Chapter 237 Uma noite em Shuang Xi, um encontro com dois cultivadores

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Arco 5 Capítulo 237 Uma noite em Shuang Xi, um encontro com dois cultivadores

Estavam cada vez mais próximos do vilarejo local, as pequenas luzes das lanternas se fazendo perceber ao longe.

E após recair um certo silêncio entre suas vozes, Huan Shui suspirou profundamente antes de quebrar aquela ausência.

— Qianbei disse que Hai Lang tinha raiva do próprio pai... Os poderes tiveram consequências ruins, imagino.

— Os poderes criados pelo feitiço tinham um efeito colateral... E eram utilizados de modo secreto, isso até o pai de Hai Lang falecer quando ele ainda era apenas um adolescente. Assim que as pessoas daquela vila perceberam algo de estranho naquele rapaz que tinha ficado sozinho no mundo... Hai Lang sofreu as piores provações ao ser escorraçado como um cão doente, as pessoas comuns acreditavam que maldições eram contagiosas.

“E elas não estavam totalmente erradas.” — Bai Wu Xiang apenas pensou e riu-se por dentro quando lembrou da Doença da Face humana causada por espíritos ressentidos.

— Essa parte, Lao Shi contou quando fui transmigrado... Por isso Hai Lang detestava as outras pessoas, desde muito jovem ele foi tratado como um objeto pelo pai e como uma coisa anormal pelos habitantes do lugarejo. Só que... Que efeito colateral o feitiço tinha?

Bai Wu Xiang também parecia estar absorvido pelas próprias lembranças, ele piscou concentrado umas três vezes e respondeu:

— O feitiço de controle da água, quanto mais usado... Reduzia a expectativa de vida, quando Hai Lang era uma criança, foi avisado pelo pai que não deveria brincar com os poderes cedidos pelo feitiço... Ou ele teria uma vida bastante curta. Por isso... Não pense que a motivação para Hai Lang ficar próximo ao Duque, foi a paixão... Assim que descobriu que Lao Shi também se interessava por alquimia e misticismo, Hai Lang queria “se curar” do feitiço que o pai tinha feito anos antes.

Huan Shui fazia o possível para ouvir aquela história sem considerar que era parte de seu passado tão distante, sua mão tornou a esbarrar na de Bai Wu Xiang e muito timidamente seus dedos convidaram os deles para se abraçarem com os seus.

Ao ouvir a história de Hai Lang, era impossível não se sentir sozinho.

— E Lao Shi? — Huan Shui perguntou baixo, assim que suas mãos se entrelaçaram durante a caminhada. — O que levou ele querer se aproximar de Hai Lang? Acho que ficou mais do que claro que Lao Shi nunca achou a cura.

— Não fique imaginando que o Duque era dado a paixões... Embora ele tivesse casos furtivos na Corte, seus sentimentos eram muito rasos para realmente se envolver e as pessoas da realeza tinham pouco a oferecer.

Acontece que em Hai Lang... Ele encontrou alguém tão único e encantador, Lao Shi sim se apaixonou antes mesmo que se desse conta.

Ao menos, com aquela conversa, Huan Shui havia se afastado um pouco dos vazios tristes que o consumia.

Aquele momento assemelhava-se a uma noite comum, em que Bai Wu Xiang não precisava procurar por mais ninguém e sua pessoa não tinha qualquer obrigação, a não ser existir pela metade, sendo como apenas parte de algo que ele não compreendia, tal como a folha desgarrada de uma castanheira senso levada pela correnteza de um rio... Para muito longe, ao desconhecido.

— E Bai Wu Xiang?...

Foi Huan Shui que lançou essa questão, de súbito.

A calamidade, por sua vez, mirou-se nele desacelerando o passo, seguindo juntos por um caminho de pedras incrustadas na areia.

Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora