𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑻𝒓𝒊𝒏𝒕𝒂 𝒆 𝑪𝒊𝒏𝒄𝒐

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Oi oi amores, como estão?

Só queria dizer que tem uma personagem nova e ela é minha protegida, e que o nome dela foi proposital e em homenagem a outra personagem de uma série que gosto muito, ok? Só esclarecendo que não há qualquer outra ligação com a série além do nome da personagem. 

É isso, aproveitem!


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Lorella


CRUZAR A PONTE NEGRA FOI MAIS PERTURBADOR DO QUE EU GOSTARIA DE ADMITIR.

Primeiro, havia a terrível e instável pedra que estremecia sob os meus pés, emanando um cheiro forte que fazia meus olhos lacrimejarem — um cheiro que Manon e Tabitha pareciam não se importar ou notar conforme eu as seguia. Então havia o vento guinchando, que nos açoitava de todos os lados, tentando nos empurrar para fora da trilha escavada.

Nem mesmo consegui ver o fundo do desfiladeiro tão longa era a queda. A névoa escura cobria tudo abaixo da ponte. Tentei imaginar o que poderia ser, ou como jamais sumiu durante esses anos, mas refletir sobre isso só levava a mais perguntas, nenhuma das quais me incomodei em proferir ou com as quais me preocupava tanto. Se Manon em pessoa não se preocupava, eu não via porque eu deveria — mesmo que eu não passasse de uma novata em assuntos de voo e luta.

De qualquer forma, seria uma queda feia, então me mantive o mais longe possível da borda instável das rochas da ponte.

Quando chegamos ao átrio cavernoso do Canino do Norte, meu corpo todo parecia estar suando. Em todo lugar, em toda parte. Tabitha me olhava com uma leve preocupação conforme o suor escorria sem parar pela minha testa e pelo meu pescoço. Manon também parecia se incomodar com o calor, mas sua roupa — mesmo que preta, justa e de couro — parecia ser mais leve do que a jaqueta intrincada de amarrações que estupidamente escolhi para o dia de hoje. Faço uma nota mental de cortar todas minhas jaquetas assim que chegar ao meu quarto, não me importando se passarei frio ou se revelarei minha cicatriz no antebraço. Morrer de calor, assada como uma carne suculenta, não estava nos meus planos de vida.

Limpei a testa outra vez com o punho da camisa de linho — que escapava pelas bordas do punho da jaqueta — quando enfim chegamos à enorme entrada na extensão superior do Canino do Norte. Ali, a pedra estava arranhada e sulcada, borrifada de seja lá o que apenas os deuses sabiam. Pelo odor, era sangue. Tentei não regurgitar meu café da manhã aos meus pés quando passamos pelas marcas escuras e pelo cheiro pungente.

Dois homens nos aguardavam na entrada do local. Eles possuíam traços parecidos: pele marrom, olhos pretos e cabelos longos presos em uma trança. O mais alto tinha ombros largos e um sorriso quase despreocupado no rosto. Já o menor, que também parecia ser mais novo, era sábio ao manter a postura de defesa perante a rainha das bruxas.

Mas Manon não parecia desejar acabar com os dois humanos, mesmo que estivesse com sede de sangue. Por diplomacia, acho, ela estava até mesmo com um semblante menos cruel e selvagem. Seu rosto era uma máscara neutra e indiferente conforme ela acenou em cumprimento para os homens de Antica, os cuidadores das serpentes aladas que foram esquecidas e deixadas para trás na última guerra.

Os dois homens se curvaram em uma reverência surpresa para Manon — já que, tecnicamente, ela não era nada para eles. Entretanto, era notável o respeito que ambos mantinham perante a rainha-bruxa e sua presença.

✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora