Marcados pelo Acaso - Meu Clichê (Livro 4) (Concluída)

Capítulo 77

Natalie...

Benjamin e Rose mexem muito comigo, desde a primeira vez que eu vi os dois senti algo diferente por eles, um sentimento de proteção, uma necessidade de me aproximar, de cuidar deles, de fazê-los se sentir seguros. Já naquele primeiro dia eu já sai de lá com o coração apertado por deixar os dois ali, mesmo sabendo que seriam bem tratados no St. Mungus. Só se passaram algumas semanas, mas eu sinto como se os conhecesse a muito mais tempo, sinto que eles já são parte da minha vida, pois já moram em meu coração.

Por algumas vezes na última semana pensei em adoção, não sei se é o melhor momento da minha vida pra isso, estou sobrecarregada no trabalho, ainda não estou completamente curada, principalmente no psicológico, mas a gente nem sempre escolhe quando as coisas acontecem na nossa vida. Não sabia se Iam ia querer participar disso, sei que estamos bem e falando sobre morar juntos, ele é o homem da minha vida e eu não me vejo com outra pessoa, mas, ainda assim ter filhos é um passo muito sério e eu não sabia se ele estava pronto para dá-lo, também não queria pressiona-lo a nada, por isso quando ele sugeriu isso de maneira tão espontânea me deixou surpresa a ponto de ficar muda.

- Nat. – Me chamou.

- Você está falando serio? – Foi a minha pergunta.

- Claro que estou, não brincaria com uma coisa séria assim. – Me olhou intensamente.

- Eu sei, só estou surpresa. – Respondi em um tom baixo. – É um grande passo.

- Sim, vamos conversar lá em cima. – Saiu do carro.

- Tudo bem. – Sai do carro.

Ele travou as portas pegou na minha mão e me guiou para o elevador e de lá para o seu apartamento, deixei meus sapatos ao lado da porta e a bolsa sobre a mesa de centro me sentando em seguida, ele se sentou ao meu lado em silêncio.

- Olha. – Ele começou a falar depois de alguns segundos de silêncio. – Eu sei que é um passo muito grande e nós nunca falamos sobre filhos, também sei que você não quer engravidar.

- Mas eu nunca disse que não queria filhos. – Falei rapidamente.

- Eu sei disso. – Ele sorriu. – E sei que você criou fortes laços com os dois, eu sei disso porque eu também criei. – Ele confessou me fazendo sorrir. – Ontem eu até mesmo falei com meu pai sobre isso.

- Você acha que conseguimos fazer isso? – Perguntei séria. – Digo, criar duas crianças que já passaram por tanta coisa.

- Eu sei que é um passo muito grande e que nós estamos juntos a pouco tempo, pode parecer precipitado. – Segurou minhas mãos. – Eu sei que você é a mulher da minha vida e eu nunca mais vou deixar você escapar, a gente só estará acelerando alguns passos. – Sorriu. – E já estávamos planejando morar juntos antes de conhecermos eles.

- Eu sei, mas eu digo também sobre criar duas crianças. – Falei. – Será que nós damos conta? Eles já passaram por tanta coisa, não quero errar com eles. – Essa é uma preocupação minha, não ser mais um trauma na vida dessas crianças.

- Claro que conseguimos. – Ele falou sério. – Nos amamos, amamos eles, queremos ajudar, temos empregos estáveis e temos vários amigos para nos ajudar. – Ele tem razão ter uma rede de apoio é muito importante.

- Você tem razão. – Falei depois de um tempo. – Podemos fazer isso. – Falei confiante. – Nós seremos bons pais, não é?

- Sim, nós seremos. – Ele disse firme. – Talvez seja um pouco difícil no começo, ainda mais levando em conta tudo pelo que eles já passaram com o progenitor, mas a confiança deles a gente já conseguiu.