𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑪𝒊𝒏𝒒𝒖𝒆𝒏𝒕𝒂 𝒆 𝑺𝒆𝒕𝒆

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Só queria dizer que sexta (06) é meu aniversário mas quem ganha presente é vocês! 

Vou soltar outro capítulo de Reclaimer e uma espiadinha bônus do que preparei para a próxima fic! 

Espero que gostem <3

Boa leitura! 


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Lorella


FOI DIFERENTE QUANDO ARTHEMIS MORREU.

Naquele segundo, com ela, outra parte fora arrancada de mim. Como quando Selene morreu — uma coisa crua, lancinante, cruel. Uma parte que eu nunca mais teria de volta.

Quando ela morreu, lembro que meu desespero — profundo, vazio e furioso — invocou um tipo diferente de poder. Um poder antigo, misterioso, e que começou a me preencher conforme fiquei ali, ajoelhada, observando o rosto inexpressivo da minha irmã. Lembro-me de ter gritado, meu corpo tremendo de choque e pavor. Lembro de ter afundado os dedos em seus ombros, implorando para que ela voltasse, e me dando conta de que eu não estava preparada para isso. Não estava preparada para ver outra de nós morrer com outra lâmina lhe perfurando o coração. Art não merecia algo como isso. Ela não merecia a morte. Ela merecia algo melhor, uma história melhor — uma vida melhor, e eu não fui capaz de salvá-la.

E, outra vez, há outra irmã morta em meus braços.

E Holdwyn estava ali, bem ali... e minha fúria me tomou; aquele poder cintilante me carregou até ele e me fez dizimá-lo. Lembro-me de ter sentido vagamente aquele pedaço de faca perfurando minha barriga e, depois, não senti nada.

Não fui capaz de sentir coisa alguma quando deixei meu poder tomar conta. O poder pelo qual durante, três meses, vinha guardando. Armazenando. Descobrindo. Poder de chamas sombrias que, durante três meses, cantou para mim — e eu cantei de volta para ele.

Por três meses, havia me enterrado tão profundamente em meu poder que encontrei profundidades não descobertas, escondidas sob uma camada de sombras escuras que foram difíceis de desenterrar. Durante três meses, enquanto Randall e Holdwyn me torturavam, mergulhei naquele poço de magia. Descobri que eu era limitada, sim, mas minha solidão me tornou alguém desesperada — e, por isso, encontrei uma forma de armazenar mais poder. Cavei aquele fundo com minhas próprias mãos, desenterrando e criando mais espaço para mais magia; formando espaço para reter mais poder e, com isso, me tornar mais poderosa.

Mais perigosa.

Por isso, quando olhei nos olhos de Holdwyn e vi sua arrogância ali, a forma como ele não se arrependia de nada, de nenhuma morte... eu soube que ele deveria pagar. Que, aqueles dolorosos meses em que me aprofundei em meu próprio poder e criei ainda mais... havia sido para esse momento. Para a morte do homem que me criou e, depois, me destruiu.

Em um momento eu estava ali, sentindo a facada em meu estômago — e então não estava mais. Fui empurrada para o lado, com gentileza, e apenas pude observar quando eu que não era eu agarrou Holdwyn pelo pescoço e o ergueu do chão, enfiando goela abaixo aquele poder que queimava no meu âmago, brilhante e mortal.

Eu estava inundando-o com meu poder, arrancando sua alma de dentro para fora, queimando-o até que sua essência estivesse diminuindo e diminuindo até ficar minúscula. Até eu poder vê-lo e sentir seu ódio, a fúria cruel e antiga que vivia dentro dele, o sadismo. Em algum lugar nossas almas se encontraram, num abismo vazio e escuro e, desesperado, ele me perguntou: você me implorou por piedade uma vez, ele disse, é essa sua ideia de piedade?

✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora