𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑶𝒏𝒛𝒆

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Lorella

NO DIA SEGUINTE, MINHA POSIÇÃO COMO GUARDA-COSTAS JÁ FORA INICIADA.

Agora minha rotina havia mudado drasticamente. Eu acordava às seis e tomava café com Aelin em sua varanda privativa. Depois eu ficava ao lado dela por onde quer que ela precisasse ir, a maior parte do tempo eu passava no canto da sala de guerra, não ouvindo nada e não vendo nada — porque eu mesma não queria. Aelin tentava me incluir em certos assuntos, pedindo minha opinião, mas eu sempre me mantinha distante e não apenas fisicamente. Isso parecia magoar a rainha de alguma forma, mas eu não me importava muito. Eu sempre fui odiada, de qualquer forma. Ter mais uma pessoa não gostando de mim não seria surpresa, nem novidade.

Era no jantar que eu me despedia da rainha. Ela se encontrava com sua Corte — Flora inclusa, já que agora era sua Dama — e eu partia para a arena. Agora eu treinava sozinha. Rowan me passava algumas séries para seguir e o que fazer, mais ou menos, e eu o fazia. Não me limitava a horário e ia dormir quando faltava poucas horas para amanhecer. No dia seguinte eu estava com olheiras sob os olhos, mas estava prontamente do lado de fora do quarto de Aelin, esperando-a por mais um dia.

Sua barriga ainda estava plana. Ela me contou que sua gestação ainda estava no estágio inicial e que, geralmente, a duração de uma gestação feérica levava em média dez meses — um mês a mais do que a gestação humana. Ou seja, sua criança só nasceria daqui há quase um ano, no próximo inverno, talvez.

Os amigos da rainha chegariam a partir de amanhã, por isso ela nos dá a tarde e a noite de folga. Ela passa o dia todo nos arredores do Teatro Real e na biblioteca pública — ambas arquiteturas ainda em construção — junto de Rowan. Flora os acompanhou pela excursão de verificação e Sierra, aparentemente, havia ido passar o dia na casa dos pais. Não pergunto sobre Vaughan ou Fenrys. Mas uma passada na cozinha para arranjar algo para comer e soube que Vaughan havia saído e Fenrys estava perambulando pelo castelo.

Já anoiteceu e eu estou me preparando para dormir quando alguém bate na porta do meu quarto. Espero que seja engano ou meu cérebro me pregando uma peça, mas o toque volta a ser reproduzido, agora com mais força.

Solto um bufo e me levanto da cama, jogando o livro para o lado e caminhando até a porta. Destranco e puxo a mesma, olhando para quem quer que seja que tenha me interrompido na melhor parte do livro, quando os protagonistas finalmente iriam se beijar.

É Fenrys, e ele está sorrindo.

— Oi, oi, oi — ele cumprimenta, alegremente. — Vou até a cidade, não quer me acompanhar?

— Por que? — ele dá risada.

— Sei lá, por que as pessoas saem para beber a não ser para se divertir?

— Algumas delas podem ser alcoólatras — ele solta um riso mais alto, alargando seu sorriso.

— Tem razão. Mas eu não sou um alcoólatra e, sei lá, pensei que você quisesse dar uma volta — ele passa a mão pela nuca, e noto que seu cabelo está preso em uma trança frouxa. — Você está no castelo há pouco mais de um mês e até agora não saiu dele. Achei que você gostaria de respirar ar puro.

Penso em sua proposta por um segundo e concordo, fazendo-o sorrir mais um pouco.

— Eu vou me trocar — falo, já fechando a porta. Ouço sua voz, abafada, quando eu tiro minha camisola e visto um espartilho:

— Não quer ajuda? — ele debocha, rindo.

— Na verdade, eu quero sim! — sua risada é engolida pelo som de incredulidade que ele faz, seguido de um silêncio surpreso. Visto uma calça de couro preta e justa, amarrando os cordões na frente e vestindo uma blusa vermelha e dourada cheia de amarrações atrás. — Preciso que você amarre meu espartilho!

✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora