✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADA

𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑪𝒊𝒏𝒒𝒖𝒆𝒏𝒕𝒂 𝒆 𝑼𝒎

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Fenrys

ERA UMA COISA ENGRAÇADA E DRAMÁTICA O QUE ACONTECEU COMIGO. 

Houve poucos momentos em toda a minha vida em que me questionei sobre qual era o meu papel nesse mundo: ser irmão, guerreiro, amigo, amante... mas nunca o suficiente. Nunca bom o bastante para ser escolhido pela primeira vez em algo — Maeve ter me oferecido o Juramento de Sangue antes de Connall não conta.

Houve momentos em que me questionei sobre porque continuar vivo; outros momentos, agradeci por estar vivo. Minha vida sempre foi descrita em altos e baixos caóticos desde que nasci. Não era algo do que eu me orgulhasse, mas era minha vida. Não tinha como mudar.

Entretanto, tudo mudou um dia. Toda minha existência fora solidificada e aguardada para aquele momento — o momento onde uma ladra foi capturada e apresentada à Aelin na sala do trono.

O momento onde eu soube que tinha encontrado minha parceira.

Vi Lorella Asha Bico Negro Holdwyn apenas uma única vez e me apaixonei tão rápido e perdidamente que fiquei surpreso comigo mesmo por conseguir permanecer de pé ao lado de Aelin sem tombar ao lado do trono.

Havia sentido o laço da parceria desde a primeira vez em que a encontrei; senti aquele fio poderoso se enroscando ao redor do meu coração, me puxando à ela, mostrando-me minha nova realidade — uma que passei implorando nos meses antes de conhecê-la. Meses implorando por um direcionamento sobre qual era meu papel nesse mundo.

E então ela chegou, como se os próprios deuses tivessem enviado-a para mim.

Ela não notou o laço, é claro, não quando havia passado a vida toda presa sob celas, encarcerada e sem saber o que sentir ou até mesmo o que era um laço de parceria entre os feéricos. Lorella não sabia nada sobre a vida, mas naquela sala, ajoelhada em frente Aelin, parecia carregar o peso do mundo sobre os ombros; a história da humanidade em seus olhos.

Ela estava tão destruída quando chegou, tão perdida e vulnerável que aceitou todo resquício de afeto que conseguia receber. Lorella não passava de uma alma faminta vagando pelo mundo, aceitando qualquer coisa que pudesse se agarrar com um pouco de vontade e atenção — e ela era tão linda, tão preciosa, tão minha... e eu não pude segurá-la e gritar para todos o quanto me sentia verdadeiramente feliz depois de tanto tempo por ter encontrado minha parceira.

Rowan, antigo e inteligente, soube do laço, então contou à Aelin, que me orientou que talvez não fosse uma boa hora para contar à Lorella que ela estava ligada a mim por um laço mágico que nos ligaria por toda a eternidade. Aelin disse que seria algo brutal para se dizer a alguém que estava descobrindo o que liberdade significava. Dizer à Lorella que ela estava presa a mim faria com que ela se sentisse presa e, talvez, nem sequer se interessasse por mim.

Então eu esperei, faria qualquer coisa por ela — mas minha espera foi confundida por desinteresse, e levei uma facada nas costas quando a encontrei nos braços de Vaughan.

Aelin me encontrou aquele dia no jardim. Ela sabia porque eu estava calado e triste, e me ofereceu um abraço por me ver passar por aquilo. Por todos aqueles meses tive de suportar Vaughan abraçando-a, beijando-a, vivendo com ela e fazendo-a sorrir bem debaixo do meu nariz. Não posso dizer que fui um completo cavalheiro e deixei que o sentimento passasse por mim. Me corroía. Era como se uma adaga fosse enfiada e torcida em meu coração toda vez que eu os via juntos — mas dizia a mim mesmo que ela merecia isso. Se ele tivesse sido sua escolha, ela merecia isso. Merecia ser feliz e ter sua escolha respeitada. Eu tentava me convencer de que estava feliz por ela; era o que eu queria — que ela fosse feliz.