✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADA

𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑫𝒐𝒛𝒆

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Lorella

O SOM DA MÚSICA QUE TOCAVA NO SALÃO ECOAVA POR TODO O CASTELO.

Por algum motivo, Aelin deixou que eu decidisse se queria acompanhar ela e parte dos Lordes no jantar de hoje. Eu nego, e levo meu jantar para a pequena biblioteca dois andares abaixo do meu quarto. Como minha sopa tranquilamente enquanto leio um romance e ouço a festa acontecendo na outra ala. A música continuou ecoando por todo o palácio de pedra branca e reluzente conforme a noite caiu.

Meu diário estava parcialmente aberto sob um calhamaço sobre a história de Eyllwe, um dos livros educacionais que Sierra tem me obrigado a ler sobre o reino ao sul. Parte do couro do diário está visível, assim como as folhas amareladas e sem nada escrito, além de alguns rabiscos e palavras aleatórias no idioma de Erilea e Eyllwe — além de poucas marcas de Wyrd que Sierra me ensinou nas horas vagas. Marcas simples como destrave e abertura de portas ou como deixar meu cheiro imperceptível para os feéricos com seus olfatos aguçados.

A música havia mudado para algo suave agora, depois de horas com aquela energia empolgante de antes. Me ajeito no divã verde, ficando ainda mais confortável quando estico e cruzo minhas pernas, apoiando o livro sobre a curvatura dos meus seios. As velas atrás de mim, no parapeito da janela fechada, fazem um bom trabalho em iluminar as páginas para que eu termine de ler o livro indicado por Aelin.

Ouço passos se aproximando pelo corredor e desvio o olhar para a entrada assim que Fenrys surge, enfiando sua mão pela abertura da madeira e empurrando a maçaneta, abrindo a porta e olhando para dentro da biblioteca. Seus olhos pretos me alcançam e eu preciso sufocar um suspiro quando eu o vejo. Ele havia trocado de roupas e penteou os cabelos, prendendo-os em uma trança firme que ondulava atrás de si. As roupas o deixavam perto de alguma coisa bem... principesca. Ou talvez parecido como um lorde. O lindo rosto estava sério quando procurou-me pelo lugar, e quando seus olhos escuros caíram sobre mim — deitada de qualquer jeito com um livro em cima de mim — ele sorriu, dando um passo à frente e erguendo um prato coberto por um pano.

— Trouxe algumas coisas para você — ele entrou, fechando a porta e se aproximando. — Eu sei que você gosta de chocolate. Aelin mandou fazer alguns doces bem interessantes.

Um casaco de veludo verde cobria seu peitoral largo, com bordados em fios pretos. A calça era escura assim como as botas lustrosas. Sua espada pendia de seu cinto no quadril, de forma mais elegante como ele costuma a usar no dia a dia — com o cinto lhe atravessando o peito e a espada colocada às suas costas.

— Peguei um pedaço de bolo, alguns bombons e um pedaço de carne com um molho de chocolate, pimenta e vinho que Aelin inventou como desejo de grávida e, pelas palavras de Emrys, ficou uma delícia — ele ergue o pano sobre o prato e bisbilhota o que há dentro da porcelana em sua mão. O lobo enfia o guardanapo dentro do bolso de sua calça e para ao meu lado, olhando para baixo e estendendo o prato para mim. — Quer provar?

— O que Vaughan acha sobre isso? — estupidamente me vi perguntando, encolhendo os ombros ao pensar em como ele me recriminaria se descobrisse sobre a montanha de doces que Fenrys havia trazido para mim.

As sobrancelhas de Fenrys se unem e ele retorce os lábios.

— Aquele idiota ranzinza não deve achar nada — ele responde. — Você pode comer o que quiser. Tem treinado muito duro e seria uma injustiça não deixar nem um espaço em seu estômago para seus adorados docinhos.