Chapter 231 Aquele que aprende a controlar, também é manipulado

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Arco 5 Capítulo 231 Aquele que aprende a controlar, também é manipulado

Huan Shui olhou instintivamente para a mão direita de Bai Wu Xiang fechada e a calamidade lhe ofereceu de novo a mão esquerda, com discreta picardia provocante no olhar.

— Vem... Eu te mostro o que é. — Bai Wu Xiang tornou a sorrir, ao segurar-lhe a mão.

— Mas... Não é meio bobo... Entrar no mar com estas vestes?
— Huan Shui deu um puxão no braço de Bai Wu Xiang, quando o corpo dele se moveu para dar um passo.

— Se você acha, pode tirar a camada de cima... Deixe aqui na areia com suas botas.

— Qianbei... Está somente com esse robe fino no corpo?

O jovem deus soou um pouco desconcertado, ele não sabia o que era mais inapropriado: A roupa branca colada junto ao corpo do outro, ou seus pensamentos acerca disso.

— Acho que não é boa ideia... —Huan Shui cochichou, baixando o olhar, antes mesmo que ouvisse qualquer resposta.

— Huan Shui... — Bai Wu Xiang tinha a voz macia. — Não estava me procurando?

Ia dizer que não estava, que queria conhecer o local, ver as pessoas daquela região... O que era certamente apenas uma meia verdade.

Mas, em vez de responder, Shui olhou quieto para Bai Wu Xiang, suas mãos ainda enlaçadas.

— Não há para se temer, eu também não deixaria que nada ruim acontecesse... Se eu te mostrar o que tenho na minha mão direita... Vem comigo?

— Percebe que está me tratando como criança? — Huan Shui inquiriu, sem sorrir. — Você disse ontem que se alimenta da energia de outros seres, poderia ter me deixado sozinho no junco... Para fazer algo sórdido assim em segredo.

Bai Wu Xiang também guardou seu sorriso, mas não escureceu seu semblante, se sentindo algo desafiado pela perspicácia do rapaz.

— Se eu te conheço bem... É piedoso demais para presenciar algo assim. Mas, não... Ao menos sobre hoje, está enganado.

E para excluir qualquer suspeita, Bai Wu Xiang abriu a mão direita e em sua palma branca e levemente enrugada pela água estava uma concha de formato esférico, com listras laranjas contínuas tal como nervuras de asas de borboleta.

Huan Shui olhou para a concha, sem saber exatamente o que pensar.

— Deve ter percebido que essa praia tem fragmentos de conchas misturados à areia... Como você não ia encontrar nenhuma inteira, eu peguei esta para você, achei num banco de areia na parte mais funda da costa.

Era assim algo tão simples?

Huan Shui piscou pensativo olhando para a concha, é verdade que ele nunca teria ido para parte mais funda do mar, era realmente improvável encontrar uma concha nessas circunstâncias.

— Por que qianbei supôs que eu queria outra concha? — Shui indagou quando quase tocou na concha, mas reconsiderou o gesto.

— Elas não são como recordações? Um dia vai olhar para elas... E lembrar de cada praia que passou e sentir o cheiro da maresia, mesmo que esteja nas montanhas. Mas, se não a quiser... Jogo de volta no mar.

Havia uma ponta de desdém agressiva na voz de Bai Wu Xiang, ele não parecia necessariamente bravo, mas parecia desprezar o próprio trabalho que tinha tido ao procurar uma insignificante concha.

Huan Shui compreendeu que talvez Bai Wu Xiang quisesse também olhar para a concha e nunca se esquecer desse instante.
Mais que depressa, antes que Bai Wu Xiang lançasse a concha para longe e o mar a levasse mais uma vez, Shui segurou na mão direita dele.

Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora