𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑸𝒖𝒂𝒕𝒓𝒐

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Lorella


COMI MAIS UM POUCO DE TUDO O QUE HAVIA NA MESA DE CAFÉ DA MANHÃ — dando pequenos petisquinhos para Ligeirinha, a subornando em amor com alguns pedacinhos de pão. Girando a colher dentro do mingau de aveia e mel que Fenrys disse ter me levado e que era uma delícia — e de fato ele estava certo —, penso em toda minha conversa matinal com a rainha de Terrasen. A rainha guerreira de todo um povo e que era minha rainha também — ou rainha de metade de mim. Ainda era confuso esse papo de ser uma mistura de duas raças quase iguais que deram certo.

Quero dizer... as bruxas eram crias de valgs com feéricos, então nesse caso eu poderia ser reivindicada com mais facilidade por Aelin, certo? Já que os feéricos são antepassados e progenitores das bruxas... céus, estou surtando! E a cada teoria e hipótese que pipoca em minha cabeça eu enfio outra colherada gorda daquele mingau de aveia junto de um punhado de granola que eu havia jogado por cima. A comida era tão gostosa que eu poderia dançar segurando o pedaço do pão fofinho que estava quase no fim, em cima de uma tábua pesada. Termino com os chocolates no prato no centro da mesa, já que não havia ninguém olhando — ninguém além de Ligeirinha, que olhava para mim com divertimento enquanto me observava, de forma julgadora, enfiar um punhado de tudo o que eu encontrava em cima da mesa dentro da boca.

Mas passei tanto tempo passando fome que agora parecia que minha fome não tinha fim, meu estômago um saco sem fundo. E eu estava quase inclinada a colocar um punhado de coisas dentro de um guardanapo e levar para meu quarto só para comer mais um pouco quando criados saíram por portas escondidas e estancaram no lugar, me observando morder uma banana pela metade. Arregalo os olhos e Ligeirinha parece rir de mim quando sai trotando, descendo as escadas que os empregados abriram. Uma passagem secreta para os funcionários, então. Ficava na parede à minha direita, escondida por uma cortina de samambaias e trepadeiras que desciam pelo castelo de pedra pálida.

— Isso estava muito bom — comento, colocando a mão em frente à boca e engolindo a banana amassada em minha boca. Uma garota que devia ter menos de vinte anos assentiu, com gentileza, mas sem esconder o riso. — Quem é o chefe?

— Emrys — a garota me informou, empilhando os pratos sujos em uma pilha e os limpos em outra. — Ele está preparando o almoço, pode descer se quiser dizer oi. Sei que ficará conosco por um tempo — disse, apontando com a cabeça para a porta aberta, onde empregados entravam e saiam às pressas.

— Como sabe? — a garota ri, terminando de empilhar os pratos.

— Bom, é óbvio que você está aqui como convidada, caso contrário não teria vindo até o terraço particular da rainha — ela esclarece, juntando as xícaras usadas. — E, a julgar que a rainha estava pedindo para Fenrys, que estava na cozinha, a propósito, que ele fosse procurar sua amiga, é óbvio que você vai ficar aqui um tempo.

— Inteligente da sua parte notar tudo isso em simples detalhes — a garota pisca, fazendo uma pilha em seus braços e piscando com um sorriso em minha direção.

— Por que você acha que eu trabalho para a rainha Aelin?

Ela se vira e segue pela escadaria secreta. Eu a sigo. Não é úmida e escura quanto eu achei que seria. Há pequenos quadradinhos feitos de vidro no alto das paredes de pedra pálida, com que faz que entre luz o suficiente para discernir os degraus e as pessoas que sobem e descem em disparada. Passamos por outras aberturas nas paredes, que provavelmente levaria para outras partes secretas do castelo, mas a garota de antes continua descendo, então eu a acompanho.

✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora