𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑪𝒊𝒏𝒒𝒖𝒆𝒏𝒕𝒂 𝒆 𝑪𝒊𝒏𝒄𝒐

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Fenrys


— É SEMPRE CAÓTICO QUANDO AELIN GALATHYNIUS ME PEDE AJUDA. 

— Não aja como se você não estivesse sendo beneficiado com isso, Rolfe — revidei de forma ácida e impaciente, acompanhando seu caminhar rápido. — Aelin deixou bem claro o quanto você ganharia por nos ajudar nisso.

— E, mesmo assim, tudo o que tem acontecido é a maré trazendo os corpos sem cabeças dos meus homens que tentaram invadir aquela prisão miserável!

Não retruquei. Sabia o quanto os homens de Rolfe eram leais a ele e o quanto o Comandante da Armada Naval de Aelin valorizava a lealdade de seu povo.

O lorde de Ilium abriu uma porta e adentramos o galpão mal iluminado. Alguns marinheiros trabalhavam em mesas, empacotando caixas ou abrindo-as, trabalhando com os tesouros ou as valiosas mercadorias que o antigo corsário lidava em suas excursões através dos mares.

— As notícias não são boas, Fenrys — Rolfe informou, com uma voz neutra.

De alguma forma ele havia descoberto o que Lorella era para mim, o laço que nos ligava e, desde que chegamos, há três dias, ele tentava lidar com esse assunto com um pouco mais de paciência do que o costume. Deve ter visto a ferocidade animalesca em meu olhar, o quanto eu estava desesperado e, por isso, besteiras territoriais poderiam acontecer — ainda mais vindo de um feérico macho em busca de sua parceira que corria risco de vida. Rolfe talvez não entendesse muito sobre a cultura feérica, mas o pouco que sabia bastou para que lidasse de forma mais pacífica e diplomática acerca desse assunto.

Além, é claro, da carta de Aelin, ordenando que ele oferecesse toda a ajuda necessária para o resgate de Lorella e, em troca, ele seria generosamente beneficiado.

Suprimi um bufo, e os músculos do meu rosto repuxaram. Apertei o cabo da espada em minha cintura e me foquei em subir os degraus estreitos que nos levavam ao segundo andar do galpão.

— Ela fica escondida a maior parte do tempo. Nem mesmo os comandantes de esquadrão sabem onde Holdwyn a enfia — Rolfe me informa, parando no meio do corredor. Ele se vira para mim e cruza os braços. — Quando a levam para fora, a forçam a ficar acorrentada em uma mesa, vendo meus homens apodrecerem pregados em estacas ou sendo açoitados por terem ousado resgatá-la. Acreditam que são mercenários enviados por Aelin ou por aquela Rainha Bruxa assustadora.

Uma parte de mim sente vontade de rir perante o óbvio medo que Rolfe sente de Manon, mas o quadro num geral me deixa estático e temeroso. Eu sabia que Ella estava acostumada às baixas de batalha, mas isso? Esfregar os cadáveres dos homens que tentam resgatá-la em seu rosto e ela saber que morreram tentando salvá-la?

A culpa iria destruí-la.

— Eu falei que deveríamos ter cessado as tentativas de resgate — Rolfe disparou em sua raiva, com sentido. — Isso iria levá-la ao limite; ao mesmo tempo em que acabam com a vida dos meus homens de forma desnecessária.

Minha cabeça latejou e esfreguei as têmporas, tentando afastar as visões que dançavam na minha mente — de Ella tirando a própria vida em uma tentativa desesperada de impedir que mais gente morresse. Ela não era covarde. Se pensasse que não havia outra saída, ela se mataria. Para poupar a vida deles e acabar com sua dor, ela o faria.

E me levaria com ela no processo.

— Precisamos tirá-la de lá.

— Onde estão as irmãs dela? — Rolfe perguntou com raiva, olhando sobre meu ombro como se pudesse vê-las ali. — Você disse que elas estariam aqui.

✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora