Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 2

Chapter 334 Uma barganha infantil em troca de uma verdade cruel

Arco 6 Capítulo 334 Uma barganha infantil em troca de uma verdade cruel

Era um fato inédito.

Hong Jing tinha pertencido a Jun Wu na época em que era imperador, depois ele a deu para Xie Lian em sua primeira ascensão, na época da queda do Reino de Xian Le, Xie Lian deu a espada sagrada a Feng Xin para ser penhorada e tempos depois, Feng Xin na condição de deus general conseguiu recuperá-la do Reino Mortal, posteriormente deixando-a com Mu Qing.

Agora a espada sagrada era um símbolo da afetividade entre os dois.

No entanto, a parte disso, Hong Jing sempre que sinalizava o mal, além de mudar de cor, ela refletia a verdadeira face da entidade maligna.

Prevendo que precisariam utilizá-la mais uma vez, Mu Qing a retirou de sua cintura, os três ainda ocupavam as almofadas macias do Palácio Nan Yan e sem relutar, Huan Fang retirou a espada da bainha muito antiga, um pouco desgastada pelo tempo e tornou a encarar sua lâmina.

Em sua rara inocência, ele achava bonito o modo como a lâmina branca se tornava vermelha, mas Mu Qing e Feng Xin se inclinaram, seus reflexos no carmesim da espada... Mas, a verdade sinistra foi confirmada.

Não havia o reflexo de Huan Fang, era como se ele não existisse e não houvesse absolutamente nada para gerar uma imagem ou mesmo um borrão, até nuvens efêmeras refletiam num lago... Como alguém palpável como uma criança poderia ser ignorado pela lâmina?

Isso jamais tinha ocorrido, mesmo que a entidade maligna não tivesse uma face, algo deveria ser refletido!

Feng Xin pediu para ver a espada em sua mão, Hong Jing sempre esteve com ele e com Mu Qing após ser resgatada... Como ela poderia ter sido adulterada? Sua lâmina tinha sido quebrada uma vez por Hua Cheng, mas suas propriedades sagradas não tinham sido afetadas.

O general do sudeste olhou cuidadosamente a espada, deslizando o dedo na parte cega da lâmina, em sua mão ela não emitia mais a cor vermelha.

— Huan Fang... — Feng Xin recomeçou, seu tom grave. — É vital que você não esconda nada, ou não poderei ajudar. Seu pai certa vez me disse que sua base de cultivo é fraca, seu núcleo pouco desenvolvido, então embora você tenha algum conhecimento de feitiços... Não tem a capacidade de suprimir energia Yin sozinho.

Huan Fang continuou a mirar-se calado em Feng Xin, as mãos voltaram para as franjas da almofada, enquanto volta e meia seus lábios se apertavam, engolindo de volta as verdades íntimas que subiam por sua garganta.

Foi Mu Qing quem tornou a guardar Hong Jing em sua bainha, o som do metal da lâmina deslizando fez o menino olhar igualmente quieto para ele... Tinha sido Mu Qing quem o tinha impedido de se cortar com a espada, ele quem tinha ouvido mais cedo sobre suas frustrações e medos, até adormecer recostado contra o corpo dele.

— O que Feng Xin está dizendo... — Mu Qing fitou o menino, prendendo a espada na cintura. — É que há energia demoníaca em seu corpo, mas definitivamente não provém do seu espírito. O que nos leva a crer, que essa energia Yin está trancada dentro de Huan Fang. Não suprimida, mas propositalmente bem escondida.

E era de fato irônico que, se não fosse esse episódio em que Huan Fang fugiu do Palácio Nan Yang, os deuses do sul nunca saberiam da existência de algo maligno contido no corpo do menino.

O silêncio persistente de Huan Fang denotava culpa, causava desconfiança... Depois de tudo, ele ainda estava protegendo seu irmão que se tornara um demônio?

Feng Xin estava nas raias da impaciência, ele precisava entender, poderia ser através disso que os dois irmãos mantivessem o vínculo, essa energia escura era o que corrompia os pensamentos da criança.