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Lorella
LEVEI APENAS ALGUNS MINUTOS PARA ACABAR COM O PRATO QUE AELIN PREPAROU PARA MIM.
Depois eu repeti os ovos e comi mais algumas tiras de bacon frito. A rainha se ocupou lendo o romance sobre a mesa, concentrada na leitura mas certamente atenta a cada mordida que eu dava na comida ou na forma que eu erguia o garfo e a faca para cortar.
Com os olhos focados no montinho de bombons de chocolate, penso muito antes de estender a mão, hesitante, e pegar um deles. Chocolate amargo e um recheio cremoso de licor de morango derrete em minha boca quando eu mordo o doce, e arregalo os olhos pela surpresa gastronômica que acabei de experimentar.
— Gostou? — Aelin pergunta, com um sorriso no rosto e os olhos nas páginas. — Fui eu e Lysandra quem inventamos o recheio. Se comer meia dúzia deles, no mínimo, você vai ficar bem alegrinha — ela explica, mesmo enquanto lê absurdamente rápido. — Estávamos em uma tarde tediosa enquanto nossos maridos caçavam, então resolvemos criar doces de chocolate. Fizemos uma geleia com os morangos e reduzimos a geleia com o licor de frutas vermelhas que ganhei de presente de casamento de Dorian. Agora, todo mês importo fardos desse licor só para fazermos esse bombom delicioso.
— É realmente muito bom — comento com a mão sobre a boca, tampando a visão do chocolate mastigado em minha língua. Aelin ri. — E quem é Lysandra?
— Minha amiga — a rainha solta um riso e balança a cabeça. — Ela é muitas coisas, na verdade. É uma heroína de guerra, esposa do meu primo, o príncipe Aedion Ashryver... o que a torna uma princesa Ashryver, também. Ela é Lady de Caraverre, um território novo perto de Allsbrook. Minha dama de companhia quando está aqui em Orynth e a responsável pela Lady de Arren.
— É, ela é realmente muitas coisas — respondo, um pouco surpreendida por alguém possuir tanta responsabilidade e títulos.
— Pensei que todos soubessem sobre os integrantes da minha corte — Aelin divaga sem muito interesse, mas noto a curiosidade no fundo de seu comentário. Termino de mastigar o doce e bebo um copo de água, cheio.
— Digamos que durante a guerra eu não estava... disponível — tento contornar, ainda não revelando de verdade minha história. — Durante todos os dez anos de Erilea sem magia eu não estava acessível, na verdade.
— Hmm... — Aelin ronrona, fingindo não dar bola pela minha forma de invasividade. Olho para as páginas do livro, captando poucas sílabas antes de ela erguer o rosto e sorrir com suavidade. — Gosta de ler?
Arregalo os olhos quando ela me estende o livro, aberto na página que ela está lendo.
— Eu particularmente gosto muito desse tipo de romance, sabe — ela aponta para um parágrafo em específico, com malicia em seu sorriso, mas eu só consigo ler algumas palavras antes de assentir nervosa e desviar o olhar. — Não me diga que você tem vergonha? Vamos, eu preciso de alguém permanente que possa ser meu confidente da leitura. Me comunicar com Dorian sobre os livros que estamos lendo não é tão animador quanto me pareceu de início. A resposta dele demora alguns dias para chegar e mesmo assim eu já estou em outro livro quando chega. Preciso que alguém esteja ao meu lado, fisicamente, para discutirmos sobre literatura porque estou quase enlouquecendo sem comentar sobre isso! — ela bate outra vez a ponta da unha entre as linhas. — Rowan não gosta muito desse tipo de leitura, e ele é ocupado demais para ler por mero hobby. Fenrys não é muito fã de leitura por diversão. E Vaughan... ele chegou agora. Não vou discutir sobre um romance desse tipo com Vaughan! — há descrença e diversão em seu tom. Ela sorri quando volta a indicar o parágrafo erótico que me mostrou. — Posso arranjar uns menos... quentes do que esse, se quiser. Tenho pelo menos três ou mais bibliotecas nesse castelo. Gêneros diversos é o que definitivamente não falta, temos um pouco de tudo. Costumava ser maior, mas...
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✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADA
FanfictionLorella sabia que monstros existiam, e que eles não eram apenas valgs. Monstros, para ela, eram pessoas. Humanos, bruxas e feéricos, ela não via diferença quando tudo o que conheceu fora brutalidade e crueldade. Trancafiada desde criança pela falsa...