Chapter 189 Era como matar sentimentos em legítima defesa

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Arco 4 Capítulo 189 Era como matar sentimentos em legítima defesa

Gu Zi olhou aquela cena um pouco confuso.

Ele lembrava daquele homem, mas no mesmo segundo que ficou reticente por conta da lembrança que o atingiu... Gu Zi não estava muito certo se esse era quem ele estava pensando, a imagem de sua mente sobreposta na figura do homem na porta de cristal parecia não encaixar.

Sua expressão era uma mistura de dúvida, receio, ladeado por algum medo.

Esse não tinha sido o imperador mau que tinha reduzido seu pai a um fogo fantasma verde?

Ele tentou não pensar demais nisso e voltou sua atenção para Huan Fang que sorriu em sua direção.

— Gu Zi! Eu preciso falar com o Daozhang... A gente pode conversar depois?

O menino mais velho quase perguntou: “Mas, por que falar com esse homem? Ele é mau!”

Mas, ele guardou por fim a pergunta para si mesmo e concordou, sorrindo com seu olhar para o menino menor, de cabelo ondulado.

— Eu vejo você depois, Fang-Di?

— Mn! Você sabe em qual palácio me encontrar... Combinado?

Jun Wu observou os dois meninos naquele breve instante, assim como os oficiais que o olharam com desconfiança acirrada ao seu dar conta do local que andava se escondendo.

Assim que Gu Zi se afastou, Huan Fang fitou o Daozhang e entrou no palácio de cristal sem dizer nada.

Somente quando as portas de cristal se fecharam e o som da água corrente da fonte prevaleceu, é que Jun Wu se virou para o menino de dez anos.

Não havia um clima exatamente de um reencontro feliz, na última manhã que estiveram juntos no Reino de Yushi Huang, os dois haviam discutido com ímpeto, tudo havia terminado entre eles num mal entendido dolorido.
Irresoluto e que somente se arrastava junto com os dias.

Huan Fang olhou o entorno daquele palácio, o salão principal... Em nada parecido com o Palácio Nan Yang.

— Esse palácio... É seu, Daozhang?
Jun Wu deixou o ar preso em seus pulmões escaparem quase que lentamente e meneou de leve com a cabeça.

— Deuses menores não tem palácios, Huan Fang... Eu continuo sem lugar neste mundo, por isso tenho me refugiado no Palácio de A-Shui.

O menino teve um sobressalto íntimo ao ouvir que era o palácio de seu irmão, era triste estar no lugar que era de Huan Shui, sem tê-lo por perto, sem ao menos ter ideia se ele estava vivo ou não.

— Não... É muito doloroso para o Daozhang ficar aqui? — Huan Fang perguntou baixo, levando as próprias mãos atrás de si.

Jun Wu caminhou até o divã e sentou-se na beira, sem deixar de fitar o menino.

— Desde que seu irmão desapareceu, é doloroso estar em qualquer lugar.

O garoto baixou o olhar por segundos, ainda que tivesse sentido uma ponta de alegria ao ver Jun Wu aparecer repentino na entrada do palácio, a mágoa que sobreveio se revolvendo em seu peito era muito maior.

Quando Huan Fang voltou a encarar o Daozhang sentado na beira do divã, Jun Wu tinha certeza que palavras duras sairiam daqueles lábios infantis.

— E valeu a pena o Daozhang me largar nas terras da moça da chuva? Adiantou alguma coisa? Nada mudou! Mesmo o Daozhang Jun... Parece ainda mais triste.

Jun Wu suspirou, questionando-se se os seus sentimentos mais lamentáveis estavam realmente tão desnudos... Quando ele tinha parado de se importar em mostrar o que sentia?

Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora