Capítulo 59.

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Iam...

- Você disse o que Iam? - Meu pai falou do outro lado da linha depois de eu lhe contar minha história com Natalie.

- Isso que você ouviu pai. - Baixei a cabeça mesmo que ele não pudesse ver. - Eu estava com ciúme e com raiva e insinuei que ela troca ter parceiro com frequência.

- Iam McAdams eu lhe criei melhor do que isso. - Ele falou em um tom severo. - Pelo amor de Deus, como você tem coragem de falar uma merda dessa?

- Eu sei pai, eu fiz merda...

- E nem venha culpar a raiva e o ciúme. - Ele me cortou antes que eu falasse mais alguma coisa.

- Eu sei pai. - Fiquei em silêncio por alguns instantes. - Eu me arrependo muito disso.

- É bom mesmo que se arrependa. - Ele falou firme. - Eu sei que você já sofreu outras vezes, já se machucou por amor, mas não da pra você deixar o medo tomar conta das suas ações, não pra achar que todas as pessoas vão fazer a mesma coisa de antes. - Ele suspirou.

- Eu também sei disso, mas é mais fácil falar do que fazer, eu achei que essas coisas não me dominavam e ainda assim fiz merda. - Fiz uma pausa. - Por causa do meu medo eu posso ter estragado tudo entre nós, eu posso ter a perdido pra sempre pai. - Meu peito apertava de pensar.

- Você já se desculpou com ela? Implorou o seu perdão? - Questionou.

- Sim, ela disse que me perdoa, mas não me quer de volta, pelo menos não agora. - Senti meu peito olhos arder ao falar as palavras.

- E você vai desistir dela assim facilmente? - Perguntou. - Você não a ama? - Me provocou

- Eu amo, amo demais. - Falei rapidamente. - Não vou desistir dela, a quero de volta e vou lutar por ela, estou indo devagar, ela está muito abalada com tudo o que aconteceu e precisa de um tempo para se recuperar, para ficar estável.

- Ela é uma pessoa muito forte para está passando por tudo isso sem desmoronar completamente. - Ele falou. - Já vi pessoas desmoronaram por menos disso.

- Sim, ela é incrível. - Fiz uma pausa. - Pai, eu não consigo parar de pensar que se eu não tivesse brigado com ela, se não tivesse falado aquelas coisas com ela, ela não tinha saído daquela maneira e não estaria na ponte quando aquilo aconteceu.

- Iam pelo amor de Deus. - Meu pai reclamou exasperado. -- Não vai por esse caminho, não começa com isso, por favor, você não tem controle sobre as coisas que estão para além das suas mãos, não tem controle sobre o destino, não foi você quem fez aquilo, se não estivesse brigado talvez ela fosse parar ali do mesmo jeito.

- Eu sei, a parte racional de mim sabe disso, mas eu não consigo parar de pensar que poderia ser diferente se eu tivesse agido diferente. - Falei com sinceridade.

- Meu filho, você tem que se perdoar, não tem culpa do que aconteceu e eu sei que ela pensa a mesma coisa. - Ele tem razão ela não me culpa mesmo. - Mas de nada adianta a gente falar se você não se perdoa, o perdão deve vir de você.

- Eu sei disso. - Fiquei em silêncio.

- Você merece ser feliz meu filho, ela te ama, você a ama. - Ele falou calmamente. - Se perdoe, tenha paciência para esperar ela se recuperar fisica e emocionalmente, a conquiste novamente e o mais importante, não faça merda de novo.

Marcados pelo Acaso - Meu Clichê (Livro 4) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora