Chapter 217 A identidade do demônio de cabelos de fogo

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Capítulo 217 A identidade do demônio de cabelos de fogo

As portas do pavilhão no Terraço do Vinho em Cascata estavam fechadas, as proximidades estavam silenciosas, exceto pelo som oscilante do vento do quase final de novembro.

E no alto, entre as vigas e caibros mais altas da construção, aquele vulto se esgueirou, se pendurou com os braços, balançou o corpo e caiu de pé daquela altura significativa, apenas dobrando ligeiramente os joelhos dentro da escuridão, já que todas as lanternas agora estavam apagadas.

O interior do pavilhão fedia a sangue, a ponta de sua bota estava em parte imersa em uma mancha carmesim.

Quando enfim ele saiu dali por uma fresta, não havia sinal de deuses ou sacerdotes.

A noite vislumbrou o dourado perigoso de seus olhos, a palidez do luar semi escondido se espelhou no cabelo vermelho escorrido.

Ele puxou a espada de dentro da bainha, quase podendo ouvir o grito que se materializava e retumbava dentro dela.
Pensando no que Jun Wu tinha contado às duas Virtudes de Zhen Yan.

“Eu estava na Montanha Tai Cang mais cedo e havia um fantasma esperando por mim... Que viu A-Shui três anos à frente, encarando três novas sepulturas no Monte JianWang... Com os epitáfios de Jiahao, Heng Qian e meu próprio epitáfio.”

A forma física de Zhan Hun sorriu para a espada em sua mão, virando-a de um lado para o outro de modo que a luz pálida da lua refletisse na lâmina prateada longa, manchada de sangue.

Embora nada tivesse saído como o esperado, o aparente cultivador que podia sentir a espada vibrando em protesto furioso em sua mão, de certa forma calou-a deslizando quase bruscamente para dentro da bainha, enquanto caminhava e desaparecia pelo caminho mais escuro.

*************

Não tinha certeza se a noite poderia ser ainda pior, quando deu por si, estava em Zhen Yan, o último lugar que a princípio deveria estar e pela segunda vez no mesmo dia.

Os três entraram no pavilhão da Lua, local onde os cultivadores daquela montanha aprimoram a esgrima e artes marciais durante o dia, deixando noite, a neblina e a chuva fina do lado de fora.
Jun Wu ainda tinha seu hanfu púrpura rasgado e manchado de sangue, quando parou e fitou os dois Generais, era o primeiro instante que tinham sozinhos, desde que a batalha tinha terminado no Terraço do Vinho em Cascata.

— Generais... Como sabiam exatamente onde eu estava? Foi obra de Ling Wen?

Mu Qing não parecia muito disposto a falar, ele olhou de soslaio para Feng Xin, que tomou a frente em responder:

— Negativo. Na verdade, eu ouvi a conversa de vocês na matriz de comunicação aberta e quando percebi que envolvia a localização de Jiahao, decidi descer para ajudar.

— Huan Fang e Baobei...? — Jun Wu suspirou, lançando um olhar enfático, sua voz fria ainda exalava alguma preocupação latente.

— Estão em segurança com sua Alteza Tai Hua, no Reino Celeste... É evidente.

Feng Xin nem bem terminou de responder e Mu Qing deu um passo à frente na direção de Jun Wu, seu rosto pálido algo enfezado, envolto em sombras:

— Francamente! Percebe o tamanho da encrenca? Sei que serve ao Chuva de Sangue, ao Mestre da Chuva... Mas, ainda não passa de um deus menor! Por que diabos não pediu reforços? Colocou os Sacerdotes em perigo!

Jun Wu fitou Mu Qing algo incisivo, tão inexoravelmente sério. Remoendo para si que ouvir desaforo de um General que foi seu subalterno não poderia ser mais humilhante, era definitivamente o fundo abaixo do fundo do poço.

Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora