¬ FINLAND PART 2¬

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- Belíssima. - sinto as mãos de Damiano me abanarem. - O seu celular está a tocar.

- Quem quer me acordar a esta hora? - resmungo baixo e mexo a minha mão, o encontrando na cama e deslizo o dedo na tela ainda de olhos fechado. - Sim? - falo com a voz ensonada.

- Alana? Acordei te?

- Niko? - falo um pouco mais alto e sinto um movimento na cama e quando olho para o lado, Damiano já está de pé, indo até ao banheiro e bate a porta com força. - Sim, mas não faz mal. Mas diz, por que me ligas a esta hora?

- Então. - noto o tom de nervosimo na voz dele. - Eu ontem depois de saíres do bar, ouvi a entrevista do Damiano. Vocês têm algo?

Suspiro alto, e viro o meu corpo encarando o teto do quarto de hotel. Eu nem sei o que nós temos, se posso chamar isto de alguma coisa, mas enfim. Eu realmente nem sei.

- Não. - falo rapidamente e bato na minha cabeça. Fui explícita demais mas também não menti. Eu e ele não temos nada assumido. - Por que razão?

- Então, eu queria saber se você quer sair comigo hoje, eu posso levar você a alguns sítios aqui. - mordo o lábio e desvio o olhar para a porta do banheiro que ainda continua fechada. - Ainda por cima, eu sei que eles irão dar algumas entrevistas, por isso, achei uma boa ideia.

- Claro, a que horas?

- Ah OK. - ele fala de uma forma mais expressiva e eu solto um riso. - Daqui a duas horas eu estou no hotel. É o do centro da cidade não é?

- Sim, esse mesmo. Então, em duas horas eu lhe encontro. Beijo Niko.

- Beijo Alana. - desligo a chamada e continuo a encarar a porta fechada. Desvio o olhar para o celular vendo as horas, e o deixo na cama, voltando a puxar as cobertas para cima. A porta finalmente se abre e eu o vejo completamente vestido.

- Vais sair? - falo quando ele se senta na ponta da cama para se calçar, e o silêncio corta o ambiente. - Damiano, eu estou a falar contigo. - agarro a sua mão mas ele a retira de forma bruta.

- Vou, vou sim. Assim como você pode ir sair com o seu amigo. Eu vim aqui a trabalho, não para andar em curtes. - ele fala quase como se cuspisse as palavras e eu sinto um aperto no peito. Então é isso que ele pensa de mim?

- Vai Damiano, pode ir. Como você disse, eu vou sair com o meu amigo, com alguém que não está constantemente a brincar comigo, com uma pessoa que realmente quer a minha companhia. - jogo as cobertas para trás e me levanto da cama, indo até ao banheiro. - Por isso, vá, saia daqui.

Fecho a porta com toda a força possível, e tapo a minha boca para que o grito que eu solto não se ouça no hotel inteiro. Quando sinto o meu corpo se acalmar mais, abro a água, e dispo a roupa do meu corpo, e entro dentro do box. Lavo o meu cabelo, de seguida o meu corpo e deixo que a água leve a espuma. Respiro fundo a cada vez que as minhas mãos passam pelo meu corpo, e a cada vez que me lembro das suas últimas palavras. Quem realmente ele pensa que é? Ele não é meu namorado, ele não manda um caralho em mim. Desligo a água, e pego a toalha mais próxima de mim, a enrolando no meu corpo, sentindo o meu cabelo pingar nos meus ombros. Escovo os meus dentes e mal abro a porta, encaro o quarto vazio. Eu realmente esperava que ele tivesse ficado.

Abro a mala e retiro um vestido preto, justo no corpo e visto umas meias de rede, depois da roupa interior. Coloco o vestido mal acabo de secar o corpo, e seco o cabelo, deixando ele solto. Penteio, e passo uma maquiagem suave. Pego um casaco da mala, e o deixo no meu braço, não vá precisar. Calço os sapatos com um pouco de salto.

Saio do quarto, e carrego no botão do elevador, vendo as portas se abrirem e entro. Mal chego no hall, os meus saltos fazem barulho no chão, e todos olham para mim. Vic me olha e a sua boca se abre de espanto.

- Mulher, qualquer dia sou eu que roubo você. - ela fala me abraçando e eu solto um riso. - Vamos tomar o pequeno almoço?

Olho as horas e vejo que ainda tenho tempo, e a acompanho até ao local da restauração do hotel, e mal nós passamos as portas, vejo que os rapazes olham para mim. Coloco alguma comida no prato, e me encaminho para a mesa, me sentando ao lado de Vic e de frente para Damiano que nem olha na minha cara.

- Você vai sair? - Thomas me pergunta e eu o encaro.

- Sim, vou conhecer a cidade. - decido não referir que vou acompanhada.

- Nós depois das entrevistas vamos almoçar num restaurante da cidade. - Ethan fala e eu aceno. Mal o pequeno almoço termina, e todos se levantam, eu agarro a mão de Damiano.

- Me liga quando forem almoçar? - ele retira a sua mão da minha, e acompanha eles sem me dizer uma palavra. Eu deixo um longo suspiro sair dos meus lábios, e caminho para o lado de fora do hotel, para esperar por Niko.

Na hora marcada, o vejo junto a mim, e ele me abraça e eu faço o mesmo.

- Então, qual o roteiro da visita?

Digo entre risos, enquanto caminhamos. Alguns metros mais há frente, o vejo apontar e ergo os meus olhos, e a minha boca se abre.

- É a Catedral de Helsínquia. - Niko fala e eu olho cada pedaço do imponetente edifício. Retiro o celular da bolsa, e tiro algumas fotos, passando depois para umas selfies com ele. As posto nas redes sociais.

O tempo passa e depois da Catedral, Niko me leva até à praça do senado, que é logo junto à catedral e que me lembra muito uma praça emblemática de Lisboa. Mais umas quantas fotos, entre risos de nós dois. Olho as horas, mas o que eu realmente quero é que o toque se faça escutar e que seja ele a ligar.

Quando estamos no Esplanadi Park, o meu celular toca e eu vejo o nome de Vic.

- Oi Bestie. - falo mal atendo.

- Onde você está? Nós já estamos quase a terminar de almoçar.

- Eu fiquei há espera do telefonema do Damiano, mas ele não ligou.

¬ POV VICTORIA ¬

- A sério? - desvio o olhar para Damiano que está do meu lado. - Nós já falamos.

Desligo a chamada e a primeira coisa que faço é socar o braço dele.

- Para que foi isso? - ele fala meio assustado pois o apanhei de surpresa.

- Pelo simples fato de não teres ligado para a Alana a chamando para almoçar.

- Ela está demasiado ocupada com o Niko. - ele fala o nome dele com completo desdém.

- Ai Damiano. - coloco o celular na mesa. - Ou começas a perceber as coisas, ou qualquer dia, até ela te escapa pelos dedos.

¬ POV ALANA MENDES ¬

Quando a noite já está quase a cair, Niko me deixa junto ao hotel. O olho, agarrando a sua mão.

- Adorei o dia Niko, de verdade. - o puxo para mim e o abraço com força.

- Eu que adorei a tua companhia. - os seus lábios deixam um beijo longo na minha bochecha e eu faço o mesmo, soltando o seu corpo e a sua mão, e entrando no hotel. Caminho até ao elevador, e quando entro, retiro os sapatos.

Passo até ao quarto, sentindo o tapete debaixo dos meus pés, e coloco o cartão junto à porta a ouvindo abrir, e mal a empurro, Damiano está sentado na cama.

Entro e fecho a porta, deixando os sapatos junto à parede.

- Então, como foi a sua companhia? - ele alfineta.

- Perfeita Damiano, melhor impossível. - respondo no mesmo tom, apesar de eu não querer discutir.

- Que bom. - ele se levanta. - Amanhã partimos para a Sérvia. - são as suas últimas palavras antes de sair do quarto fechando à porta com toda a força.

¬ EUROVISION ¬ Damiano David ¬CONCLUÍDA ¬Onde histórias criam vida. Descubra agora