¬ WHO? ¬

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Ele me olha e eu engulo em seco.

- Eu não vou ficar Damiano.

- Como? - ele fala olhando mais fixamente para mim. - Isto é alguma brincadeira não é? Tu realmente estás a brincar comigo.

Eu abano a cabeça. - Não, eu não estou a brincar. Eu realmente não vou ficar em Itália depois da Eurovision.

O ouço respirar fundo, tão fundo que parece que o ar da sala vai parar aos seus pulmões.

- Estás a ser egoísta. - ele dispara.

- Egoísta? Eu estou a ser egoísta Damiano? Tu que não quiseste saber da tua filha mas eu que sou egoísta?

O vejo me encarar ainda mais, com os olhos brilhantes por conta das lágrimas e ele vira as costas para mim, e apoia as mãos na bancada que há pouco tempo era ocupada pelo meu corpo. O olho, e o meu corpo da um pequeno salto quando o barulho de tudo o que estava em cima da bancada é jogado no chão, pelas suas mãos.

- Era este o teu plano? - ele começa a elevar a voz. - DAR ME ESPERANÇAS, e fazer me aproximar da nossa filha, SIM NOSSA FILHA, PARA DEPOIS IRES EMBORA SEM AVISARES?

- Não, essa nunca foi a minha intenção. Eu nunca quis te castigar, tudo aconteceu naturalmente, mas eu nunca pensei no depois da Eurovision.

O ouço rir sem qualquer sentimento.

- És uma completa desilusão para mim. - ele atira e desta vez quem ri sou eu. - Além de desilusão, és o maior erro da minha vida e não entendo como posso amar alguém tão cruel que nem tu.

- Achavas que eu ia largar os Blind? - falo rindo. - Que eu ia largar os meus amigos, o lugar onde eu e Angel nos sentimos bem. Se achavas isso, estás completamente enganado. - volto a rir mas de raiva. - Sabes, tu realmente não és um bom pai, nem o pai que ela merece, pois embalar e dar beijos na testa algumas vezes, não faz de ti pai de ninguém. Realmente, eu as vezes preferia que o pai dela fosse outro.

O vejo vir na minha direção, de olhos completamente vazios e ele aponta o dedo para mim enquanto abana a cabeça a dizer que não.

- Já tu és uma péssima mãe, que prefere andar a divertir-se do que estar com a própria filha.

Ergo a mão e a choco com a sua cara, e ele coloca a cara de lado, e leva a mão ao local do tapa.

- Custa não custa? - ele me olha novamente, ainda com a mão no rosto. - Custa ouvir dizer que não és boa para algo.

Baixo o corpo, ergo um pouco da calça e arranco a pulseira do meu tornozelo, e a jogo na sua cara e ele respira novamente fundo.

- Eu achei que desta vez ia ser diferente. - falo entre dentes. - Mas mais uma vez, enganei me.

- Pois, eu também pensei. - ele me olha. - Mas tu nunca estiveste disposta a ficar.

Lhe viro costas, abro a porta e saio, batendo a porta com força. Caminho até aos rapazes, me colocando perto deles.

- Estás bem? - Niko me pergunta.

- Eu disse ao Damiano que não vou ficar. - falo rapidamente.

- Queres ir embora?

- Por favor.

Ele fala com os rapazes e em alguns segundos nós estamos de volta ao carro.

Mal chego no hotel, caminho até ao quarto das gémeas, para ir buscar a minha filha, e bato na porta. Doriana abre a porta, e eu entro mas não vejo Angel em lado nenhum.

¬ EUROVISION ¬ Damiano David ¬CONCLUÍDA ¬Onde histórias criam vida. Descubra agora