𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑻𝒓𝒊𝒏𝒕𝒂 𝒆 𝑻𝒓𝒆𝒔

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Lorella


ENQUANTO FENRYS VESTIA UMA CAMISA E DEPOIS SAÍMOS PARA NOS ENCONTRAR COM O RESTANTE DA CORTE, EU O ATUALIZEI SOBRE OS ÚTIMOS ACONTECIMENTOS. 

Digo como Aelin passou a ter enjoos matinais e como estava mais irritada do que o comum; relato todo o desempenho de Rowan ao auxiliar Aelin em suas tarefas e como Flora e Evangeline andavam grudadas — deixando de lado o segredo que Flora me contou essa manhã. Não era assunto meu para contar, e é Flora quem decide para quem e quando ela contaria. Depois conto à ele sobre o novo problema com as bruxas de Adarlan, e que uma representante de Manon foi enviada para falar no nome da Rainha-Bruxa.

Estou perto de terminar de transcrever a ele sobre a reunião quando noto uma mulher sentada no peitoril da ponte que liga uma torre a outra. Bronwen tem os cabelos ao vento, sua vassoura ao seu lado e um sorriso glorioso nos lábios conforme se vira para mim e me analisa ao lado do lobo. Fenrys fica um pouco tenso, mas esconde bem a leve desconfiança que sente pela enviada de Manon.

Ela joga as pernas para o lado de dentro da ponte e segura firme em sua vassoura conforme se aproxima de nós. Na ponta do cabo há galhos e fios de ouro entrelaçados, o que a torna uma bruxa importante e de alta patente entre as Crochan. A capa vermelho-sangue flutua ao seu redor pelo vento da noite que se aproxima, deixando-a ainda mais perigosa do que o sorriso letal que ela estampa em seus lábios.

Em minha frente, ela não se dá ao trabalho de olhar ou cumprimentar Fenrys quando dispara:

— Então você é a híbrida que, aos olhos de Glennis, fez minha prima voltar a ter a porra de um coração.

O quê?! — indaguei, completamente surpresa por suas palavras. — Eu não... acho que você se enganou.

— Não, eu não me enganei — Bronwen abriu um sorriso esperto. — Eu sou prima de Manon, por parte de pai. Glennis também é minha bisavó, e ela me falou muito sobre você, Lorella Asha Bico Negro.

Meu nome completo em sua língua escorre como um doce e saboroso veneno. Não sei se confio em meu próprio corpo para reagir agora. Não sei o que pensar e, se eu fosse sincera comigo mesma, poderia confessar que quase engasguei com minha própria saliva depois de sua admissão. Fenrys, ao meu lado, tinha se tornado uma estátua viva.

— Eu não... eu não...

Sabia? É, eu imaginei — a bruxa deu de ombros. — Não é como se Manon contasse isso a todos. Na verdade acho que ela nem se importa — ela me encarou por uns segundos em silêncio, como se procurasse algo em mim. — E não é como se nos importássemos com isso. Nossa linhagem familiar é complicada.

Eu não sabia o que dizer a ela, não mesmo, então optei por continuar em silêncio. Tentando absorver o peso e significado de suas palavras.

— Mas Glennis disse que Manon parece ter se lembrado o que significa ter empatia depois que conheceu você — o sorriso em seu belo rosto se tornou visceral.

A bruxa deu um passo à frente, me olhando mais de perto e com mais atenção. Sustentei seu olhar contra o meu e permaneci onde estava, mesmo que eu quisesse dar dois passos para trás e tremer sob seu olhar, querendo manter distância. Fenrys ficou ainda mais tenso ao meu lado, fechando os dedos em punho e grunhindo de leve por não gostar da proximidade intimidadora de Bronwen. Ele exibiu os dentes em ameaça quando a Crochan fez o mesmo, mas mostrando um sorriso curioso e preguiçoso ao sussurrar:

✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora