Prólogo A madrugada das dores intrínsecas e do início da vingança
Largado para morrer.
Sem água, sem comida.
No escuro.Mu Rong sabia disso, o corpo do pobre rapaz assassinado mais cedo dentro da prisão estava largado numa via pública da Capital imperial, em cada canto, com a guerra sob controle, falava-se sobre o Duque traidor e seu amante mantido no luxo de um palácio escondido.
No entanto, ninguém sabia que fim tinha levado aquele homem imponente e atraente, que antes era o governador daquela província.
Alguns diziam que o Duque havia conseguido fugir, ele nunca mais retornaria.
Nenhuma especulação nos becos, avenidas e vielas estava correta.
Mas, Mu Rong sabia de quase tudo, tinha sido “convidado a se retirar” de seu posto de vice-governador pelo Chanceler Nan Quan e obviamente, ele não contestou.
Poucos levavam Mu Rong à sério, Nan Quan não era diferente.
Por isso mesmo, descendo até as masmorras sorrateiramente durante a madrugada, ele não encontrou nenhum soldado da Guarda Real vigiando a porta.Ou Lao Shi estava morto, ou em agonia.
Em todo caso, ninguém se importava mais.
Mu Rong puxou o trinco, tentando não fazer muito barulho, estava usando uma capa escura para cobrir sua silhueta dentro da penumbra ostensiva da prisão. A porta se abriu sem muito esforço, rangendo ligeiramente.
O odor dentro da cela era terrível, azedo, pungente, o cheiro enjoativo do sangue parecia impregnar cada parede.
Mu Rong entrou, encostou a porta, ao se virar se deparou com o Duque estendido no chão imundo, aparentemente imóvel, mas parecendo respirar precariamente, seu corpo retorcido.
Ele não podia ver bem da onde estava e se aproximou, com seus olhos acostumando-se com a ausência de luz.
Os dedos de Lao Shi estavam fechados, apertados e estremecendo.
Era tão verdadeiramente deplorável que Mu Rong não teve dúvidas que ele faleceria até o amanhecer.
Mu Rong retirou devagar o cabelo que cobria-lhe o rosto e num assombro ele percebeu que não havia mais rosto, mas a carne desfigurada por completo em um dos lados da face, havia uma dor difícil de calcular desenhada na parte menos danificada da tez.
Sentindo em si a dor que era de Lao Shi, Mu Rong olhou em volta e viu o frasco vazio caído, ele reconheceu o que era no mesmo segundo.
Um inconformismo, um desespero avassalador se apossou de seu espírito.
Porque Lao Shi era uma das poucas pessoas que levava Mu Rong à sério, era ao vice-governador que ele confiava alguns de seus segredos e dividia o conhecimento sobre ocultismo, bruxaria e artes demoníacas em absoluto segredo.
Nan Quan tinha ousado destruir o rosto de Lao Shi com o composto químico criado pelo próprio Duque!
Foi nessa madrugada desditosa que Mu Rong decidiu que NanQuan devia ser punido e pagar por tudo que tinha feito.
No entanto, Mu Rong não poderia... Se tentasse, seria aniquilado por Nan Quan antes de dar o segundo passo.
Ele precisava de Lao Shi para se vingar.
Lentamente, com o rosto crispado pela revolta dolorosa que o afligia, Mu Rong se lembrou de um feitiço que Lao Shi tinha achado num pergaminho antigo, num livro que tinha comprado de um mercador em outra província.
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Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 2
Fanfic⚠️ Aviso importante ⚠️ Fanfic com temas sensíveis como abuso, gore e tortura psicológica. ◇ Essa é a continuação da Fanfic "Jun Wu A Terceira Face do Príncipe", o livro 1 dela terminou no arco 3 e aqui iniciamos o arco 4 e posteriormente o arco 5 (s...