¬ HURRICANE ¬

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Sinto o avião aterrar, e fecho os meus olhos, com a pressão exercida nos meus ouvidos. Quando a mesma alivia, os abro e agarro a pequena mala de mão, e mal temos autorização para retirar os cintos de segurança, o faço e me ergo, acompanhando Vic. Os rapazes estão mais há frente, e eu suspiro várias vezes.

- Está tudo bem? - ela me pergunta mal entramos no carro e eu simplesmente aceno.

Mas não, nada está bem. Eu e Damiano não trocamos uma única palavra desde o dia de ontem, e ele mal olha para a minha cara. A sorte é que nós chegamos já com a noite bem presente na Sérvia, e eu poderei chegar no quarto de hotel, que irei dividir com Vic para dormir. Pelo menos assim, a minha dor de cabeça irá passar e eu não irei estar a remoer merdas.

O carro para em frente ao hotel, e eu vejo os rapazes irem tratar do check in, o que me faz aproveitar para agarrar a mão de Vic e a levar até ao elevador, que nos leva até ao andar do quarto.

- Alana, que se passa?

- Não sei, eu estou com um mau pressentimento desde que o avião aterrou. As vezes só desejo voltar para Portugal.

- Devem ser coisas da sua cabeça Bestie. - eu faço um som com os lábios, vendo os rapazes chegarem. Eles dão o cartão a Vic.

- Eu posso ficar no seu quarto? - falo baixo, mas sei que ele ouviu pois o seu olhar se encontra com o meu.

- Claro que sim. - ela sorri, abrindo a porta e nós entramos. E quando digo nós, falo nós todos.

- Vamos sair? - Thomas fala e eu deixo o meu corpo cair na cama. Não por favor não.

- Anda preguiça. - Vic puxa a minha mão, e eu resmungo.

- Ela está me chamando. - aponto para a cama e todos riem, todos menos ele. Que merda, que caralho que tudo.

Ergo o corpo da cama muito contra a minha vontade e simplesmente dou um jeito ao meu cabelo, e saímos novamente do hotel.

Eu nem sei quanto tempo andamos, mas paramos novamente junto a um bar. Muito esta gente gosta de beber. Entramos no bar, e eu me jogo num dos sofás, e pego o meu celular aproveitando para ver as redes sociais quando sinto Vic se sentar do meu lado, e pousar dois copos na mesa. Sorrio para ela.

- NÃO ACREDITO.

Um berro atrai a nossa atenção, mas principalmente a minha quando vejo três mulheres, mas uma em particular, a correr e se lançar nos braços de Damiano. Os meus dedos apertam o copo com mais força, e o receio que ele se parta na minha mão aumenta.

- Sanja? - ele fala enquanto a abraça.

- Meu Deus, estás mesmo aqui? - ela passa a mão na face dele e eu só vejo Vic retirar o copo da minha mão, enquanto o meu olhar ainda está preso neles.

- Sim, a banda toda está. - ele aponta para nós, mas ela nem desvia o olhar dele. - E vocês como estão?

- Ótimas, e eu principalmente agora que te vi.

Reviro meus olhos e fingo uma tosse o que atrai o olhar dela, que mal encara o meu, forma em seus lábios um sorriso sarcástico, igual ao que eu correspondo. Pego novamente o copo, e o levo aos meus lábios, mesmo não tirando os olhos deles, que estão numa conversa amena, entre sorrisos e mãos nos braços.

- Mas me diz, é verdade que acabaste com a Gio?

- Sim é verdade. - Damiano fala depois de beber um pouco.

- Então, solteiro? - ela se aproxima mais dele e eu fecho o meu punho com força.

- Completamente solteiro.

Fecho os meus olhos, e deixo o copo cair com força na mesa, e Vic agarra o meu braço.

- Eu vou no banheiro. - falo para ela, e me levanto do sofá, e quando passo até ao banheiro, faço total questão de tocar com o meu braço nas costas dela, que me olha.

Caminho para o banheiro, abro a porta e respiro fundo, enquanto me olho no espelho. A pior coisa que eu odeio é sentir ciúmes, principalmente do que, pelos vistos não é meu.

Quando estou prestes a sair, a porta se abre e ela entra. Eu suspiro, tentando sair mas a sua mão agarra o meu cotovelo me fazendo a encarar.

- Pode me soltar? - falo tentando tirar o braço.

- Você claramente não é boa para ele. - Eu solto um riso, e ela aperta mais o meu braço.

- E quem o diz? Você? - rio mais alto.

- Eu e todos que vejam quando vocês estão juntos. Você é bleh. - ela faz um gesto com a boca. - Já a Gio, era um mulherão, alguém capaz de o fazer feliz e de o fazer sentir homem. Ela é e sempre será milhões de vezes melhor que você.

Sinto as lágrimas a querem escapar, e um sorriso nasce nos lábios dela, quando ela solta o meu braço e vira costas saindo do banheiro. Eu tento controlar os meus soluços, pois apesar de não admitir, eu sei que o que ela falou é a verdade. Saio do banheiro, e me aproximo de Vic.

- Eu vou voltar para o hotel. - falo baixo, entre o choro que já se faz presente.

- Alana, Bestie. - ela fala mal eu viro costas e saio do espaço, e caminho até ao hotel. Eu me sinto morrer e se isso acontecesse, eu não me importaria.

¬ EUROVISION ¬ Damiano David ¬CONCLUÍDA ¬Onde histórias criam vida. Descubra agora