Capítulo 55.

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Natalie se sentia triste e sombria naquela noite, seu peito estava apertado e ela não conseguia parar de pensar na conversa que teve com Iam, nunca imaginou declarar seus sentimentos de tal forma, tudo o que ela queria era chegar logo no seu ateliê e se trancar em sua sala e esquecer do mundo do lado de fora. "Talvez fosse mais fácil se eu me apaixonasse pelo Gary." Ela não parava de pensar que antes de sair de casa teve vontade de não ir.

Martin o taxista estava ansioso por chegar em casa e ver como seu filho está, ele só tem 4 anos e passou o dia com febre, quando a mulher entrou em seu carro ele se virou para dizer lhe que não estava mais pegando corrida, mas o rosto banhado em lágrimas dela o fez querer ajudá-la, de toda forma ele ia precisar atravessar o Tâmisa para chegar em casa, então não custava nada leva-la consigo. Os manifestante estavam na maioria das pontes, mas ele se lembrou que a polícia estava indo esvaziar a ponte de Southwark mais cedo.

- Essa deve ser uma boa opção. - Murmurou sozinho se colocando naquela direção.

Pouco tempo depois estava se juntando a fila de carro que atravessava a ponte, quando estavam perto de concluir a travessia os carros pararam de repente e um burburinho se formou.

- Mas que merda é essa? - Se esticou para ver o que acontecia.

Um grupo de manifestantes estava em confronto com a polícia mais a frente, jogando coisas nos policiais incluindo coquetel molotov. Estava uma confusão absurda a frente, Martin olhou rapidamente pelo retrovisor para trás na intenção de dar a volta, mas não tinha saída, estavam presos ali, a confusão a frente e vários outros carros parados as costas.

- O que está acontecendo? - Do banco de trás Natalie perguntou tentando ver alguma coisa.

- Tem muitos desses manifestantes desgraçados a frente. - O motorista se virou para falar com ela. - Parece que e....

Antes que ele pudesse concluir sua fala uma grande explosão se fez ouvir, alguns dos coquetéis molotov atingiram um caminhão carregado de combustível, a vedação estava com defeito e o fogo acabou entrando em contato com o líquido inflamável, isso causou a explosão do tanque, os carros próximos foram destruídos juntos com o tanque, alguns arremessados para longe, a destruição foi imensa, alguns carros caíram uns sobre os outros, estava uma confusão absurda.

O carro onde Natalie estava também foi atingido mesmo estando vem para trás, um carro em chamas foi arremessado sobre ele, a parte da frente do carro ficou destruída quando o outro se chocou contra ele amassando o capô e esmagando o banco do passageiro completamente e prendendo o motorista, Natalie gritou com o impacto e se desesperou ao ver os fogo se alastrando pelo interior do veículo, passando de um carro a outro. Ele se alastrou rapidamente consumindo o motorista que já estava inconsciente a essa altura.

Ela tentou desesperadamente abrir a porta ao seu lado para sair dali, o calor dentro do espaço apertado estava cada vez mais forte e o ar espesso com a fumaça que a deixava cega. Natalie tossia ao inalar cada vez mais calor e fumaça, sentia sua garganta queimar como se o próprio fogo estivesse entrando por ela indo para seus pulmões. Sentia sua cabeça pesada e seu corpo mais lento, forçou a porta novamente, mas ela não se moveu.

O fogo a alcançou queimando rapidamente roupas e pele na altura de suas pernas em uma dor agonizante enquanto ela tentava abri a outra porta, desesperada para sair da caixa de cremação que havia se tornado o carro. Gritava de dor fazendo mais fumaça entrar em seus pulmões a deixando tonta, naquele momento ela tinha certeza que morreria queimada ali dentro.

Conseguiu sair do carro ainda em chamas e se jogou chão na tentava de apagar o fogo de seu corpo, o tecido grudava em sua perna e abdômen, a dor era tão forte que ela não conseguiu mais ficar acordada, desmaiou gritando de dor ao sentir algo a atingir.

Marcados pelo Acaso - Meu Clichê (Livro 4) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora