Natalie...
Dor, foi a primeira sensação que eu tive quando acordei, ela é a certeza de que eu estou viva, meu peito e minha garganta doem muito, minhas pernas também doem muito, mas não tanto quando a garganta, tinha dores em outras partes do meu corpo também. Tentei abrir os olhos, mas não tinha forças para isso, o máximo que eu consegui foi entreabrir o suficiente para que a luz forte os ferisse. Tentei me lembrar da última coisa que aconteceu comigo, mas eu preferia não ter feito.
Quando o caminhão tanque explodiu o pânico tomou conta de mim, um carro atingiu a parte da frente do táxi amassando o taxista, o fogo começou a se alastrar pelo interior do veículo, doía para respirar de tão quente que estava, eu estava sufocando com a fumaça e o calor quando o fogo me atingiu, eu senti a minha pele queimando, derretendo, senti o tecido do meu vestido grudar na minha carne. Tenho certeza que quando eu saí do carro parecia uma cena de filme onde tem um incêndio e corpo em chamas passa correndo, me joguei no chão por não aguentar mais a dor e tentando apagar, lembro que antes de desmaiar eu pensei que era melhor morrer do que continuar sentindo aquilo dor. Eu nunca imaginei que pudesse existir tanta dor, que o corpo humano pudesse aguentar tanto. Antes de conseguir abrir os olhos voltei a inconsciência.
Finalmente eu acordei novamente, não sei quanto tempo faz desde a última vez que acordei, tentei mover meu corpo, mas eu me sentia pesada, a dor estava menos intensa dessa vez e eu conseguia respirar com maior facilidade, pisquei os olhos pronta para a dor quando a luz forte e branca entrasse em contato com eles, mas a luz não estava tão forte quanto da outra vez, o quarto parecia mergulhado em uma penumbra reconfortante. A primeira coisa que eu vi foi o teto branco, o bip constante e o cheiro deixaram claro que eu estava em um hospital, é meio óbvio que depois do que eu passei estaria em um, caso contrário estaria em um necrotério e aí não ia acordar. Olhei para baixo ao longo do meu corpo e vi minha mãe dormindo sentada em uma cadeira debruçada sobre minha maca sua mão tocando minha perna, Iam dormia do mesmo jeito do outro lado da cama, ele segurava a minha mão e aquilo me tocou o coração, ele deve estar se sentindo culpado pelo que me aconteceu. Olhando mais a frente eu vi meus amigos jogados pelo sofá ou no chão, apenas Grace, Nathan e Tulipa não estavam aqui, até mesmo Karl estava sentado no chão com Lyanna apoiada a ele, Helga dormia agarrada em Ellen como um bebê, sorri ao vê-la.
Tentei me mover, estava morrendo de sede, minha boca e gargantas secas, apertei a mão de Iam e ele imediatamente levantou a cabeça em minha direção, seus olhos verdes mais castanhos que o normal, ele arregalou os olhos quando me viu acordada.
- Natalie. – Falou em um sussurro, as olheiras profundas em baixo dos seus olhos mostrava que ele não tinha dormido bem ultimamente e isso me fez questionar quanto tempo estive inconsciente.
- Oi. – Minha voz saiu baixa e rouca.
- Você está mesmo acordada? – Ele se levantou e veio pra perto da minha cabeça.
- Estou. – Doía para falar. – Estou com sede.
- Vou procurar a enfermeira para saber se você pode beber água. – Ele falou, beijou minha testa e se virou saindo quase correndo do quarto.
- Filha. – Era a voz da minha mãe. – Graças a Deus você acordou, estava tão preocupada.
- Mamãe. – Estendi a mão pra ela que apertou e levou aos lábios. – Quanto tempo eu fiquei desacordada?
- Alguns dias. – Foi Meg quem respondeu. – Procure não falar muito por enquanto, você ainda está se recuperando das queimaduras internas. – Apenas afirmei com a cabeça.
- A gente estava tão preocupada mana. – Helga surgiu ao meu lado.
- Você está com dor? – Beatriz perguntou.
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Marcados pelo Acaso - Meu Clichê (Livro 4) (Concluída)
RomanceNatalie Lawrence é uma mulher de 30 anos, estilista, inteligente, decidida, dedicada, amiga, bem resolvida com seu corpo e o que fazer com ele. A prioridade de sua vida é sua carreira e seu sonho de montar seu próprio ateliê, foge de relacionamento...