" Eu ouvi falar de um amor que vem uma vez na vida, e tenho certeza que você é esse meu amor" — Dandelions, Ruth B.
Ela estava de pé na beirada do riacho, segurando um dente-de-leão e cantando uma canção que levava o mesmo nome da flor entre seus dedos.
Cantando a canção que ela havia criado. Para ele. Para eles. Criado em nome do amor que ela sentia por seu parceiro e ele por ela.
Ele tomou o caminho que o levaria até ela, atraído até ela como sempre fora desde a primeira vez em que se viram. Porque, para onde ela vai, ele a segue. E para onde ele vai, é para onde ela já está. Um e o outro circulando na órbita do próprio amor.
Ela estava linda, resplandecente como sempre. O vestido turquesa que usava era leve para o verão, com aberturas laterais. Os cabelos escuros e cacheados estavam extremamente compridos — facilmente ultrapassando a base da coluna — devido a uma aposta que havia feito com sua irmã, de que cortaria as mechas apenas quando a bruxa de olhos azuis assumisse de uma vez que estava apaixonada pela bruxa Crochan atrevida que, assim como a Rainha das Bruxas, também era bisneta da matriarca das Crochans.
O sorriso no rosto dela cresceu conforme ela continuou girando o dente-de-leão e proferindo os versos da música que, há anos, fazia parte de um musical no teatro do reino. Uma canção que derretia os corações frígidos e aquecia os corações românticos; uma canção que contava um tipo de amor que acontece apenas uma vez na vida.
O amor deles. Como eles dois.
Ele se aproximou, subindo a clareira em silêncio. Seus pés deslizavam pela grama macia e verde, e o vento trazia consigo um aroma doce e alegre. O céu azul torna tudo ainda mais contente e especial. Ele consegue ouvir as risadas e o barulho de água, corpos afundando no riacho em uma brincadeira divertida e refrescante. Uma respiração profunda chamou sua atenção, então ele desviou o olhar para o grande ponto vermelho deitado a alguns metros. Uma serpente alada de couro avermelhado estava deitada com parte do corpo dentro do riacho, monitorando sua montadora e os corpos que brincavam dentro do rio. A cauda da serpente alada deslizou pela borda do córrego, levantando água e fazendo com que gargalhadas alegres e infantis ecoassem de dentro do riacho. A criatura bufou com diversão, entretendo-se junto dos outros.
A fêmea se vira em sua direção de forma vaga, fazendo-o ser capaz de notar pela primeira vez desde que a viu o inchaço em seu ventre; a criança sendo gerada em seu útero. Seu braço direito está coberto pelas linhas escuras que cobrem sua pele, a tatuagem antiga contendo a história de três fêmeas que se interligam com os nomes gravados na palma da mão — entretanto, havia mais agora. Mais daquela tinta escura lhe cobrindo outras partes do corpo.
Por entre as fendas laterais de seu vestido, ele pôde perceber parte de sua barriga e quadril tatuados com o mesmo idioma antigo. Pôde ler pouco antes de identificar três nomes tatuados ali, em um nó em forma de coração. Três nomes que ele sabia a quem pertenciam; ao que tinham feito juntos.
E então havia uma linha escura envolta de seu pulso esquerdo, descendo em um traço em direção ao seu dedo anelar, onde havia um nome tatuado no antigo idioma; um anel de casamento circundando o nome gravado na pele dela que ele sabia pertencer a si mesmo. Olhou para sua própria mão esquerda e encontrou a mesma tatuagem em sua pele, contendo o nome dela escrito em sua pele, entretanto.
Erguendo os olhos, ele viu ela deslizar a mão sobre o tecido do vestido, acariciando a barriga saliente, sorrindo quando sente um chute do bebê dentro de sua barriga. Sua voz melódica soa animada, divertida, quando ela se engasga em uma risada inesperada. Ela solta o dente-de-leão no chão, então se vira para o riacho e começa a gritar, contando sobre o chute.
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✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADA
FanfictionLorella sabia que monstros existiam, e que eles não eram apenas valgs. Monstros, para ela, eram pessoas. Humanos, bruxas e feéricos, ela não via diferença quando tudo o que conheceu fora brutalidade e crueldade. Trancafiada desde criança pela falsa...