Capítulo 4.

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Iam...

- Não pai, não tem nenhuma garota. – Falei para o telefono no viva voz fixo no painel do meu carro.

- Sério que não? – Ele falou deixando claro pelo seu tom de voz que não acreditava. – Então você apenas gosta de ignorar esse pobre velho? – Fez seu drama.

- Eu apenas estava ocupado. – Falei parando o carro no sinal.

- Ocupado demais para o seu próprio pai? – Perguntou fingindo estar chateado.

Martin não é meu pai biológico, ele é meu tio, irmão da minha mãe, mas ele me criou despois que ela morreu, e como meu pai morreu antes de eu nascer, ele é o único pai que um dia eu já conheci. Não me lembro ao certo quando comecei a chama-lo assim, mas é o que eu sinto é sei que ele sente o mesmo.

- No sábado eu tinha saído. – Falei e ouvi sua risada. – Era sábado a noite, qual é? – Mais uma risada. – Ontem pela manhã você quem não me atendeu. – Fiz questão de passar na cara dele. – Passei a tarde e parte da noite no orfanato e depois fui jantar com Natalie e Violet.

- Duas de uma vez? – Perguntou maliciosamente. – Meu garoto tá se saindo melhor do que meus ensinamentos.

- Você sabe que elas são minhas amigas. – Eu já havia falado delas para ele algumas vezes, e a Natalie ele conhece.

- E o que isso impede? – Questionou como se eu tivesse falado a maior besteira. – Elas são suas amigas não irmãs.

- Você é pervertido demais para alguém na 3° idade. – Comentei rindo.

- Você me respeita moleque. – Ele fingiu estar bravo. – Enfim, não foi para ser insultado que eu te liguei. – Sei que ele vai falar que vai viajar de novo, imaginei que depois de mais velho, morando no interior e trabalhando com comunidades carentes ele se aquietasse, mas Marin Firth nasceu para ajudar as pessoas.

- Para onde dessa vez? – Quando ele viajou para uma zona de guerra cerca de 4 anos atrás eu entrei em pânico.

- Camborja. – Falou e eu comecei a tentar lembrar se é uma zona de guerra. – O país sofreu uma grande catástrofe natural esse ano, uma cadeia de terremotos e tempestades que deixou muitas pessoas feridas e outras tantas desabrigadas.

- Não é zona de guerra então? – Perguntei um pouco menos nervoso.

- Não. – Falou me tranquilizando. – E o perigo de novos terremotos é bem pequeno. – Ele continuou. – Não se preocupe, ficarei bem, eu preciso ir ajudar. – Ele é médico e vive fazendo trabalhos com os médicos sem fronteiras.

- Eu sei disso e me orgulho demais de você. – Sou muito orgulhoso por tê-lo como pai, ele é um homem incrível. – Me promete que vai tomar cuidado.

- Eu sempre tenho. – Falou sorrindo. – Eu viajo em duas semanas, na semana que vem estou indo o pra Londres passar alguns dias com você antes de viajar. – Sempre antes de ele viajar para suas missões humanitárias ele passa alguns dias comigo antes de ir.

- Tudo bem, você chega que dia? – Perguntei para me preparar para a sua chegada.

- Na próxima terça no final da tarde. – Me falou.

- Ótimo eu lhe pego no aeroporto. – Parei o carro no estacionamento do prédio.

- Tudo bem, lhe mando o horário no dia. – Ele falou. – Você já está no trabalho?

Marcados pelo Acaso - Meu Clichê (Livro 4) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora