Capítulo 3.

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Natalie...

- Eu não acredito que ele propôs isso a você, assim do nada. – Violet me olhou incrédula com a faca que tinha na mão parada no ar.

Ela está me ajudando a fazer brownie para levar ao St. Mungus mais tarde, esse é o orfanato que Iam sempre vai, hoje é domingo e nós vamos com ele até lá, algumas vezes já o acompanhei, é lindo ver os rostinhos felizes com a nossa atenção, mas muito triste saber que tem tanta criança em abrigos como esse, sem ter um lar ou uma família amorosa.

- Pode acreditar. – Falei sorrindo.

- E você deu essa resposta? – Confirmei com a cabeça. – Meu Deus. – Ela gargalhou. – Inacreditável, meu Deus. – Repetiu balançando a cabeça ainda rindo.

- Ele ainda disse que eu estava perdendo a oportunidade. – Comentei e ela voltou a rir.

- O Ego do homem hetero é incrível. – Falou terminando de cortar o chocolate.

- É cada doido nesse mundo que só Deus na causa. – Falei concordando com ela. – Pode começar a embalar esses. – Coloque perto dela uma travessa cheia de brownies cortados e frios que eu fiz desde ontem e um plástico filme biodegradável.

- Eu que o diga. – Ela comentou começando a embalar os doces enquanto eu preparava mais massa. – Outro dia eu estava conversando com um cara que conheci na faculdade, as coisas começaram a esquentar e ele me mandou essa. – Fez uma pausa antes de falar. – "Seu cu é escuro? Porque eu tenho fetiche em cu escuro, gosto de lamber o buraquinho escuro". – A colher até caiu da minha mão.

- Você está de brincadeira né? – A olhei incrédula.

- Estou não. – Pegou o celular que estava sobre a bancada e me mostrou um print. – Eu até pintei pra posteridade.

- Esse é doido, isso lá é conversa pra se ter com uma pessoa que você está tentando conquistar? – Falei incrédula.

- Se ele tentando seduzir é assim, eu não quero imaginar como é ele tentando afugentar alguém. – Ela disse com uma careta que me fez rir de novo.

- Capaz de chamar mais atenção do que assim. – Comentei. – O que você respondeu a ele? – Perguntei com curiosidade, afinal de contas o print não mostrava.

- Eu visualizei e bloqueei o cidadão, Deus me livre. – Fez o sinal da cruz deixando o celular de lado. – E estou evitando o bloco que ele estuda na Universidade.

- Muito melhor, eu hem, loucura. – Terminei a massa e a dividi em 3 formas retangulares levando duas ao forno de uma vez. – Acho que agora está bom.

- Você acha? – Ela olhou para a bancada. – Tem brownie para alimentar um batalhão.

- Assim também é exagero. – Reclamei, mas não posso negar que fiz bastante. – Quero que todos possam comer e repetir. – Dei de ombros.

- Pode apostar que vão.

Guardei os ingredientes que sobraram, coloquei os utensílios sujos na lava louça, limpei a bancada, lavei as mãos e fui ajudar a Violet que ainda embalagem brownies.

- O que você vai fazer pra gente almoçar? – Perguntou na maior cara de pau.

- Eu? – Me fiz de besta.

- Claro que é você. – Me olhou com carinha de cachorro que caiu da mudança. – Não aguento mais fast food e miojo. – Falou puxando o lábio inferior. – Sou um bebê e preciso ser alimentada. – Piscou os olhos parecendo o gato  de  botas.

- Você devia criar vergonha na cara e aprender a cozinhar alguma coisa. – Falei sorrindo ao ver sua careta.

Sei que ela detesta cozinhar e come qualquer coisa pra não precisar fazer comida, além de ser um perigo na cozinha e odiar cozinhar, ela tem muita preguiça, depois que Tulipa se mudou come aqui no meu apartamento, compra comida ou faz miojo.

Marcados pelo Acaso - Meu Clichê (Livro 4) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora