Capítulo 58.

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Natalie...

A porta do meu quarto se abre lentamente, meus amigos estão se revezando para me visitar ao longo dos dias, já que todos nós aceitamos que eu estarei um longo tempo aqui no hospital para minha recuperação, pelo menos até conseguir tirar a pele de tilápia eu não vou ter alta do hospital. Minha mãe e Helga foram embora dois dias atrás, não podendo se ausentar mais do trabalho, papai, Jared e Penélope também vieram me ver nesse período de 10 dias desde que eu acordei, eles foram embora com mamãe e Helga, meus sobrinhos também vieram me ver e ficaram muito curiosos com os curativos, Clarissa diase que era nojento, Amanda achou incrivel e disse que queria ser médica para fazer isso com as pessoas e Logan disse que eu era um mutante.

Levantei a cabeça vendo Iam passar pela porta, ele tinha um buquê de flores nas mãos, eram rosas, tulipas e muitas lótus, minhas flores preferidas, ele vem aqui quase todos os dias, apesar de tudo entre nós, eu ainda acho que ele o faz em parte por culpa.

- Olá. - Sorri. - As flores são lindas, obrigada.

- Por nada. - Ele trocou as flores murchas no vaso pelas novas. - Como está se sentindo hoje?

- Entediada. - Suspirei. - Trouxe o que eu pedi? - Olhei para a sua bolsa.

- Trouxe. - Falou retirando meu notebook, uma pasta com papel para croqui e uma bolsinha com lápis. - Mas se a médica proibir você de se esforçar eu levo tudo embora. - Colocou as coisas sobre a mesa.

- Eu não vou me esforçar. - Prometi me movendo com cuidado para ficar mais sentada.

- Acho bom mesmo. - Se sentou ao meu lado na cama, passou uma mão em minha testa tirando os cabelos dela. - Você tem que se recuperar logo.

- Acredite, eu quero isso muito.

- Como está sua garganta? - Ele parecia preocupado.

- Está bem melhor que antes, já quase não dói.

- Isso é ótimo.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, embora o silêncio não fosse estranho ou desconfortável entre nós, eu sentia que ele tinha algo para me dizer, mas não parecia encontrar uma forma de falar.

- Nat. - Ainda doía um pouco ele me chamando assim, me lembra do que tínhamos e acabou. - Sobre aquela noite, eu não queria falar aquelas coisas.

- Você não queria me chamar de puta? - Fiz uma careta ao me lembrar do dia.

- Eu não disse isso. - Falou rápido.

- Mas foi o que você insinuou, quando não tinha nenhum direito, já que foi você o único a decidir se afastar. - Me calei.

- Eu sei que errei muito naquela noite, não só ali, errei antes também. - Ele fez uma pausa. - Eu estava cego pelo ciúmes. - Me olhou. - Achei que você tivesse escolhido ele ao invés de mim.

- Escolhido? Em que momento isso foi uma competição para ter escolha? - Fixei seu olhar.

- Eu achei que tinha sido na época, doeu ver você com ele. - Ele parecia sincero. - Ver vocês se beijando. - Levantei uma sobrancelha. - No seu ateliê, eu fui lhe ver por sentir sua falta e vi vocês se beijando. - Eu não lembrei desse dia de imediato. - Foi por isso que eu decidi me afastar, que eu terminei o que tínhamos, hoje eu sei que não foi o que eu achei ter visto.

- E você sequer pensou em me falar nada? - O olhei incrédula. - Nem uma palavra, só terminou por uma mensagem impessoal.

- Eu estava magoado, Nat, achei que estava apaixonado por alguém que não sentia nada por mim, eu nunca percebi seus sentimentos e você também não sentiu os meus. - Ele tinha um olhar triste.

Marcados pelo Acaso - Meu Clichê (Livro 4) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora