𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑸𝒖𝒊𝒏𝒛𝒆

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Lorella


AELIN SE SENTOU EM SEU TRONO QUANDO OS ATORES E ATRIZES DO TEATRO REAL SE REUNIRAM EM UMA PEÇA TEATRAL COMEMORATIVA EM SUA HOMENAGEM.

O Teatro e a Biblioteca Real eram um presente de casamento que Rowan deu à parceira quando eles venceram a guerra e o príncipe recuperou seu título depois de Maeve ter sido destronada e a casa Whitethorn assumir Doranelle. Com os preparativos de ambos centros de entretenimento em andamento, as buscas por atores e bibliotecários já haviam começado a serem escolhidas rigorosa e fervorosamente por sua Rainha — quem adorava esse tipo de arte.

Me mantive perto do trono, abaixo dos degraus e de forma afastada. Vaughan e Fenrys ainda estavam ladeando o trono onde Aelin e Rowan partilhavam seus assentos e observavam a peça teatral. Eu nunca tinha participado de um teatro ou visto algo como o que se desenrolou no meio do Grande Salão — uma representação da última guerra e todos seus horrores e sacrifícios em menos de noventa minutos. Algumas pessoas choraram, até mesmo Aedion — mesmo que tenha tentado esconder — em uma parte específica quando um ator loiro bloqueou um portão e acabou morrendo ao dar uma chance aos amigos e aliados. Aelin estava afogada em lágrimas quando a encenação acabou, e a salva de palmas que se ergueu ao final durou quase cinco minutos ininterruptos.

Seguindo o momento de drama e memórias, Aelin se levantou, fez um longo, profundo e tocante discurso antes de dizer que havia uma notícia para dar — mas só depois de comerem o bolo de cinco andares que Emrys havia feito. A Rainha se empanturrou com o bolo de baunilha com uma cobertura extremamente doce de chocolate. Enquanto os convidados experimentavam a iguaria, eu me mantive firme como uma estátua atrás de Aelin, seguindo-a pela mesa de banquete sem tocar em nem um prato. Eu havia beliscado algumas coisas antes da festa, usando as passagens dos funcionários e conseguindo subornar Luca até ele me ter feito um pratinho mais cedo com um pouco de tudo que haveria na festa — já que eu não poderia comer durante a celebração, nada me impedia de provar a comida antes de todos eles.

Aelin olhou para mim sobre o ombro e sorriu com a boca cheia de bolo conforme nos afastamos ao encontrarmos um lugar entre duas pilastras. O prato da Rainha estava cheio, e ela comia como se fosse sua primeira refeição em dias.

— As pessoas estão olhando — comento de forma baixa, olhando ao redor. — Você fez uma gororoba no seu prato principal mais cedo. Acho que elas estranharam.

— Eu estava com fome — ela responde, com as bochechas infladas de bolo. Dou risada quando ela se inclina e sussurra baixinho: — E eu como por dois agora.

— Sim, eu não me esqueci — respondo, assentindo e colocando as mãos nos cabos das adagas em minha cintura.

— Não tive tempo de perguntar se você gostou da roupa que eu mandei fazer para você — olhei para meu corpo, coberto por veludo preto e justo como uma segunda pele. Assenti, vislumbrando o dourado dos laços na lateral. — Ficou muito bom em você.

— Obrigada. E sim, eu gostei — assumo, olhando para ela. — É mais confortável do que eu achei que seria.

— Eu tenho uma antiga roupa... dos meus tempos como Celaena — diz, pousando o talher no prato e limpando os lábios com o guardanapo em seus dedos. — Se quiser eu posso mandar fazer alguns ajustes para você usá-lo.

— Seria incrível, obrigada. Eu seria eternamente grata — a Rainha acena com a mão, como se não fosse nada demais.

— Eu meio que odeio aquela roupa. Me foi dada pelo meu antigo mestre — Aelin colocou o prato na superfície da mesa, na beirada, e continuou com os olhos abaixados conforme prosseguiu: — Ele foi um desgraçado. Você me faria um favor em usar essa roupa ao invés de eu deixá-la em meu closet mofando e recebendo meu ódio diário de quando eu passo e olho para ela.

✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora