Chapter 285 Este Daozhang que ama, sem entender o amor

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Arco 5 Capítulo 285 Este Daozhang que ama, sem entender o amor

O verdadeiro pesadelo era estar acordado.

Despertando tonto, desorientado, abandonou a cama cambaleante e nem soube como passou para uma pequena partição que era uma espécie de quarto de banho.

Sentia-se pior do que péssimo, quando debruçou-se numa bancada de mármore e seu estômago revirado empurrou tudo para fora, o vômito jorrando dentro de uma bacia normalmente utilizada pelos hóspedes para higiene matinal.

Seu corpo estremecia tomado pela náusea, os joelhos mentindo, a cabeça doendo como se estivesse parcialmente oca, vazia de qualquer sentimento bom.

Apenas se machucando continuamente, desprezando-se infinitamente.

Cada vez que vomitava, era tomado por um espasmo mais demorado.

A luz da manhã, penetrava por uma ínfima janela e quando achou que ia perder a firmeza nos joelhos, alguém apoiou seu corpo por trás, aquela mão ligeiramente fria se espalmou em sua testa, logo que afastou os fios de cabelo sujos de vômito de seu rosto.

Em silêncio, mas com carinho considerável em seus gestos, esperou Huan Shui terminar de colocar todo fluído azedo para fora e somente quando o rapaz respirou fundo, sofridamente em seu declínio, é que se pronunciou zeloso, a voz gentil cava:

— A-Shui... Está um pouco melhor?

Ouvir a voz de Jun Wu dizer “A-Shui” chamou sua atenção, enquanto assentiu fracamente com a cabeça que a náusea tinha aliviado, os dedos dele limparam o suor em sua testa e Huan Shui tentou aos poucos se recompor, sentindo-se terrivelmente encabulado por estar tão lamentável.

Ainda encarando o vômito dentro da bacia, sentindo o odor pungente e degradante, Shui replicou fracamente, sua voz triste:

— Vai embora... Sem olhar para mim...

O quanto era impossível levar em conta esse pedido desolado.
Jun Wu se lembrou que havia uma fonte de bambu na propriedade, mas não havia uma tina naquele mísero quarto de banho, a estalagem oferecia meramente o conforto por uma noite, o mínimo para um viajante de passagem.

— Eu volto com água e seu alforje... Para que possa vestir uma roupa limpa, não demoro.

Nem bem o deus menor trajando púrpura se afastou, Huan Shui encostou-se contra parede e suas costas deslizaram por ela, ele foi direto ao chão, tendo os joelhos flexionados diante de seu corpo dolorido, o rosto pálido como papel de arroz.

Por sua vez, Jun Wu olhou por segundos para ele, antes de abandonar o quarto de banho.

Havia muito em sua mente, além de não saber com detalhes sobre o ocorrido em Zhen Yan, tinha para si que o “aviso” não era para os Sacerdotes, não era para ele... As mortes causadas, as pessoas devoradas na caravana cigana, era um aviso para Huan Shui.

Nas suas últimas conversas com Shui, havia notado que Bai Wu Xiang praticamente tinha convencido o rapaz que seu lugar era ao lado dele.

O quanto aquele demônio o tinha manipulado, torturado e iludido.
Jun Wu podia imaginar, era fácil. Afinal, Bai Wu Xiang e ele tinham formas parecidas de pensar, quando se tratava de manipular, causar dor e sofrimento.

Mas, de certa forma, Jun Wu se sentia em desvantagem.

Diferente de Bai Wu Xiang, ele sentia o peso do remorso, quando se tratava de Huan Shui.

O vinho não tinha sido uma forma de controlar a situação?

Presenciar as dores de Shui, vê-lo vomitando tão fragilizado, ouvir a voz dele soar tão inegavelmente triste... As consequências da sua tentativa de manipular a situação, também o atingiam continuamente.

Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora