Chapter 291 Palavras são bolhas suaves no ar, a artimanha camuflada nos olhos

47 7 67
                                    

Arco 5 Capítulo 291 Palavras são bolhas suaves no ar, a artimanha camuflada nos olhos do menino

De repente, sentiu vontade de ficar sozinho e olhar o mar.

Era um desejo distante, até mesmo insensato.

Tinha um pouco de mana em seu corpo, doado por Jun Wu no dia anterior, para consertar a chávena de Fu Sheng, mas não era o suficiente para abrir uma matriz sozinho e além disso, não tinha certeza das coordenadas da praia.

Mas, assim que pisou no vasto corredor, ouviu vozes vindo do salão principal do palácio.

E ele não tinha vontade de falar ou olhar para ninguém.

Ainda preso às sensações de sua tentativa de conversa com Huan Fang.

No primeiro instante, Huan Shui selou seus chakras para não ser percebido de imediato, ele se aproximou sorrateiro e cauteloso, o suficiente para detectar as vozes, um pouco da conversa, sem ver de fato alguém ou ser visto, parando antes do final do corredor, atrás de uma coluna de mármore e jade.

A primeira voz que ouviu foi de Feng Xin reclamando como seu palácio havia se tornado um randevu¹ e não era para menos!

Além das vozes de Mu Qing, também se ouvia a voz de Ling Wen e de Mei NianQing... E objetando algo muito discretamente, lá estava a voz sem calor de Jun Wu.

Huan Shui suspirou se sentindo um pouco culpado, não apenas pelo humor de Jun Wu estar além do péssimo, mas o breve som de seu erhu com certeza tinha chamado mais atenção dos outros deuses do que devia.

Em breve, todo Reino Celeste saberia que estava de volta.
Certeza que mal podiam esperar para tornar a zombarem de sua pessoa, chamando-o mais uma vez de She Wen. (N/A: capítulo 78 )

Sua única certeza naquele segundo, é que não queria permanecer nesse lugar.

O som de seus próprios pensamentos parecia anular as vozes no salão, torná-las distantes e o que arrancou o jovem deus de suas divagações ansiosas e torturantes foi sentir mais uma vez segurarem na manga longa de seu hanfu.

Precisou olhar para baixo e foi um tanto surpreso que percebeu que Huan Fang, descalço, trajando a roupa de dormir limpa que tinha vestido nele após o banho, seus olhos escuros talvez um pouco suplicantes no semblante infantil, sua voz num sussurro retraído:

—Ge... A sopa ficou ruim sem você por perto...

Era mais fácil dizer assim, em vez de admitir que estava errado.

Evidente que Huan Shui entendeu as entrelinhas, mas ele ainda se sentia angustiado, repleto de desejos insensatos de fuga, os lábios colocados como se as palavras se recusassem a criarem vida através de sua voz.

Fang olhou demoradamente para seu irmão, ouvindo as vozes no salão e terminou por lhe dar um puxão na manga, ainda mais forte.

O menino apontou para o fundo do corredor junto com seu queixo, algo do tipo: “vamos sair daqui... Não quero ver os outros adultos."

Huan Shui estranhou ligeiramente essa atitude, mas seu olhar mirou-se na mesma direção e ele assentiu de modo que Fang entendesse que estava tudo bem se fossem para outro lugar no palácio, era como se esconder.

Huan Fang agarrou sua mão, os dois saíram juntos para o lado oposto, passando pelo quarto que agora tinha as luzes dos candeeiros apagadas, o cômodo escuro.

Parecia realmente uma fuga, não era um pouco estranho que Fang também parecesse um pouco perdido? Huan Shui tinha certeza que a febre não devia ter cedido por completo, por isso seu irmão caçula estava um pouco desorientado.

Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora