Capítulo 76.

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Iam...

No último mês nós voltamos 5 vezes no St. Mungus para ver os irmãos, eles ainda não interagem bem com os outros quando não estamos lá, mas já estão bem melhores do que quando os conhecemos, nós criamos uma conexão incrível do tipo que é difícil deixá-los para trás toda vez, da uma dor no coração ver aqueles olhinho tristes e ouvir a pergunta "vocês voltam para nos ver?"

Tenho pensado em adoção, eu sei que a nossa vida ainda não está acertada, estamos juntos apenas a 4 meses, mas as vezes as coisas acontecem de repente, quando menos esperamos tudo pode mudar. A vida simplesmente acontece e ela aconteceu comigo de maneira avassaladora colocando dois órfãos que encheram meu coração de amor. Ouço batidas na porta.

- Entre. - Samantha passa pela porta da sala com seu terninho comportado e alguns papéis na mão junto do tablet.

- Senhor preciso de sua assinatura. - Me entregou os papéis. - São os contratos da última campanha.

- Deixa eu ver. - Passei os olhos pelo papel enquanto ela se sentava a frente da mesa para me esperar.

Depois de ler vendo que tudo está do jeito que eu solicitei e como foi acordado peguei uma caneta que fica dentro do suporte cônico de ferro preto que eu tenho sobre a minha mesa e assinei no local indicado, passando as folhas de volta a ela em seguida.

- Senhor sobre a reunião com esse cliente. - Ela falou. - Eu já deixei a sala organizada já que falta apenas 20 minutos para iniciar, precisa de mais alguma coisa?

- Não, obrigada por deixar tudo organizado.

- É o meu trabalho senhor. - E dizendo isso se levantou e se virou para a porta.

- Samantha. - Ela me encarou por sobre o ombro antes de se virar me olhando. - A Ravena - Fiz uma pausa não sabendo direito como perguntar. - Como você soube que ela é sua filha? Digo, quando vocês criaram esse laço?

Eu já vi ela chamando a garotinha de filha e a menina a chamando de mãe, sei que a situação das duas é diferente da minha, mas, ainda assim eu preciso saber como ela se sente para entender como eu me sinto.

- Para ser sincera eu não sei. - Respondeu depois de um tempo. - No início eu só queria salvar a minha sobrinha que estava sozinha na vida. - Ela passou uma mão pelos cabelos. - Ela não tinha ninguém, só tinha a mim, quando eu percebi ela não era mais apenas a minha sobrinha que eu estava cuidando, era o centro da minha vida, a minha filha.

- Isso demorou para acontecer? - Ela me olhou confusa com tantas perguntas pessoais que eu lhe direcionava, mas não questionou.

- Não, eu não sei lhe dizer precisamente o tempo, mas eu sei que quando eu menos esperava os sentimentos tinham mudado. - Ela sorriu. - Eu seria capaz de qualquer coisa por ela.

- É muito bonito o que você faz por ela. - Falei.

- Obrigada senhor, eu só fiz o que era certo e o que o meu coração mandou. - Ela disse me olhando nos olhos.

- Obrigada por responder as minhas perguntas, mesmo elas não sendo da minha conta. - Falei sorrindo.

- Por nada, sei que teve seus motivos. - Ela disse.

- Sim, eu tive, conheci dois irmãos no orfanato que mexeram comigo, como nenhuma criança antes. - Eu falei achando que ela merecia uma explicação para minhas perguntas.

- Isso é muito bom, se o senhor está pensando em adotar, eles são crianças de sorte, é um bom homem e eu já vi sua interação com crianças, é ótimo com elas. - Disse isso e saiu.

Marcados pelo Acaso - Meu Clichê (Livro 4) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora