Capítulo 6.

1K 155 29
                                    



Iam...

Estranhei um pouco quando Natalie me mandou mensagem falando que tinha uma coisa pra me pedir, até me ofereceu um jantar, me deixou preocupado com a gravidade das coisas. Não que ela seja avessa a cozinhar, mas não saia oferecendo jantares por querer conversar com alguém era muito mais prática que isso, logo a curiosidade está me corroendo. Sem demora parei o carro em frente ao seu prédio e desci caminhando para dentro dele, o porteiro me cumprimentou como se eu fosse um morador de tanto que ele me vê por aqui.

Vou direto para a porta do seu apartamento e bato, ela demora apenas alguns segundos para abrir a porta, vestindo um short jeans curto e uma blusa azul com um unicórnio desenhado, os cabelos soltos em uma cascata ondulada e os expressivos olhos azuis parecendo ansiosos.

- Entre. – Da um passo para o lado me permitindo entrar no apartamento que era quase tão familiar quanto o meu. – Boa noite.

- Boa noite. – Lhe entreguei a garrafa de moscatel que trazia, sei que ela adora. – Seu preferido. – Ela olhou na sacola.

- Obrigada. – Sorriu caminhando até a cozinha. – Vou colocar no gelo.

A segui pelo apartamento com paredes claras, a única cor aparente é o azul turquesa do sofá e das poltronas ao lado. Assim que me aproximo do sofá sinto o cheiro maravilhoso de torta de maçã, minha sobremesa preferida.

- Isso é torta de maçã? – Perguntei olhando para a torta sobre o balcão.

- É sim. – Sorriu pra mim antes de pegar um balde de gelo o abastecendo antes de acomodar a garrafa. – Sua preferida, fiz especialmente para você. – Levei as mãos na pia da cozinha vendo ela se movimentar pela pequena cozinha.

- Me sinto honrado. – Eu amo torta de maçã, é uma das poucas lembranças que eu tenho da minha mãe, ela fazia uma torta maravilhosa e a da Natalie me lembra muito a que ela fazia, mesmo quando usa massa pronta, tem um gostinho caseiro. – Sabe como é especial pra mim.

- Eu sei. – Seu sorriso se expandiu. – Estou usando seu emocional para lhe subornar? – Se aproximou. – Talvez um pouco. – Não pude deixar de sorrir. – E seu estômago também. – Falou me entregando o balde com o vinho e me indicando a sala. – Para o prato principal eu fiz salmão com crosta de erva.

- Certo, a coisa deve ser seria. – A mesa já estava posta com dois pratos de um azul claro com nuvens como se fosse o céu. – Você está me agradando muito. – Coloquei o balde sobre a mesa.

- Tudo para o meu amigo. – Se sentou e esperou que eu me sentasse para me servir. – No menu de hoje temos salada caprese para a entrada. – Ela adora essa salada e realmente é muito boa, simples e muito saborosa.

- Sua preferida. – Falei pegando os talheres. – Obrigada.

- Eu tinha que me agradar também não é? – Me olhou com uma sobrancelha arqueada.

- Claro que sim. – Concordei servindo vinho para nós dois. – Então, o corpo que eu preciso lhe ajudar a esconder está no seu carro?

- Iam! – Exclamou me olhando de olhos arregalados. – Que maldade.

- Ora pela seriedade que você me passou só pude pensar em algo assim. – Parei de falar a encarando. – Você está bem, certo? – Não me perdoaria se estivesse brincando e ela estivesse realmente em apuros.

- Estou sim. – Me garantiu e eu vi verdade em seus olhos. – Só preciso da sua ajuda com uma coisa. – Levou uma porção de salada até a boca.

Marcados pelo Acaso - Meu Clichê (Livro 4) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora