Chapter 236 Uma alma enfeitiçada, sucumbiria sozinha no silêncio

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Arco 5 Capítulo 236 Uma alma enfeitiçada, sucumbiria sozinha no silêncio

Seu corpo rendido, estremecendo enquanto seus braços se agarravam e abraçavam o travesseiro, a sensação de orgasmo entorpecendo levemente seus sentidos com seus cabelos ondulando sobre seus ombros.

Era como uma reprise.

Até que de mansinho, ouvindo o mar, adormeceu após satisfazer as vontades descabidas do corpo.

Não sabia bem quanto tempo havia dormido, mas assim que despertou, percebeu que estava sozinho na cabine de descanso, sua mente recém desperta estava inquieta.

Não estava equivocado, achando que era outra pessoa sem passado numa realidade estranha e distante.

Sabia quem era, lembrava de onde veio e tinha noção com quem tinha feito sexo há poucas horas.

Se quando transmigrado, a incerteza e o desconhecido lhe davam ganas de fugir, agora que tudo parecia mais claro e ele sabia a verdade (ou, ao menos pensava saber), havia um peso sobre sua existência que anulava suas vontades e perspectivas.
De modo que quando as sensações furtivas do ápice abandonaram seu corpo e sua pele esfriou sendo arrebatada pelo frescor da noite naquela baía, Huan Shui sentiu vontade de chorar, de tão vazio que se sentia.

Em silêncio, quase sem mover, sua respiração baixa e quase inaudível.

Se perguntando por que não se sentia nem um pouco feliz após o ato sexual que ele mesmo provocou ao tomar a iniciativa do toque e do beijo.

Ele não entendia as vontades imperativas da mente e do corpo, o rito sensual se equiparava a uma conquista dos seus sentidos, como se a paixão fosse bombeada junto com o sangue direto ao seu coração.

Não havia se sentido triste durante o sexo, mas a ausência de alegria após o ato era simplesmente esmagadora.

“Tão efêmero...” — Huan Shui soprou em pensamento, fechando os olhos por segundos, enquanto tinha uma das bochechas afundadas na maciez lívida do travesseiro.

A noite parecia estar tão quieta, ele viu a escuridão pelo vigia e quando se sentou, viu roupas dobradas limpas na beira do leito pouco confortável.

Em tons de azuis entre o claro e o escuro, com um par de botas limpas no chão.

Apenas entendia que Bai Wu Xiang queria que ele colocasse aquelas vestes, então com movimentos um pouco letárgicos e ao mesmo tempo mecânicos, Huan Shui vestiu as três camadas, a roupa interna que era constituída pela calça e blusa, a camisa de colarinho cruzado e a túnica longa presa em sua cintura por uma faixa.

No instante que estava calçando as botas, Bai Wu Xiang bateu de leve na porta e entrou, dispensando um sorriso contido e enigmático.

Ele também demonstrava outra disposição de espírito, vestindo verde e azul índigo, fazendo Huan Shui pensar numa noite cercada pela vegetação farfalhando pelo vento.

— Está planejando algo... Qianbei? — Huan Shui perguntou, enquanto terminava de calçar a segunda bota.
Curiosamente, Bai Wu Xiang se aproximou e se colocou por trás, quando Shui ainda estava sentado no leito de descanso do junco e devagarinho tocou-lhe os cabelos acobreados soltos, ligeiramente bagunçados.

— Achei que talvez... Quisesse aproveitar a noite, a praia deve estar deserta e o vilarejo... Não fica muito longe.

— Você... Não se importa mesmo de sermos vistos em público juntos? Achei que sempre tivesse essa preocupação. Qianbei não gostou quando... Encontrei com Fu Sheng em Lan Hu.

Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora