Xie Lian juntou as mãos... Decidido.

No que ele respirou fundo e fechou os olhos por um segundo, teve um pequeno sobressalto no escuro, quando sentiu outras mãos se espalmarem sobre a sua.

Não podia ser outro, senão Hua Cheng.
Sem roupa alguma, apenas tendo a cintura para baixo semi oculta pelo lençol de seda, Hua Cheng fitou Xie Lian dentro da escuridão, seu olho tinha um brilho carmesim acirrado sob a sobrancelha fina e afiada.

Xie Lian piscou mirando-se à bonita curva do queixo dele na penumbra, suas mãos ainda envolvidas pelas dele, a pele extremamente clara e a nudez dele como um chamariz, belo e desconcertante.

— Gege ia mesmo fazer isso sozinho? Isso me magoa um pouco.

O tom dele era baixo, apenas com uma réstia de dengo em seu trejeito.

Xie Lian tirou um pequeno pigarro da garganta, ajeitando-se inquieto sobre a cama.

— É que San Lang parecia contrariado com a ideia... Desculpe.

Hua Cheng riu quase sem som, inclinando por um momento a cabeça, pequena trança negra presa pela conta vermelha estava apoiada em um de seus ombros largos em meio à selvageria de seu cabelo solto, seus ombros quase tão brancos como leite.

— Não tem que pedir desculpa, Gege... Se quer fazer, faça. Se é o que quer, eu não me importo. O único detalhe é que a responsabilidade do seu gesto é minha.

— San Lang quer dizer...?

— Apenas faça o que tem que fazer, se Gege não se importar... Faremos juntos.

Xie Lian não tinha entendido bem o que Hua Cheng pretendia.

Mas, ele não contestou, confiava piamente em seu marido e Xie Lian assentiu em silêncio e sorriu, tornando a fechar os olhos, ainda tendo as mãos de Hua Cheng fechadas em concha sobre as suas.

Quando aquela luminescência começou a dançar do ar entre os dois, como fagulhas valsando em meio a escuridão, flashes esbranquiçados e feixes em vermelho se entrelaçaram.
Uma pequena ventania girou em torno de si mesma dentro do aposento.

O que durou menos de um terço de incenso.

Com o ar em movimento a se dissipar, seus cabelos bagunçados caíram juntos de suas costas e os dois ergueram juntos as pálpebras.

Ainda havia uma nítida interrogação no olhar de Xie Lian, o que Hua Cheng havia feito?

Contudo, antes mesmo de poder evocar a questão, Hua Cheng soltou lentamente suas mãos e Xie Lain ficou intrigado em como os dedos compridos dele haviam se aquecido quase como se tocassem o fogo.

Hua Cheng sorriu e deixou a cama, sem qualquer veste, na penumbra.

— Será que agora Gege aceita meu convite para irmos ao Reino Fantasma?

Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora