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Lorella
EU E FENRYS CHEGAMOS EM TERRASEN NA NOITE DO EQUINÓCIO DE OUTONO.
Blodreina sobrevoa a cidade de Orynth, iluminada com todas as tochas, as lanternas de papéis e as fogueiras acesas pelas ruas e declives da cidade. De cima, era como se um cobertor de estrelas houvesse sido estendido sobre Orynth, iluminando tudo em quilômetros. Até mesmo Blodreina — alguém que passaria despercebida entre o céu escurecido — é notada nos céus por culpa da iluminação que acende a cidade como um ponto iluminado num mapa.
Minha serpente alada se instala no estábulo do castelo e parece aliviada em se contentar com água fresca, uma ração farta e um lugar seco e quentinho para tirar um cochilo. Eu e Fenrys nos despedimos de Blodreina conforme despachamos nossas bolsas em um canto qualquer do estábulo e corremos em direção a euforia da cidade. Fenrys me conta, conforme descemos as ruas festivas, que a comemoração vespertina era bonita, com todo o cheiro de tortas sendo assadas e das crianças correndo de forma desenfreadas enquanto ajudavam com os últimos preparativos para a festa noturna — mas, o lobo me confessa, é no alvorecer que a verdadeira maravilha acontece.
De braços dados com o lobo, Fenrys me confessa como uma centena de vagalumes apareciam ao redor do castelo, como um verdadeiro show da natureza, algo que poderia ser premeditado se alguém aqui houvesse o dom de controlar animais. Ele me conta sobre as corujas que apareciam de vez em quando, curiosas com toda a festividade, e como a cidade se silenciava em uma quietude ansiosa e cheia de expectativa para o lindo nascer do sol outonal.
A praça principal, no coração de Orynth, está encantadoramente decorada, iluminada por centenas de lanternas de papel penduradas em cordões que se espalham para cada lado, amarradas contra calhas, vigas e pilares de sustentação. O aroma de pinheiros e especiarias flutua no ar, criando uma atmosfera acolhedora e festiva. O local está decorado com abóboras, fogueiras acesas e grinaldas de folhas secas em uma profunda palheta de cores quentes.
Uma extensa mesa de madeira foi colocada no centro da praça, coberta por uma toalha quilométrica e repleta de alimentos sazonais e deliciosos: diversas cestas cheias de ameixas, tangerinas e maçãs recém-colhidas, milhos cozidos, tortas de abóbora, quiche de alho-poró com queijo de cabra, batata doce assada com beterrabas e cenouras, pães de milho e cidra quente estão entre as iguarias que enfeitam a mesa, evocando um espírito totalmente outonal e me fazendo salivar perante tal banquete.
As pessoas se reúnem em grupos ao redor da praça, usando roupas aconchegantes em tons terrosos — e me sinto um pouco mais aliviada em ter feito uma parada com Fenrys pouco antes de chegarmos aqui, onde nos ajeitamos o máximo que foi possível, trocando nossas roupas de viagem por roupas aceitáveis para uma celebração como essa. Fenrys se aventurou pelas lojas de vestuário em Forte da Fenda e comprou peças novas para nós dois.
Ele escolheu uma calça de couro para mim, uma camisa branca de linho simples e um colete de couro marrom escuro, que adiciona uma camada adicional de proteção contra o vento nos céus ao voar sobre Blodreina. O colete tem detalhes em alto relevo e uma série de fivelas e tiras que a mantém firme e segura em meu corpo — mas, infelizmente, nem todas as fivelas foram afiveladas, em fator dos meus seios e o quão grande eles se tornaram. Fenrys tentou juntar as tiras usando força, mas desistiu quando eu afastei suas mãos brutas e territoriais antes que ele destruísse o colete. O lobo havia comprado uma jaqueta parecida com a minha e, juntos, usando roupas parecidas, entrelaçamos nossos braços e caminhamos pelas ruas de pedra de Orynth.
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✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADA
FanfictionLorella sabia que monstros existiam, e que eles não eram apenas valgs. Monstros, para ela, eram pessoas. Humanos, bruxas e feéricos, ela não via diferença quando tudo o que conheceu fora brutalidade e crueldade. Trancafiada desde criança pela falsa...