Acordo com umas cólicas horríveis no meu ventre, e me ergo da cama e quando viro a minha cabeça, reparo na mancha de sangue nos lençóis, e eu sei bem o que está a acontecer. Começo a tremer e em pânico, e agarro o celular e faço a chamada.
- Alana? - a voz dele é o gatilho que me faltava para que o choro comece, e eu soluço quase sem conseguir falar.
- Damiano, por favor.
- Alana, o que se passa? - a voz dele denúncia o pânico.
- Vem aqui por favor. Rápido. - falo entre vários soluços.
- Eu vou já.
Desligo a chamada e me enrolo sobre o meu corpo, pois as dores continuam, e eu sinto como se o meu útero fosse ser arrancado. Ouço batidas na porta, e com muito esforço eu consigo a abrir. O vejo, e ele me agarra nos braços, olhando para as minhas calças e depois para a cama, e os seus olhos se abrem mais e ele muda as feições, e me abraça forte. Eu choro junto ao seu peito, sentindo ele abraçar as minhas costas.
- Vai ficar tudo bem belíssima. Vamos no hospital.
Eu aceno, e ele inclina a minha face, passando os seus polegares na minha cara secando as minhas lágrimas.
- Eu vou deixar Angel com Vic e Leo.
Eu volto a acenar e ele beija a minha testa, saindo e eu pego na minha bolsa e no celular, sentindo as lágrimas descerem novamente. Mal ele volta, nós descemos até ao hall e apanhamos um táxi indo até ao hospital mais próximo do hotel. Eu agarro o corpo de Damiano, chorando ainda mais.
Mal passamos as urgências, depois de Damiano explicar, pois a minha voz está completamente sumida, eu sou colocada numa maca e levada para fazer exames. Olho o teto, quando é feita uma ecografia, no consultório do médico de serviço, e sinto Damiano apertar a minha mão.
- É, pelo que foi nos dito, pelo seu estado. - o médico fala e eu sinto o coração acelerar. - Você sofreu um aborto espontâneo.
Um grito de dor sai dos meus lábios, e eu só sinto além da dor que me corroi, os lábios de Damiano na minha testa. Ouço o médico sair, e o choro aumenta e Damiano me abraça.
- Não foi sua culpa belíssima. - ele sussurra baixo, mas eu quase não escuto por conta do choro.
- Eu sou uma inútil Damiano, eu não faço nada bem, nem este bebé eu consegui manter. - os soluços se misturam com a minha voz.
- Shh, a culpa não é sua. - ele me faz o encarar e eu choro ainda mais.
- Eu preciso. - soluço. - Eu preciso de contar para o Michele.
Damiano acena e passa a bolsa para mim e eu continuo em lágrimas, e pego o celular de dentro da mesma, e ligo em vídeo chamada. Mal ele atende, eu baixo a face, chorando ainda mais.
- O que aconteceu? - Michele fala e eu soluço mais alto. - Alana, me fala.
- Eu perdi o nosso filho. - meio que sai um lamento agudo dos meus lábios, e eu sinto cada pedaço de mim morrer. - Me desculpa Michele.
- Desculpa do que? - noto e vejo que a sua face mudou para choro.
- Você fez este bebé com tanto amor, e eu o perdi. - mais soluços altos saem. - Eu sou uma inútil Michele, eu realmente sou.
- Para com isso, não teve culpa de nada, para Alana.
- Eu sou inútil, eu sou. - choro mais ainda.
¬ POV DAMIANO ¬
Toda aquela situação está a me deixar nervoso, triste e em pânico, pois o estado dela é um simples rastilho para que ela deixe que a sua saúde mental morra de novo. Puxo o celular da sua mão, e saio da sala.
VOCÊ ESTÁ LENDO
¬ EUROVISION ¬ Damiano David ¬CONCLUÍDA ¬
FanfictionEurovisao 2021, o meu grande palco finalmente. O tanto que eu lutei, não tem como ser descrito em palavras mas sim no palco. O real problema, acontece fora do palco, mais precisamente, no meu coração. ¬AVISOS : HOT, BEBIDAS!! ¬