¬ ENSAIO ¬

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¬ OBRIGADO A QUEM ESTÁ A LER ESTES DESVANEIOS ¬

Aperto ainda mais o roupão contra o meu corpo, mas sinto as minhas mãos tremerem. Por que? Isso eu não sei.

- Você poderia por favor, baixar o volume da música? - tento falar um pouco baixo, apesar do som ecoar pelo corredor e abafar a minha voz. Ele me olha de cima para baixo, e eu sinto o meu coração acelerar mais.

- Acordei você? - o sotaque misturado com o inglês me faz tentar perceber melhor.

- Não, até parece. - falo de forma sarcástica mostrando um sorriso de lado. - Até parece que eu nem tenho que acordar cedo amanhã.

Ele abre um sorriso também e passa a mão no cabelo, e eu viro o meu corpo, e volto a andar para o meu quarto. Entro e fecho em seguida a porta e retiro o roupão do meu corpo, deixando só a roupa interior, e volto a me jogar na cama. Puxo as cobertas e fecho os meus olhos, desejando dormir tranquilamente.

Quando desperto, é somente por que alguém decidiu estar a bater na porta do quarto. Coloco as cobertas para trás na força do ódio e pego o roupão, o colocando sobre o meu corpo.

- Ainda é cedo não? - falo para Helena que está parada na frente da porta.

- E você por acaso queria dormir a manhã toda? - ela fala mas os meus olhos somente captam a pessoa que passa no corredor, e que desvia o seu olhar para mim e sorri.

- Diz? - falo quando o deixo de ver.

- Vamos tomar o pequeno almoço Alana. - ela entra no quarto e eu fecho a porta. - Hoje é dia de ensaios e você tem que estar pronta.

- Hoje não começava a semi final? - arqueio a sobrancelha.

- Deveria de ser mas não. A organização preferiu colocar dois dias de ensaios, e depois dois de folga seguidos dos dois dias de semifinais. Você só actuará no segundo dia.

Eu aceno com a cabeça e me encaminho para o banheiro, onde volto a despir o roupão e a roupa interior e me jogo dentro do box.

- Vamos? - falo já pronta, enquanto ajeito o cabelo e a camisa branca.

Helena se levanta da cama e nós saímos do quarto, indo até ao elevador.

Quando chegamos ao hall do hotel, o mesmo não está tão cheio, mas o barulho da zona da restauração é imenso. Entramos, e eu olho as mesas com a comida. Helena toca o meu ombro, e aponta para o celular na sua mão, e eu aceno. Me dirijo até à mesa, e pego um prato, começando a olhar as comidas, e ando mais uns passos para o lado, quando o meu corpo choca de lado com outro.

- Me desculpe. - ergo o olhar e encaro os dele.

- Sem nenhum problema. - eu não consigo ver o seu sorriso por causa da máscara, mas a maneira com os seus olhos se mexem, indica isso e eu faço o mesmo. - Quero aproveitar para pedir desculpa pelo barulho de ontem.

- Tudo bem. - vejo ele esticar a sua mão e eu aperto.

- Damiano David. - ele aperta os meus dedos.

- Alana Mendes. - eu retribuo o aperto na sua mão, e sinto o metal dos seus anéis na minha pele.- O seu sotaque.

- Italiano. - eu aceno. - Você é portuguesa, não é?

- Sim, isso mesmo.

As nossas mãos continuam juntas, até que uma moça loira se aproxima de nós.

- Damiano. - ela se coloca do lado dele, e eu retiro a minha mão da dele.

- Victoria, queria apresentar a Alana. Ela é a representante de Portugal.

¬ EUROVISION ¬ Damiano David ¬CONCLUÍDA ¬Onde histórias criam vida. Descubra agora