𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑪𝒊𝒏𝒒𝒖𝒆𝒏𝒕𝒂 𝒆 𝑵𝒐𝒗𝒆

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"Mesmo quando meu batimento cardíaco parar, você ainda vai continuar sendo meu? Você ainda vai me amar? Você vai me encontrar na vida após a morte?" — Afterlife, Hailee Steinfeld


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Lorella


MANON E DORIAN ENTRARAM JUNTOS, DE MÃOS DADAS, NO TEMPLO DE FORTE DA FENDA. 

Um choque para todos os lordes convidados, é claro, mas um deleite para mim.

O inverno brutal deu lugar à linda e esperada primavera. Durante os meses de infinitas geadas, conforme eu estava ao lado das minhas irmãs no chalé, eu tinha trabalhado à distância nos arranjos e nos planos para o casamento de Manon, que estava marcado para o meio da primavera.

Passei dias curvada sobre a mesa, idealizando planos para a cerimônia como uma boa dama de honra faria. Lena e Freya me ajudaram com algumas coisas, Lena mais do que Freya, na verdade. Minha irmã caçula criou o cardápio completo da festa, acrescentou decorações mais parecidas com a personalidade de Manon enquanto eu e Freya passamos nosso tempo criando um novo esquadrão de bruxas — tanto Dentes de Ferro quanto Crochans — que serviriam como a guarda pessoal da rainha quando ela estivesse em Forte da Fenda.

Chaol ficou surpreso quando recebeu a documentação feita por mim, contendo todas as informações de como o esquadrão da nova guarda pessoal da futura rainha de Adarlan deveria agir, com os nomes de todas as indicadas ao posto. A Mão do Rei avaliou os papéis com as sobrancelhas erguidas, surpreso, porque nem mesmo ele tinha terminado de resolver tal questão que estava sendo uma dor de cabeça ultimamente — como me foi confidencializado por Yrene. Chaol deveria ter criado tal esquadrão logo após o noivado, mas ele não conhecia as bruxas como eu e definitivamente não seria idiota a ponto de colocar guardas humanos para proteger alguém como Manon. Ele se mostrou grato pela minha ajuda, mas não fez menção de me agradecer. Tampouco me ofendi. Fiz o que fiz por Manon, ter a admiração de Chaol ou seu agradecimento era o de menos.

Os reis vestiam preto, o que foi o causador da maior parte das dores de cabeça que a mãe de Dorian teve durante os meses de preparação. Na primeira e única vez em que Manon participou ao meu lado de uma reunião para decidir tudo, minha prima gargalhou na frente de Georgina e toda sua comitiva de acompanhantes da corte, espantadas demais com o atrevimento da futura rainha. Quebrando centenas de anos de tradição, Manon e eu deixamos a reunião com a certeza de que a rainha-bruxa não usaria branco; não usaria uma cor que significava a pureza e gentileza quando ela não era nenhuma das duas coisas.

Com isso, fora fácil encomendar e trabalhar com a costureira responsável pelo vestido de casamento da rainha. Um modelo simples, com um decote profundo e estreito entre os seios, saia reta, deixando que a verdadeira atenção fosse o manto vermelho elegante que escorria de seus ombros e deslizava pelo chão. Dorian, também trajando preto e com uma faixa real que lhe atravessava o peito, usava um manto azul de camurça que contrastava com o vermelho de sua futura esposa. Os dois usavam suas respectivas coroas. Dorian portava uma espada cerimonial, e Manon deixou que suas unhas de ferro estivessem aparentes. Ambos mostrando a força e poder que empunhavam.

Conforme o casal atravessava o salão do templo sobre o tapete e entre os convidados — humanos, feéricos e bruxas —, eles pareciam eternos. De mãos dadas e olhos fixos um no outro, era como se eu pudesse sentir a força que atravessava seus olhares e perfurava seus corações. Aquele tipo de força profunda, um amor que Manon jamais admitiria, mas estava ali, em seus olhos dourados. Em seu rosto duramente orgulhoso conforme deixou-se ser guiada por Dorian até o altar do templo.

✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora